Gênio maravilhoso!!Exemplo de coerência.Cento e dois anos de lucidez!É um dos maiores homens do mundo em todos os tempos.
No programa, excelente por sinal, da Globo News sobre vida eterna ( ORA!! A VIDA É ETERNA COMO ENSINA MD.Magno em sua Teoria!Quem morreu foi a morte!!) ele lá estava ,lúcido, agora velhinho.
Perguntado sobre se aceitaria ou não uma pílula da eternidade ,respondeu:" Só se for para todos tomarem".Só para mim não tem graça"!.
Diria o Marxista , que isso é coerente com o que Karl sempre apregoou!
Eu,do alto da minha insignificância ,reafirmo o queMagno,Deleuze já disseram!Isso é o capitalismo de última consequência,de última instância. É dividir ,disponibilizar.O resto é freio de mão levantado queimando borracha, destruindo os motores.Capitalismo pra valer é isso!!
domingo, 27 de dezembro de 2009
Eu prometo mudar em 20....
Postergar para não realizar .É mais ou menos assim que a gente faz quando sai prometendo coisas por todos os cantos.Vou parar de fumar, parar de beber,etctera...num dia tal ,do ano seguinte.Se disser que o dia estará claro sem nuvens,ou seja, poluído à beça, poderemos ter problemas caso alguém acerte.Mais a pior parte é se depois de alguns anos, já mais do que passados, o cidadão insistir em lembrar do tempo claro,logo poluído, daquele dia de promessas.
Os autistas, que normalmente caminham por praias desertas ,de madrugada,pois não gostam muito de .....gente, tem memória privilegiada para alguns eventos.Realizam contas matemáticas dificílimas e se recordam das condições climáticas desse ou daquele dia .Dias que se foram Há anos ,às vezes décadas.Na verdade, eles não somente se recordam ,pois através dos cálculos sofisticados -sem terem entretanto nenhuma idéia de como os realizam, tal qual algumas pessoas que sem uma máquina de calcular simplesmente não calculam- podem remeter-igual computador- a certos períodos muito distantes dos nossos dias atuais.Existe um famoso filme com Tom Cruise e Dustin Hoffman ,"Rain man", baseado em história verídica ,que evidencia isso.
Adiar algumas mudanças é da ordem da mentira.À que se resiste? Qual é o tamanho da recusa?Recusa-se porquê? Reclama-se,por certo, porque dói! E o céu continua poluído e também lindo.
Fazer Análise demora porquê mesmo?Tirar as roupas é bem difícil.Mocinhas e mocinhos que se desnudam na mídia geralmente só retiram as vestimentas,nas revistas,nas telas, não se desnudam para valer.Aqueles que o fazem são artistas de fato.Mudam de pele!Vestem qualquer fantasia.Gonzaguinha,por exemplo, dizia sangrando que se entregava ao cantar....
Falar sem escutar adianta?É pura tagarelice.É adiar de novo.
Creio que uma das virtudes que um processo de análise pode proporcionar é que você passa a dosar as suas tagarelices,as suas opiniões,preconceitos,sem calar as asneiras.Durante muito tempo, digamos até alguns meses atrás, buscava eu pela palavra certa.Isso não EXISTE!!!Pode haver, e há , uma palavra mais apropriada para cada ocasião,mas também é truque de ocasião que ,pode durar décadas.Chama-se Teoria,às vezes.
Uma criança ,por exemplo, não pergunta porque anseia por uma resposta.Ela deseja respostas!!!Paula Toller já nos ensinou quando compôs uma bela e singela canção, onde o exemplo de seu próprio filho nos é apresentado.Ele fica querendo saber de um monte de coisas e vai perguntando,perguntando,perguntando.E a gente, adulto, cuja ruga traduz a paciência, a prudência e a dor - ao menos deveríamos - finge que responde. Adulto pra valer é poeta da vida! Finge como Pessoa,O Fernando, já nos alertara. E não há Botox para isso!!!!Contudo,viva o Botox também!!!Mas com cautela,porque a carne é frágil à beça.Nosso cérebro potente- ao menos diante de outros macacos- limitou a força do braço, das pernas,mas nos deu a Ferrari, O Boeing, o ar-condicionado.Já experimentaram apostar corrida contra um Falcão?Você-Boeing ou Jumbo contra o bichinho sarado.Tadinho dele.Vai demorar muito mais para chegar a Paris.
Já imaginaram também um ano sem alguns feriados? Alguns tipo ....Natal,Ano Novo, Carnaval....
Deixa pra lá. Ano que vem tem mais promessas.Ano que vem tem mais promessas?
Os autistas, que normalmente caminham por praias desertas ,de madrugada,pois não gostam muito de .....gente, tem memória privilegiada para alguns eventos.Realizam contas matemáticas dificílimas e se recordam das condições climáticas desse ou daquele dia .Dias que se foram Há anos ,às vezes décadas.Na verdade, eles não somente se recordam ,pois através dos cálculos sofisticados -sem terem entretanto nenhuma idéia de como os realizam, tal qual algumas pessoas que sem uma máquina de calcular simplesmente não calculam- podem remeter-igual computador- a certos períodos muito distantes dos nossos dias atuais.Existe um famoso filme com Tom Cruise e Dustin Hoffman ,"Rain man", baseado em história verídica ,que evidencia isso.
Adiar algumas mudanças é da ordem da mentira.À que se resiste? Qual é o tamanho da recusa?Recusa-se porquê? Reclama-se,por certo, porque dói! E o céu continua poluído e também lindo.
Fazer Análise demora porquê mesmo?Tirar as roupas é bem difícil.Mocinhas e mocinhos que se desnudam na mídia geralmente só retiram as vestimentas,nas revistas,nas telas, não se desnudam para valer.Aqueles que o fazem são artistas de fato.Mudam de pele!Vestem qualquer fantasia.Gonzaguinha,por exemplo, dizia sangrando que se entregava ao cantar....
Falar sem escutar adianta?É pura tagarelice.É adiar de novo.
Creio que uma das virtudes que um processo de análise pode proporcionar é que você passa a dosar as suas tagarelices,as suas opiniões,preconceitos,sem calar as asneiras.Durante muito tempo, digamos até alguns meses atrás, buscava eu pela palavra certa.Isso não EXISTE!!!Pode haver, e há , uma palavra mais apropriada para cada ocasião,mas também é truque de ocasião que ,pode durar décadas.Chama-se Teoria,às vezes.
Uma criança ,por exemplo, não pergunta porque anseia por uma resposta.Ela deseja respostas!!!Paula Toller já nos ensinou quando compôs uma bela e singela canção, onde o exemplo de seu próprio filho nos é apresentado.Ele fica querendo saber de um monte de coisas e vai perguntando,perguntando,perguntando.E a gente, adulto, cuja ruga traduz a paciência, a prudência e a dor - ao menos deveríamos - finge que responde. Adulto pra valer é poeta da vida! Finge como Pessoa,O Fernando, já nos alertara. E não há Botox para isso!!!!Contudo,viva o Botox também!!!Mas com cautela,porque a carne é frágil à beça.Nosso cérebro potente- ao menos diante de outros macacos- limitou a força do braço, das pernas,mas nos deu a Ferrari, O Boeing, o ar-condicionado.Já experimentaram apostar corrida contra um Falcão?Você-Boeing ou Jumbo contra o bichinho sarado.Tadinho dele.Vai demorar muito mais para chegar a Paris.
Já imaginaram também um ano sem alguns feriados? Alguns tipo ....Natal,Ano Novo, Carnaval....
Deixa pra lá. Ano que vem tem mais promessas.Ano que vem tem mais promessas?
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Aonde vamos.Aonde vamos!Aonde vamos?
Saudades de Gonzaguinha.
Assisti a um show de Gonzaguinha no Ginásio de Esportes do Colégio Marista,em Brasília.Era o início dos anos 80.Entrei fantasiado de anão. Carregava uma bolsa pendurada nos ombros.A bolsa era maior que os meus 14 anos de então.Fantasiei-me para driblar o censor da porta.Obviamente ,ele fingiu que não entendia o que era aquilo que lhe acabara de mostrar uma falsa carteira de estudante.Na tal carteira eu já era universitário e tudo! "AH! Estudante de medicina?Estou precisando que um doutor me ajude com as costas!Elas me tiram do sério!"
Antes que outra dor lhe atingisse,prometi-lhe uma boa indicação médica:
-Tenho umas colegas bem competentes....-avisei-lhe ,do alto da minha arrogância juvenil.
O cidadão (creio que em fim de carreira) sorriu contente.Era um cínico profissional!
O show começou atrasado.Nesses tempos ,o evento melhor que por lá marcava presença eram os jogos de basquete .O campeonato Brasileiro de basquete Universitário.
Gonzaga filho tinha fama de temperamental,assim como Gonzaga pai.
Temperamental são os caras que transam mal os seus humores,ou seja,já que todo mundo é bipolar pois não há noite sem dia,ódio sem amor,beleza sem o feio,obsessividade sem ataque histérico,mania,excitação sem depressão à espreita,enfim vida e mortesó que essa última não há, as intensidades e a frequência com que oscilamos de um pólo a outro é que nos deixam assim .....temperamentais,sazonais.Resumindo:nada mais normal do que os temperamentais.
Os hormônios também contribuem para essa alternância toda.Afinal, nosso cérebro é um sistema eletroquímico bastante complexo.E há também aquele famoso neurotransmissor , a tal da cultura, que afeta partes motoras,metabolismos,humores, tesões ,sobretudo, e destinos afins.Enfim,sós.Desde sempre e para sempre.Mas pode haver boa companhia na travessia.
Gonzaga Filho,temperamental aqui- agora ou lá no tal show,é um ótimo exemplo.
O copo já estava cheio há tempos ,mas ele persistia.
Naquela noite,sentado numa arquibancada modesta , de um colégio afamado pelo também sempre tempo delirantemente gregoriano ( o ano está acabando,é isso mesmo?) ,escutei feliz a um homem indignado.
Gonzaguinha estava irritado por estar na Brasília dos ainda generais sanguinários.Ele era propositadamente antipático e rude com a platéia.Achei chato aquilo.Estávamos ali para prestigiá-lo e considerávamos importante o seu trabalho.Puto eu também estava ,pois a minha bolsa cafona não fazia o menor sucesso! Eu sempre com a minha mania de olhar para as pessoas mais velhas do que eu!Tentava imitá-las,seduzi-las.Quanta pretensão!!Também pudera:o pai se chama Cristóvão Colombo!
À essa época , além da Farrah-Fawcett que era minha musa eterna, havia uma menina de treze anos ,Adriana, colega de um curso de inglês.Não era bem colega ,visto que ela estudava em outra turma.Era mais adiantada do que eu.E por isso não fazemos parte de um mesmo colegiado?Claro que sim. O colegiado que tenta falar - cheio de sotaque felizmente- essa língua anglo-saxônica que vem de longe.E bota longe nisso...e a tal menina me ignorava cheia de si e do maior dos pecados que é a soberba! Aos 15 !E ela já era mascarada!E eu gostava assim sim!..... da filha da pu...
Gonzaga Filho suscita emoções,rememorações.....Um belo autor jamais morrerá.
E aqui, sangrando um pouco,pergunto-me: "É....É?A gente não tem mais cara de babaca!??
Assisti a um show de Gonzaguinha no Ginásio de Esportes do Colégio Marista,em Brasília.Era o início dos anos 80.Entrei fantasiado de anão. Carregava uma bolsa pendurada nos ombros.A bolsa era maior que os meus 14 anos de então.Fantasiei-me para driblar o censor da porta.Obviamente ,ele fingiu que não entendia o que era aquilo que lhe acabara de mostrar uma falsa carteira de estudante.Na tal carteira eu já era universitário e tudo! "AH! Estudante de medicina?Estou precisando que um doutor me ajude com as costas!Elas me tiram do sério!"
Antes que outra dor lhe atingisse,prometi-lhe uma boa indicação médica:
-Tenho umas colegas bem competentes....-avisei-lhe ,do alto da minha arrogância juvenil.
O cidadão (creio que em fim de carreira) sorriu contente.Era um cínico profissional!
O show começou atrasado.Nesses tempos ,o evento melhor que por lá marcava presença eram os jogos de basquete .O campeonato Brasileiro de basquete Universitário.
Gonzaga filho tinha fama de temperamental,assim como Gonzaga pai.
Temperamental são os caras que transam mal os seus humores,ou seja,já que todo mundo é bipolar pois não há noite sem dia,ódio sem amor,beleza sem o feio,obsessividade sem ataque histérico,mania,excitação sem depressão à espreita,enfim vida e mortesó que essa última não há, as intensidades e a frequência com que oscilamos de um pólo a outro é que nos deixam assim .....temperamentais,sazonais.Resumindo:nada mais normal do que os temperamentais.
Os hormônios também contribuem para essa alternância toda.Afinal, nosso cérebro é um sistema eletroquímico bastante complexo.E há também aquele famoso neurotransmissor , a tal da cultura, que afeta partes motoras,metabolismos,humores, tesões ,sobretudo, e destinos afins.Enfim,sós.Desde sempre e para sempre.Mas pode haver boa companhia na travessia.
Gonzaga Filho,temperamental aqui- agora ou lá no tal show,é um ótimo exemplo.
O copo já estava cheio há tempos ,mas ele persistia.
Naquela noite,sentado numa arquibancada modesta , de um colégio afamado pelo também sempre tempo delirantemente gregoriano ( o ano está acabando,é isso mesmo?) ,escutei feliz a um homem indignado.
Gonzaguinha estava irritado por estar na Brasília dos ainda generais sanguinários.Ele era propositadamente antipático e rude com a platéia.Achei chato aquilo.Estávamos ali para prestigiá-lo e considerávamos importante o seu trabalho.Puto eu também estava ,pois a minha bolsa cafona não fazia o menor sucesso! Eu sempre com a minha mania de olhar para as pessoas mais velhas do que eu!Tentava imitá-las,seduzi-las.Quanta pretensão!!Também pudera:o pai se chama Cristóvão Colombo!
À essa época , além da Farrah-Fawcett que era minha musa eterna, havia uma menina de treze anos ,Adriana, colega de um curso de inglês.Não era bem colega ,visto que ela estudava em outra turma.Era mais adiantada do que eu.E por isso não fazemos parte de um mesmo colegiado?Claro que sim. O colegiado que tenta falar - cheio de sotaque felizmente- essa língua anglo-saxônica que vem de longe.E bota longe nisso...e a tal menina me ignorava cheia de si e do maior dos pecados que é a soberba! Aos 15 !E ela já era mascarada!E eu gostava assim sim!..... da filha da pu...
Gonzaga Filho suscita emoções,rememorações.....Um belo autor jamais morrerá.
E aqui, sangrando um pouco,pergunto-me: "É....É?A gente não tem mais cara de babaca!??
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
CELEBRAÇÕES e celebrações
Há muito que me sinto refém das barbáries cotidianas e de outras que eventual e eventuralmente ocorrem.
Quem diria que um simples jogo de bola pode se transformar em palco para animais coadjuvantes?
São coadjuvantes sim - e isso tem lá a sua importãncia -,e querem mostrar as bundinhas caídas também.Aliás, não se faz outra coisa nessa era de narcisismo escancarado.
Não sei se já comentei por aqui,mas em recente programa televisivo uma estudiosa de Astronomia , de Física, mostrava o quanto somos tão somente um cocô de poeira enfiados no vasto universo.Isso se considerarmos apenas a nossa galáxia que é outra titica..Se aumentamos e melhoramos a lente ,haverá vertigem no horizonte.
O apresentador-gozador ficou incomodado. Indagou cheio de aflições :"Isso pode enlouquecer"! A resposta foi brilhante:"Sim,mas pode trazer muita lucidez"!
E assim um narcisismo televisivo- e esse é dos grandes- ruiu por alguns segundos.
Essa turma parece imersa numa paranóia sem fim. Acreditam que todos os admiram, que assistem necessariamente às tolices que são exibidas nas telinhas,que apreciam e concordam com tudo aquilo, etc , etc.E são todos tão lindos,maravilhosos....
Faz tempo (E qual seria ?Nublado ,chuvoso?) que o que me interessa para valer ali é uma mistura de pornografia com noticiário com algum documentário com jogos -alguns- de futebol ou outro esporte qualquer.AH! Há também o programa de lutas com muito chute na cara e sangue escorrendo.Vejo-o imaginando-me ali socando algum canalha com seus dólares enfiados nas meias ,nas sacolas, no rabo da desfaçatez.Ou ainda, nocauteando os delinquentes jovens que poluem meus gramados.
O dejeto de poeira que somos arrebenta com qualquer pretensão narcisista. O espelho é muito mais complexo e amplo. E mesmo que toda reflexão , a partir do nosso próprio espelho que se chama de EU,EGO, NÃO nos comova , ela irá nos ofuscar permanentemente.Não há forma de escapar,mas há maneiras de se tornar mais lúcido,mais atento,mais circunspecto. Aprendi que a circunspecção não é sinônimo necessário de sisudez.Há certa aproximação etimológica,semântica,mas também há de se lembrar do olhar em circunferência,da contemplação dos vários lados.
É fundamental O tal olhar porque ele derroga os racismos .
No caso específico dos esportes, das competições entre corpos, entre gladiadores, temos que considerar o fato de que haverá perdedor. Isso já é combustível suficiente para emulação de ódios,amores e frustrações.
Todavia ,se existe o que perde há também aquele que triunfa.Logo, ambos são importantes para que o enfrentamento ocorra.E os exibidos voyeurs podem gozar felicidades. Aquela camisa lá também é minha,também sou eu.Posso ser tão torcedor do Flamengo quanto do Vasco, em algum momento outro.Ao mesmo tempo não dá.É impossível. Aliás, viu-se tal coisa nos embates recentes do campeonato da terrinha que finda...
Esses enfrentamentos trazem à tona as formações e informações recalcadas, escondidas no famigerado inconsciente.Freud denominava de retorno do recalcado. Sintomas, sonhos, atos falhos, chistes, tropeços enfim seriam indicativos dos nossos tesões e idéias escondidas por vontade nossa,mas por pressão extrema de outras formações .
Algumas mentes estão acreditando que basta querer que as coisas se darão! Então tá certo! Retiremos a gravidade dos meus pés e a carga genética que herdei - sabemos dos conceitos epigenéticos e da própria concepção de sobredeterminação ,em termos secundários, culturais, que a Psicanálise traz,mas que há uma herança primária,corpórea que vem de longe,isso há-, e tudo se realizará mediante a minha gracinha de vontade.Haja Narcisismo!Haja infantilismo!E a sorte, a fortuna?Desapareceram do vasto,vasto mundo,como alertava Drummond?!
Sofremos do receio em assumir o que realmente podemos ser e que parece ser aquilo que se tem.Não há narcisismo que aguente uma intervenção analítica.
Muitas vezes surpreendo-me falando demais.Noutras falo de menos ,calando tolices pretensiosamente sábias.
Porém,detesto o barulho demasiado nos falastrões emudecidos.
Preparando-me para batalhas, enrolei minha bandeira na quietude do quarto antigo-recém -reformado ,enquanto a caravana bostejava cânticos tribais e se engalfinhava, berrando a isso de celebração!Chega a ser constrangedor.
"Entonces"..que Role a bola que rola.
Quem diria que um simples jogo de bola pode se transformar em palco para animais coadjuvantes?
São coadjuvantes sim - e isso tem lá a sua importãncia -,e querem mostrar as bundinhas caídas também.Aliás, não se faz outra coisa nessa era de narcisismo escancarado.
Não sei se já comentei por aqui,mas em recente programa televisivo uma estudiosa de Astronomia , de Física, mostrava o quanto somos tão somente um cocô de poeira enfiados no vasto universo.Isso se considerarmos apenas a nossa galáxia que é outra titica..Se aumentamos e melhoramos a lente ,haverá vertigem no horizonte.
O apresentador-gozador ficou incomodado. Indagou cheio de aflições :"Isso pode enlouquecer"! A resposta foi brilhante:"Sim,mas pode trazer muita lucidez"!
E assim um narcisismo televisivo- e esse é dos grandes- ruiu por alguns segundos.
Essa turma parece imersa numa paranóia sem fim. Acreditam que todos os admiram, que assistem necessariamente às tolices que são exibidas nas telinhas,que apreciam e concordam com tudo aquilo, etc , etc.E são todos tão lindos,maravilhosos....
Faz tempo (E qual seria ?Nublado ,chuvoso?) que o que me interessa para valer ali é uma mistura de pornografia com noticiário com algum documentário com jogos -alguns- de futebol ou outro esporte qualquer.AH! Há também o programa de lutas com muito chute na cara e sangue escorrendo.Vejo-o imaginando-me ali socando algum canalha com seus dólares enfiados nas meias ,nas sacolas, no rabo da desfaçatez.Ou ainda, nocauteando os delinquentes jovens que poluem meus gramados.
O dejeto de poeira que somos arrebenta com qualquer pretensão narcisista. O espelho é muito mais complexo e amplo. E mesmo que toda reflexão , a partir do nosso próprio espelho que se chama de EU,EGO, NÃO nos comova , ela irá nos ofuscar permanentemente.Não há forma de escapar,mas há maneiras de se tornar mais lúcido,mais atento,mais circunspecto. Aprendi que a circunspecção não é sinônimo necessário de sisudez.Há certa aproximação etimológica,semântica,mas também há de se lembrar do olhar em circunferência,da contemplação dos vários lados.
É fundamental O tal olhar porque ele derroga os racismos .
No caso específico dos esportes, das competições entre corpos, entre gladiadores, temos que considerar o fato de que haverá perdedor. Isso já é combustível suficiente para emulação de ódios,amores e frustrações.
Todavia ,se existe o que perde há também aquele que triunfa.Logo, ambos são importantes para que o enfrentamento ocorra.E os exibidos voyeurs podem gozar felicidades. Aquela camisa lá também é minha,também sou eu.Posso ser tão torcedor do Flamengo quanto do Vasco, em algum momento outro.Ao mesmo tempo não dá.É impossível. Aliás, viu-se tal coisa nos embates recentes do campeonato da terrinha que finda...
Esses enfrentamentos trazem à tona as formações e informações recalcadas, escondidas no famigerado inconsciente.Freud denominava de retorno do recalcado. Sintomas, sonhos, atos falhos, chistes, tropeços enfim seriam indicativos dos nossos tesões e idéias escondidas por vontade nossa,mas por pressão extrema de outras formações .
Algumas mentes estão acreditando que basta querer que as coisas se darão! Então tá certo! Retiremos a gravidade dos meus pés e a carga genética que herdei - sabemos dos conceitos epigenéticos e da própria concepção de sobredeterminação ,em termos secundários, culturais, que a Psicanálise traz,mas que há uma herança primária,corpórea que vem de longe,isso há-, e tudo se realizará mediante a minha gracinha de vontade.Haja Narcisismo!Haja infantilismo!E a sorte, a fortuna?Desapareceram do vasto,vasto mundo,como alertava Drummond?!
Sofremos do receio em assumir o que realmente podemos ser e que parece ser aquilo que se tem.Não há narcisismo que aguente uma intervenção analítica.
Muitas vezes surpreendo-me falando demais.Noutras falo de menos ,calando tolices pretensiosamente sábias.
Porém,detesto o barulho demasiado nos falastrões emudecidos.
Preparando-me para batalhas, enrolei minha bandeira na quietude do quarto antigo-recém -reformado ,enquanto a caravana bostejava cânticos tribais e se engalfinhava, berrando a isso de celebração!Chega a ser constrangedor.
"Entonces"..que Role a bola que rola.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
2012.E o mundo acabou.
Então o mundo vai acabar.Que ótimo!
Há uma profecia Maia -não é a de César,ex-prefeito nosso carioca- que através de uma série de raciocínios astronômicos,matemáticos - lá na época deles,com todos os chutes e aproximações possíveis,mas era essa a ciência naquele momento- alerta-nos para o fato de que em 2012,portanto daqui há pouco mais de dois anos, toda essa 'maravilha' vai para o brejo.Feito vaca....
Haverá um alinhamento planetário provocando reversões climáticas insuportáveis para o nosso organismo e o surgimento de tempestades devastadoras,furacões, elevação máxima do nível do mar, maremotos, terremotos,enfim tudo de mais intenso que a natureza pode nos dar.
Recentemente, num evento entre amigos, soube que alguns conterrâneos cariocas estão pensando em se mudar por algum tempo até o maremoto passar.E o pior é que é sério.Mas por que não seria?
Existe em alguma região da Califórnia,Estados Unidos, uma área vulcãnica conhecida como 'Yellow Stove" que se explodir, e não há como prever ou deter essa tal explosão, nos conduzirá novamente a uma era glacial.
Seremos os novos dinossauros da era virtual.
Não sei se o tal forno-fogão ou estufa amarela californiana desejará se antecipar ao prometido evento de 2012,visto que os norte-americanos são viciados em supremacias.O que está bem explicitado na sua constituição. É uma carta magna de e para vitoriosos.
Uma das maiores ofensas que alguém pode proferir a um estadunidense é chamá-lo de "loser", ou seja,perdedor. Também não sei se os estadunidenses sofrem neuroticamente de alguma culpa,visto que são ocidentais.
O pensador francês e estudioso da cultura oriental, François Jullien , em seu último livro, afirma que um chinês ,por exemplo, não sofre de culpa.Um chinês reconhece um erro cometido e tenta arrumá-lo.Não fica cinicamente ,neuroticamente se culpando ou de preferência responsabilizando os outros pelo erro.E o erro se eterniza e multiplica-se.Já o japonês radicaliza:diante de certos fracassos alguns se matam.
Então,já que o mundo mundo vasto mundo vai desaparecer isso explica o imenso narcisismo de alguns que querem a todo custo salvá-lo.Por isso é que estão ou são verdes!
O mundo não parece que queira lá se salvar,mas não precisamos destruí-lo agora, não é mesmo? Por quê?PORQUE narcisicamente ainda estamos por aqui! Escrevendo, trabalhando,vadiando,exibindo as nádegas,matando os outros,comprando panetones superfaturados com dinheiro alheio, etc.
Não é a cara do mundo Stalinista-Lulista oferecer brinquedos elétricos sem a energia suficiente para empurrá-los para algum canto?
Fizeram então um filme chamado 2012.Não vi o filme 2012.Ainda estou em 2009.Acreditei na Odisseía 2001 de Stanley Kubrick e não fui para o espaço com aquela bicicleta alada dos ETS Spilberguianos .Agora....o Brasil está na moda!O Brasil está.... não os brasileiros.
No tal filme, a estátua do Cristo Redentor, patrimônio da humanidade, maravilha eleita, é destruída de saída! Acho que a turma vai gritar mais e mais."Isso é coisa de evangélico ,judeu ou kardecista'!- vociferava alguém à saída do cinema.Pura ficção.E o que não é? Qual é cara do teatro de hoje?Qual é o personagem que carrego agora e aqui?
Alguns outros conterrâneos alertaram-me que Brasília seria um bom refúgio,devido aos seus quase 1000 metros de altitude,clima de deserto e outras façanhas.Curioso.Morei por aqueles planaltos durante oito anos e o fim do mundo pode postergá-la à eternidade.Igual a vida que é e-terna.O que seria dela , a vida, sem a gente?Sem mim ela não há. Vai ver que é por essas e outras que o bom e velho Niemeyer,nosso arquiteto herói, está com 102 anos.Devem ser fluidos candangos.Sem muito panetone arrudista,é claro. E tem também aqueles míticos todos (digo míticos e não místicos ,pois aquilo é crença.Não é um exercício de afastamento radical do que há e operar sem juízos de valor.Eles acreditam pia e cegamente que Aquilo que eles creêm fala a verdade, e única verdade, sobre o mundo) e que habitam Cidades em torno da capital.Vai ver que são reencarnações neo-maias,pré-catástrofes,pós-Nostradamus,sabe-se lá da Silva?Interessante como adoramos cultivar e plantar tolices.
Porém, antes de acabarmos com o tal mundo é preciso lembrar que o século XXI já começou a rodar a sua película.Desde 11 de Setembro de 2001...pelo menos.
Há uma profecia Maia -não é a de César,ex-prefeito nosso carioca- que através de uma série de raciocínios astronômicos,matemáticos - lá na época deles,com todos os chutes e aproximações possíveis,mas era essa a ciência naquele momento- alerta-nos para o fato de que em 2012,portanto daqui há pouco mais de dois anos, toda essa 'maravilha' vai para o brejo.Feito vaca....
Haverá um alinhamento planetário provocando reversões climáticas insuportáveis para o nosso organismo e o surgimento de tempestades devastadoras,furacões, elevação máxima do nível do mar, maremotos, terremotos,enfim tudo de mais intenso que a natureza pode nos dar.
Recentemente, num evento entre amigos, soube que alguns conterrâneos cariocas estão pensando em se mudar por algum tempo até o maremoto passar.E o pior é que é sério.Mas por que não seria?
Existe em alguma região da Califórnia,Estados Unidos, uma área vulcãnica conhecida como 'Yellow Stove" que se explodir, e não há como prever ou deter essa tal explosão, nos conduzirá novamente a uma era glacial.
Seremos os novos dinossauros da era virtual.
Não sei se o tal forno-fogão ou estufa amarela californiana desejará se antecipar ao prometido evento de 2012,visto que os norte-americanos são viciados em supremacias.O que está bem explicitado na sua constituição. É uma carta magna de e para vitoriosos.
Uma das maiores ofensas que alguém pode proferir a um estadunidense é chamá-lo de "loser", ou seja,perdedor. Também não sei se os estadunidenses sofrem neuroticamente de alguma culpa,visto que são ocidentais.
O pensador francês e estudioso da cultura oriental, François Jullien , em seu último livro, afirma que um chinês ,por exemplo, não sofre de culpa.Um chinês reconhece um erro cometido e tenta arrumá-lo.Não fica cinicamente ,neuroticamente se culpando ou de preferência responsabilizando os outros pelo erro.E o erro se eterniza e multiplica-se.Já o japonês radicaliza:diante de certos fracassos alguns se matam.
Então,já que o mundo mundo vasto mundo vai desaparecer isso explica o imenso narcisismo de alguns que querem a todo custo salvá-lo.Por isso é que estão ou são verdes!
O mundo não parece que queira lá se salvar,mas não precisamos destruí-lo agora, não é mesmo? Por quê?PORQUE narcisicamente ainda estamos por aqui! Escrevendo, trabalhando,vadiando,exibindo as nádegas,matando os outros,comprando panetones superfaturados com dinheiro alheio, etc.
Não é a cara do mundo Stalinista-Lulista oferecer brinquedos elétricos sem a energia suficiente para empurrá-los para algum canto?
Fizeram então um filme chamado 2012.Não vi o filme 2012.Ainda estou em 2009.Acreditei na Odisseía 2001 de Stanley Kubrick e não fui para o espaço com aquela bicicleta alada dos ETS Spilberguianos .Agora....o Brasil está na moda!O Brasil está.... não os brasileiros.
No tal filme, a estátua do Cristo Redentor, patrimônio da humanidade, maravilha eleita, é destruída de saída! Acho que a turma vai gritar mais e mais."Isso é coisa de evangélico ,judeu ou kardecista'!- vociferava alguém à saída do cinema.Pura ficção.E o que não é? Qual é cara do teatro de hoje?Qual é o personagem que carrego agora e aqui?
Alguns outros conterrâneos alertaram-me que Brasília seria um bom refúgio,devido aos seus quase 1000 metros de altitude,clima de deserto e outras façanhas.Curioso.Morei por aqueles planaltos durante oito anos e o fim do mundo pode postergá-la à eternidade.Igual a vida que é e-terna.O que seria dela , a vida, sem a gente?Sem mim ela não há. Vai ver que é por essas e outras que o bom e velho Niemeyer,nosso arquiteto herói, está com 102 anos.Devem ser fluidos candangos.Sem muito panetone arrudista,é claro. E tem também aqueles míticos todos (digo míticos e não místicos ,pois aquilo é crença.Não é um exercício de afastamento radical do que há e operar sem juízos de valor.Eles acreditam pia e cegamente que Aquilo que eles creêm fala a verdade, e única verdade, sobre o mundo) e que habitam Cidades em torno da capital.Vai ver que são reencarnações neo-maias,pré-catástrofes,pós-Nostradamus,sabe-se lá da Silva?Interessante como adoramos cultivar e plantar tolices.
Porém, antes de acabarmos com o tal mundo é preciso lembrar que o século XXI já começou a rodar a sua película.Desde 11 de Setembro de 2001...pelo menos.
domingo, 22 de novembro de 2009
Oportunismo?Oportunismo!Oportunismo.Quem decide?
O dicionário de Antônio Houaiss nos auxilia com a definição de oportunismo:' habilidade em tirar partido de fatos ou circunstâncias para obtenção de algo;tendência ,prática ou política de tirar proveito ou acomodar-se a oportunidades, circunstâncias ou fatos....bons momentos para realizar uma jogada,habilidade em buscar ocasiões, etc.'
Portanto, dependendo da situação podemos avaliar que aquele tal ato oportunista foi bacana ou não.Bacana ou não para quem?Sempre será assim.São as tais circunstâncias que delimitarão o que vale ou não.É um grande embate de forças, decidido politicamente ou através de um nocaute.Que também pode ser questionado o tal nocaute, afinal há o golpe baixo que não é permitido.Ao burlar as regras combinadas podemos ter ou não problema.E se o burlar as regras - tão comum nas altas e baixas instâncias- for a formação interessante,oportuna do momento? Logo, o golpe baixo passa a ser glorificado.O golpe baixo tem a razão!
A decisão será sempre convencionada por interesses políticos,ou seja, acerto na distribuição dos poderes aqui e agora.E muitas vezes o melhor, o mais profícuo , o mais consistente não leva, não vence. A história-não muito digna- da tal humanidade nos exemplifica demasiadamente. Vejamos por exemplo Jesus!Não, amigo, eu não o vi,mas há gente que garante que já conversou, já jantou com o tal rapaz.E não me refiro ao Jesus da Madonna , aquela que canta e dança,mas o que foi assassinado aos 33 anos de idade. Parece que se deu mal aquele que é seguido por milhões até hoje. Se a turma que o matou- muitos dos seus estavam entre os assassinos- pudesse antever o que estaria por vir, talvez o fim da história fosse outro. Joana D'arc,Copérnico, Galileu Galilei,Giordano Bruno, Alan Touring, entre tantos outros que tinham tudo certo na hora errada.Logo, não tinham tudo certo ou quem sabe não faz a hora?
Estamos enfiados no reino das aleatoriedades que é regido por um sistema cuja ordenação é caótica ,ou seja, imprevisível em última instãncia.E MD.Magno ,por exemplo, já definiu a psicanálise como uma ciência do Caos.
Podemos quando muito acompanhar os movimentos, enquanto indelével fluxo de formações,sem pré-conceitos,opiniões demasiadas,valores, etc. CASO contrário caímos naquela história de que o que é bacana ou verdade para os meus tesões, os meus desejos,ou seja, os meus tão prezados sintomas ,tornam-se bacanas, verdadeiros -na verdade,devem se tornar- bacanas tal qualmente ,verdades ,portanto, para todos.E já houve Filosofia-da melhor qualidade - que transformou isso numa obrigatoriedade ,numa concepção ética!
O sujeito faz um troço que uma turma acha errado,sem ética,oportunista,mas a turma dele não acha não.Acha que ele tem razão e aqueles outros devem morrer: na cruz,na fogueira,de boca calada, decapitado,etc.
Porém, não há como não haver perversão a fim de arrumar a casa.Imaginem o sinal de trãnsito sempre esverdeado?Contando com a nossa boa educação,generosidade, etc? As leis são convencionadas sempre
Doutor Nietzsche alertava para a idéia de um Deus morto ao vislumbrar uma situação sem saída, aporética,sinuca de bico, onde os envolvidos têm que decidir sem que haja uma instância superior a eles.Não há algo que lhes transcenda, algo além deles.Estão enfiados na mais pura imanência.
Lembro-me de uma colega, chegada aos estudos mais aprofundados da filosofia, que chamara a atenção que o jogo sem o árbitro, sem aquela formação heterogênea ao resto dos participantes e que decidiria o que é bacana ,ou melhor, válido ou não, é um momento exemplar do Deus morto Nietzschiano.
Assim sendo o oportunismo oportunista de Luís Carlos Barreto e family ao produzir ,restando menos de um ano para as eleições presidenciais,um filme sobre a história do atual Presidente Lula,recheada de sentimentalismo, também é valido.Por que não seria? Ele declarou,o produtor:"Quero ganhar dinheiro"!Qual é o problema nisso?Ele também merece...Deve ser filho de Jesus também.Tio da Madonna?Quem deve arbitrar essa história?Ou deixamos que a consciência- e o que seria isso,consciência?- do povo brasileiro decida?Há suprema corte?Isso seria censura?E que tal a libertinagem enquanto candidatura?Por que não uma pornógrafa mandatária?Perguntas...
Todavia,a questão que me acossa é somente a seguinte: em outros países , a legislação eleitoreira permitiria esse lançamento,sobretudo levando-se em conta o fato de que muitos que contribuíram economicamente para essa produção cinematográfica existir,não tiveram suas identidades reveladas....ainda?
O filme sobre o Sr.Watergate,President Nixon, republicano brilhante e corrupto que achava que se fosse possível para um Presidente passar por cima das decisões da Suprema Corte ,isso seria válido, e isso lhe custou o mandato,com a sua renúncia no início dos anos 70,só foi lançado em 2008,após as eleições que consagraram Obama Hussein presidente do EUA!E olhem que Mr. Nixon já havia morrido fazia 14 anos. Se bem que por lá as eleições são bem confusas.
Eles tem de fato um regime republicano.Um país também continental onde as federações tem certa autonomia em relação à Federação.Creio que Mr.Nixon nas tantas conversas que teve com os 'libertários democratas' Mao Tsé Tung e Nikita Khrushchov,uma espécie de czar cínico do comunismo soviético à época, encantaram Richard Nixon.
Oportunista pra valer era o Romário.Paradinho,muito habilidoso,eficiente.
Portanto, dependendo da situação podemos avaliar que aquele tal ato oportunista foi bacana ou não.Bacana ou não para quem?Sempre será assim.São as tais circunstâncias que delimitarão o que vale ou não.É um grande embate de forças, decidido politicamente ou através de um nocaute.Que também pode ser questionado o tal nocaute, afinal há o golpe baixo que não é permitido.Ao burlar as regras combinadas podemos ter ou não problema.E se o burlar as regras - tão comum nas altas e baixas instâncias- for a formação interessante,oportuna do momento? Logo, o golpe baixo passa a ser glorificado.O golpe baixo tem a razão!
A decisão será sempre convencionada por interesses políticos,ou seja, acerto na distribuição dos poderes aqui e agora.E muitas vezes o melhor, o mais profícuo , o mais consistente não leva, não vence. A história-não muito digna- da tal humanidade nos exemplifica demasiadamente. Vejamos por exemplo Jesus!Não, amigo, eu não o vi,mas há gente que garante que já conversou, já jantou com o tal rapaz.E não me refiro ao Jesus da Madonna , aquela que canta e dança,mas o que foi assassinado aos 33 anos de idade. Parece que se deu mal aquele que é seguido por milhões até hoje. Se a turma que o matou- muitos dos seus estavam entre os assassinos- pudesse antever o que estaria por vir, talvez o fim da história fosse outro. Joana D'arc,Copérnico, Galileu Galilei,Giordano Bruno, Alan Touring, entre tantos outros que tinham tudo certo na hora errada.Logo, não tinham tudo certo ou quem sabe não faz a hora?
Estamos enfiados no reino das aleatoriedades que é regido por um sistema cuja ordenação é caótica ,ou seja, imprevisível em última instãncia.E MD.Magno ,por exemplo, já definiu a psicanálise como uma ciência do Caos.
Podemos quando muito acompanhar os movimentos, enquanto indelével fluxo de formações,sem pré-conceitos,opiniões demasiadas,valores, etc. CASO contrário caímos naquela história de que o que é bacana ou verdade para os meus tesões, os meus desejos,ou seja, os meus tão prezados sintomas ,tornam-se bacanas, verdadeiros -na verdade,devem se tornar- bacanas tal qualmente ,verdades ,portanto, para todos.E já houve Filosofia-da melhor qualidade - que transformou isso numa obrigatoriedade ,numa concepção ética!
O sujeito faz um troço que uma turma acha errado,sem ética,oportunista,mas a turma dele não acha não.Acha que ele tem razão e aqueles outros devem morrer: na cruz,na fogueira,de boca calada, decapitado,etc.
Porém, não há como não haver perversão a fim de arrumar a casa.Imaginem o sinal de trãnsito sempre esverdeado?Contando com a nossa boa educação,generosidade, etc? As leis são convencionadas sempre
Doutor Nietzsche alertava para a idéia de um Deus morto ao vislumbrar uma situação sem saída, aporética,sinuca de bico, onde os envolvidos têm que decidir sem que haja uma instância superior a eles.Não há algo que lhes transcenda, algo além deles.Estão enfiados na mais pura imanência.
Lembro-me de uma colega, chegada aos estudos mais aprofundados da filosofia, que chamara a atenção que o jogo sem o árbitro, sem aquela formação heterogênea ao resto dos participantes e que decidiria o que é bacana ,ou melhor, válido ou não, é um momento exemplar do Deus morto Nietzschiano.
Assim sendo o oportunismo oportunista de Luís Carlos Barreto e family ao produzir ,restando menos de um ano para as eleições presidenciais,um filme sobre a história do atual Presidente Lula,recheada de sentimentalismo, também é valido.Por que não seria? Ele declarou,o produtor:"Quero ganhar dinheiro"!Qual é o problema nisso?Ele também merece...Deve ser filho de Jesus também.Tio da Madonna?Quem deve arbitrar essa história?Ou deixamos que a consciência- e o que seria isso,consciência?- do povo brasileiro decida?Há suprema corte?Isso seria censura?E que tal a libertinagem enquanto candidatura?Por que não uma pornógrafa mandatária?Perguntas...
Todavia,a questão que me acossa é somente a seguinte: em outros países , a legislação eleitoreira permitiria esse lançamento,sobretudo levando-se em conta o fato de que muitos que contribuíram economicamente para essa produção cinematográfica existir,não tiveram suas identidades reveladas....ainda?
O filme sobre o Sr.Watergate,President Nixon, republicano brilhante e corrupto que achava que se fosse possível para um Presidente passar por cima das decisões da Suprema Corte ,isso seria válido, e isso lhe custou o mandato,com a sua renúncia no início dos anos 70,só foi lançado em 2008,após as eleições que consagraram Obama Hussein presidente do EUA!E olhem que Mr. Nixon já havia morrido fazia 14 anos. Se bem que por lá as eleições são bem confusas.
Eles tem de fato um regime republicano.Um país também continental onde as federações tem certa autonomia em relação à Federação.Creio que Mr.Nixon nas tantas conversas que teve com os 'libertários democratas' Mao Tsé Tung e Nikita Khrushchov,uma espécie de czar cínico do comunismo soviético à época, encantaram Richard Nixon.
Oportunista pra valer era o Romário.Paradinho,muito habilidoso,eficiente.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
O Estado apagado
CARL SCHMITT,GRANDE pensador das agonísticas da política- da guerra entre coisas,ou seja, gente, políticos que, muitas vezes não é gente,estados, etc- , já havia decretado que um soberano ,melhor dizendo, um estadista pra valer , existe, mostra a cara em estados de excessão .Conflitos bélicos, guerras civis, etc.
Não surpreende a nenhum cidadão de uma grande metrópole, civilizada ou não, da América Latina, que se vive guerra eterna nos seus domínios. E o pior : uma guerra cínica com a conivência de todos.
A política voltada para as drogas ,por exemplo,não existe e somos uma sociedade, ou melhor, uma espécie viciada. Os meus rins são viciados em líquidos.O resto do organismo necessita de outros tesões também; proteínas, carboidratos, gorduras, transas, sexo _ que é tudo isso listado anteriormente,mais incomensuráveis etcs e etcs _.
Também existem aquelas que afetam o sistema nervoso central e modificam o nosso jeito de funcionar, o tal comportamento. Cracks, morfinas, cafeínas, álcool, cocaínas, heroínas - Joana D'arc incomodou à beça a "Santa Igreja"- , entre outras. As pessoas querem se drogar. E isso é o que governos estúpidos, machistas, logo racistas, não querem ver.Querem se entorpecer sozinhos, sem concorrência. Entorpecer-se indelevelmente de poder e de grana.
É mais ou menos como a falaciosa frase - que já virou jargão baratíssimo e boçal- de que queremos paz!Estupidez!Temos que saber fazer a guerra certa isso sim! Jamais haverá paz, Nirvana maldito!Em nenhum Zoológico do Haver!O s leões, os vírus, as bactérias e os mosquitos da Dengue, que são formações do haver presentes para nós, não assinam esse requerimento!
E o mundo rola obscuro. Apagaram a luz e apresentaram a conta.
Nesse estado de excessão, o que foi que presenciamos?
Um Presidente cinicamente deslumbrado - agora então que vai virar estrela de cinema ninguém o segura mais-,uma postulante à presidência descontrolada, arrogante ao extremo e covarde! Comandou a pasta responsável pela matéria energética , disse o que disse ,mas não disse.E um lobão com pelos tingidos ,perdido na selva do Planalto. Se bem que ele é umvelho lobo palaciano!Sempre esteve por ali.
No ano da França iluminista , aqui nos trópicos, provou-se mais uma vez que é preciso cuidar das trevas.Quando há governo, quando há soberania.
Não surpreende a nenhum cidadão de uma grande metrópole, civilizada ou não, da América Latina, que se vive guerra eterna nos seus domínios. E o pior : uma guerra cínica com a conivência de todos.
A política voltada para as drogas ,por exemplo,não existe e somos uma sociedade, ou melhor, uma espécie viciada. Os meus rins são viciados em líquidos.O resto do organismo necessita de outros tesões também; proteínas, carboidratos, gorduras, transas, sexo _ que é tudo isso listado anteriormente,mais incomensuráveis etcs e etcs _.
Também existem aquelas que afetam o sistema nervoso central e modificam o nosso jeito de funcionar, o tal comportamento. Cracks, morfinas, cafeínas, álcool, cocaínas, heroínas - Joana D'arc incomodou à beça a "Santa Igreja"- , entre outras. As pessoas querem se drogar. E isso é o que governos estúpidos, machistas, logo racistas, não querem ver.Querem se entorpecer sozinhos, sem concorrência. Entorpecer-se indelevelmente de poder e de grana.
É mais ou menos como a falaciosa frase - que já virou jargão baratíssimo e boçal- de que queremos paz!Estupidez!Temos que saber fazer a guerra certa isso sim! Jamais haverá paz, Nirvana maldito!Em nenhum Zoológico do Haver!O s leões, os vírus, as bactérias e os mosquitos da Dengue, que são formações do haver presentes para nós, não assinam esse requerimento!
E o mundo rola obscuro. Apagaram a luz e apresentaram a conta.
Nesse estado de excessão, o que foi que presenciamos?
Um Presidente cinicamente deslumbrado - agora então que vai virar estrela de cinema ninguém o segura mais-,uma postulante à presidência descontrolada, arrogante ao extremo e covarde! Comandou a pasta responsável pela matéria energética , disse o que disse ,mas não disse.E um lobão com pelos tingidos ,perdido na selva do Planalto. Se bem que ele é umvelho lobo palaciano!Sempre esteve por ali.
No ano da França iluminista , aqui nos trópicos, provou-se mais uma vez que é preciso cuidar das trevas.Quando há governo, quando há soberania.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Caetanamente
Caetano fala mal de Woody Allen que fala mal de alguém que fala mal do Presidente popularíssimo Luís Inácio da Silva.Nenhuma novidade até aqui , pois todo mundo fala mal de todo mundo, de preferência pelas costas ,o que denota alguma boa educação.Caetano diz que Woody é reacionário. Não concordo e já concordo ao perguntar: E quem não é?Woody por sua vez deu uma bordoada em Lévi- antropólogo Strauss, recém falecido,pois mostrou que o incesto não é tão universal assim e logo não nos especifica. Sobretudo, se for uma vingança contra a guerra do Vietnã. Mia Farrow que o diga E ela que apenas pariu na ficção Roman Polanskiana um bebê demônio. Rosemary's Baby, the movie.Agora, lá está o Roman , na Suíça, enjaulado, aguardando extradição.Roman ,assim como Woody, adora umas garotinhas perversas -´desculpe a redundância- de 13 ,14 anos.Caetano chamou Lula de analfabeto. Pergunto novamente: e quem não é em última instãncia?Tenho apreço imenso por Caetano,mas tal como indicara Carlinhos Lira , deve haver um novo CD Caetano a ser lançado em breve no mercado. Faz ele muito bem. É um provocador,lugar de quem faz arte. Porém, não se deve levar tudo tão a sério , afinal, ninguém sai vivo dessa cantoria toda.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Caetanamente
Caetano fala mal de Woody Allen que fala mal de alguém que fala mal do Presidente popularíssimo Luís Inácio da Silva.
Nenhuma novidade até aqui , pois todo mundo fala mal de todo mundo, de preferência pelas costas ,o que denota alguma boa educação.
Caetano diz que Woody é reacionário. Não concordo e já concordo ao perguntar: E quem não é?Woody por sua vez deu uma bordoada em Lévi- antropólogo Strauss, recém falecido,pois mostrou que o incesto não é tão universal assim e logo não nos especifica. Sobretudo, se for uma vingança contra a guerra do Vietnã. Mia Farrow que o diga E ela que apenas pariu na ficção Roman Polanskiana um bebê demônio. Rosemary's Baby, the movie.Agora, lá está o Roman , na Suíça, enjaulado, aguardando extradição.Roman ,assim como Woody, adora umas garotinhas perversas -´desculpe a redundância- de 13 ,14 anos.
Caetano chamou Lula de analfabeto. Pergunto novamente: e quem não é em última instãncia?
Tenho apreço imenso por Caetano,mas tal como indicara Carlinhos Lira , deve haver um novo CD Caetano a ser lançado em breve no mercado. Faz ele muito bem. É um provocador,lugar de quem faz arte. Porém, não se deve levar tudo tão a sério , afinal, ninguém sai vivo dessa cantoria toda.
Nenhuma novidade até aqui , pois todo mundo fala mal de todo mundo, de preferência pelas costas ,o que denota alguma boa educação.
Caetano diz que Woody é reacionário. Não concordo e já concordo ao perguntar: E quem não é?Woody por sua vez deu uma bordoada em Lévi- antropólogo Strauss, recém falecido,pois mostrou que o incesto não é tão universal assim e logo não nos especifica. Sobretudo, se for uma vingança contra a guerra do Vietnã. Mia Farrow que o diga E ela que apenas pariu na ficção Roman Polanskiana um bebê demônio. Rosemary's Baby, the movie.Agora, lá está o Roman , na Suíça, enjaulado, aguardando extradição.Roman ,assim como Woody, adora umas garotinhas perversas -´desculpe a redundância- de 13 ,14 anos.
Caetano chamou Lula de analfabeto. Pergunto novamente: e quem não é em última instãncia?
Tenho apreço imenso por Caetano,mas tal como indicara Carlinhos Lira , deve haver um novo CD Caetano a ser lançado em breve no mercado. Faz ele muito bem. É um provocador,lugar de quem faz arte. Porém, não se deve levar tudo tão a sério , afinal, ninguém sai vivo dessa cantoria toda.
domingo, 8 de novembro de 2009
Coisa de menino
O Maracanã encolheu ou fui eu que cresci?
Lembro-me da primeira vez que lá estive.Uma quarta- feira à noite do ano de 1974. Meu pai ainda era um herói desconhecido para mim.Trabalhava doze, treze horas por dia. Chegava tarde em casa , até porque o local do trabalho ficava bem distante.Além disso , tinha estado bem doente , o meu pai, alguns anos antes, o que o obrigara a uma licença médica prolongada. Quase morrera.Uma infecção no intestino delgado o deixara à beira do fim.Na época , o médico que o curara, já é falecido, tinha retornado há pouco tempo da Inglaterra e se tornara um especialista nesse mal. Era um Gentleman, mas sobretudo um excelente profissional.
De intestino novo, ele prometera levar então o filho menino ao estádio. Hoje, vislumbro que tamanho esforço - pois sempre estava cansado para tais empreitadas- era resultado da ameaça vascaína que rondava a minha casa. Os irmãos , os sobrinhos e até a nossa querida e saudosa empregada são torcedores fervorosos do clube português.Ele não quis arriscar tanto e por isso decidiu carregar o filhote para um vício novo.Vamos desbravar o meu estádio esportivo do mundo!O nosso coliseu!!
Banho tomado, dever escolar feito, jantar servido pela memorável Julieta "forno e fogão"- como era reconhecida- e lá estava o moleque preparado para entrar em campo.
O velho pai então me tomou nas mãos e descemos para rua. O táxi que passa é um vermelho Volkswagen com 4 portas. Bastante popular no Rio , nos anos 70. Meu pai não gostava de levar o próprio carro para o estádio nessa época. Coisa que mudaria uma década depois, onde o estacionamento da Universidade Do Estado do Rio , Uerj, pela proximidade com o estádio,tornara-se uma espécie de parque de diversão para peladeiros amadores.Nos tempos atuais, a reitoria da Universidade acabou com essa esculhambação.
O certo é que fomos aos estádio. O jogo era válido pelo campeonato carioca e o adversário tinha nome de santo:São Cristóvão. Meu pai também se chama Cristóvão , mas de santo nada tem.
O Clube de Regatas do Flamengo , nosso clube, é favorito. O Maracanã é gigantesco para minhas pernas pequeninas e meu olho deslumbrado. Tinha 8 anos de idade. O estádio contava 24 anos à essa altura.
Do lado oposto ao escolhido pelo velho para sentarmos havia uma bandinha que tocava incessantemente. Chamava-se Charanga do Flamengo e fora fundada décadas antes por um senhor , que nesse momento torna-se mais importante para mim do que o Presidente da República, chamado Jaime de Carvalho.A bandinha é muito boa e empurra torcedores e jogadores para algum lugar.Pode parecer loucura, digamos uma lesão cerebral, mas recordo o número de pessoas no estádio, naquela noite imortal: aproximadamente 30 mil pessoas. Sim, 30 mil a contemplar Flamengo contra o São-cri-cri. Vídeo cassete, Dvd, televisão a cabo, e outras tecnologias eram inimagináveis nesse momento. Se por lá aparecessem, uma revolta dar-se-ia por certo.
Vencemos por 2xo. Um dos gols foi marcado por um gringo, argentino boa praça, coisa rara,que atuava com a camisa nove: Doval era o seu nome. Doval, já falecido após excessos na madrugada portenha, era muito popular entre as mulheres,pois era "hombre muy guapo".Loiro de olhos claros, tinha talento e boça.Zico , O Arthur Antunes, nosso maior craque, estava começando.Eram bons parceiros.
Amigos lhes confesso que ainda tenho dúvidas se retornei ou não para casa. Creio que por lá permaneci. Não me recordo do caminho de volta.Fiquei refestelado ali naquela arquibancada de cimento escuro e sujo, encantado. Será que morri?Não.Contei para os meus amigos da escola o que havia se passado.Gesticulei muito ao imitar os gestos dos artistas da pelada. Só me contive porque percebi que um colega,ouvinte atento das minhas bizarrices, tinha tristeza nos olhos. E aí me lembrei: ele não tem mais o pai. Morrera alguns poucos meses antes da minha pantomima.Não poderia levá-lo mais aos jogos do seu Botafogo.Na verdade, jamais o levou.
Aquilo entristeceu-me e me deixou confuso, afinal pai não morre e o dele havia morrido.Ninguém me contara a respeito,ou seja, que os tais pais e as tais mães morriam!!!Mentiram para mim todo o tempo!E ainda havia um outro que comandava o jogo todo. Seria aquele juiz com o apito na boca arbitrando a transa toda?E o meu velho quase morrera por causa dos intestinos....
Durante anos, perturbei ao máximo o meu pai para que ele me levasse, também ao máximo, aos jogos de futebol. Era uma garantia infantil de que ele estaria vivo, ao meu lado. E uma vingança perversa também, já que o menino sem pai e sem jogo, era o melhor aluno de Matemática da escola e nessa época o seu time tinha o mau hábito de ganhar mais vezes do meu. A sacanagem começa desde cedinho.
Hoje, além do meu velho que, não liga mais pra jogo algum, há o pequeno rádio de pilha que confirma para mim que o estádio continua o mesmo de sempre, com as dimensões dos meus sonhos e atropelos. Ali é lugar para encantamento de menino.O resto é enganação de quem pensa que cresceu.
Lembro-me da primeira vez que lá estive.Uma quarta- feira à noite do ano de 1974. Meu pai ainda era um herói desconhecido para mim.Trabalhava doze, treze horas por dia. Chegava tarde em casa , até porque o local do trabalho ficava bem distante.Além disso , tinha estado bem doente , o meu pai, alguns anos antes, o que o obrigara a uma licença médica prolongada. Quase morrera.Uma infecção no intestino delgado o deixara à beira do fim.Na época , o médico que o curara, já é falecido, tinha retornado há pouco tempo da Inglaterra e se tornara um especialista nesse mal. Era um Gentleman, mas sobretudo um excelente profissional.
De intestino novo, ele prometera levar então o filho menino ao estádio. Hoje, vislumbro que tamanho esforço - pois sempre estava cansado para tais empreitadas- era resultado da ameaça vascaína que rondava a minha casa. Os irmãos , os sobrinhos e até a nossa querida e saudosa empregada são torcedores fervorosos do clube português.Ele não quis arriscar tanto e por isso decidiu carregar o filhote para um vício novo.Vamos desbravar o meu estádio esportivo do mundo!O nosso coliseu!!
Banho tomado, dever escolar feito, jantar servido pela memorável Julieta "forno e fogão"- como era reconhecida- e lá estava o moleque preparado para entrar em campo.
O velho pai então me tomou nas mãos e descemos para rua. O táxi que passa é um vermelho Volkswagen com 4 portas. Bastante popular no Rio , nos anos 70. Meu pai não gostava de levar o próprio carro para o estádio nessa época. Coisa que mudaria uma década depois, onde o estacionamento da Universidade Do Estado do Rio , Uerj, pela proximidade com o estádio,tornara-se uma espécie de parque de diversão para peladeiros amadores.Nos tempos atuais, a reitoria da Universidade acabou com essa esculhambação.
O certo é que fomos aos estádio. O jogo era válido pelo campeonato carioca e o adversário tinha nome de santo:São Cristóvão. Meu pai também se chama Cristóvão , mas de santo nada tem.
O Clube de Regatas do Flamengo , nosso clube, é favorito. O Maracanã é gigantesco para minhas pernas pequeninas e meu olho deslumbrado. Tinha 8 anos de idade. O estádio contava 24 anos à essa altura.
Do lado oposto ao escolhido pelo velho para sentarmos havia uma bandinha que tocava incessantemente. Chamava-se Charanga do Flamengo e fora fundada décadas antes por um senhor , que nesse momento torna-se mais importante para mim do que o Presidente da República, chamado Jaime de Carvalho.A bandinha é muito boa e empurra torcedores e jogadores para algum lugar.Pode parecer loucura, digamos uma lesão cerebral, mas recordo o número de pessoas no estádio, naquela noite imortal: aproximadamente 30 mil pessoas. Sim, 30 mil a contemplar Flamengo contra o São-cri-cri. Vídeo cassete, Dvd, televisão a cabo, e outras tecnologias eram inimagináveis nesse momento. Se por lá aparecessem, uma revolta dar-se-ia por certo.
Vencemos por 2xo. Um dos gols foi marcado por um gringo, argentino boa praça, coisa rara,que atuava com a camisa nove: Doval era o seu nome. Doval, já falecido após excessos na madrugada portenha, era muito popular entre as mulheres,pois era "hombre muy guapo".Loiro de olhos claros, tinha talento e boça.Zico , O Arthur Antunes, nosso maior craque, estava começando.Eram bons parceiros.
Amigos lhes confesso que ainda tenho dúvidas se retornei ou não para casa. Creio que por lá permaneci. Não me recordo do caminho de volta.Fiquei refestelado ali naquela arquibancada de cimento escuro e sujo, encantado. Será que morri?Não.Contei para os meus amigos da escola o que havia se passado.Gesticulei muito ao imitar os gestos dos artistas da pelada. Só me contive porque percebi que um colega,ouvinte atento das minhas bizarrices, tinha tristeza nos olhos. E aí me lembrei: ele não tem mais o pai. Morrera alguns poucos meses antes da minha pantomima.Não poderia levá-lo mais aos jogos do seu Botafogo.Na verdade, jamais o levou.
Aquilo entristeceu-me e me deixou confuso, afinal pai não morre e o dele havia morrido.Ninguém me contara a respeito,ou seja, que os tais pais e as tais mães morriam!!!Mentiram para mim todo o tempo!E ainda havia um outro que comandava o jogo todo. Seria aquele juiz com o apito na boca arbitrando a transa toda?E o meu velho quase morrera por causa dos intestinos....
Durante anos, perturbei ao máximo o meu pai para que ele me levasse, também ao máximo, aos jogos de futebol. Era uma garantia infantil de que ele estaria vivo, ao meu lado. E uma vingança perversa também, já que o menino sem pai e sem jogo, era o melhor aluno de Matemática da escola e nessa época o seu time tinha o mau hábito de ganhar mais vezes do meu. A sacanagem começa desde cedinho.
Hoje, além do meu velho que, não liga mais pra jogo algum, há o pequeno rádio de pilha que confirma para mim que o estádio continua o mesmo de sempre, com as dimensões dos meus sonhos e atropelos. Ali é lugar para encantamento de menino.O resto é enganação de quem pensa que cresceu.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Recusa em olhar,cegueira bem paga.
Na coluna de ontem ,publicada no Jornal O Globo, Ricardo Noblat mostrava algo mais do que visível e óbvio: o cinismo como nós cariocas tratamos o sanatório geral , a barbárie em que foi transformada o nosso cotidiano olímpico carioca.Ele se recordava de mortes ilustres provocadas por canalhas não tão ilustres ou que se tornaram ilustres graças ao oportunismo de alguns que insistem em tornar célebres psicopatas tresloucados. Há sempre aquele que procura por porquês - e é claro que conseguirá muito pouco em sua busca estéril- a fim de justificar o que, muitas vezes ,não possui justificativa correta.
Ele lembrava a reação em ilustre boteco carioca 24 horas após o assassinato de uma senhora rica no rico bairro do Leblon, Zona Sul Carioca , E QUE tem como prefeito o escritor Manoel Carlos.Os futriqueiros boêmios culpavam a falecida senhora por ter se assustado ou aberto o vidro do carro para fumar um pouquinho.Os antitabagistas condenavam-na por fumar!! Eu então aproveito o ensejo e a condeno por ter existido!!! O 'ME FUNAI" DE SÓFOCLES EM ÉDIPO REI é pertinente no momento.Quanto ao garotinho desnutrido,mal educado, boçal, covarde e filho de todos nós com a benção da santa igreja , não se fala , cala-se e se esquece.
Há vinte e quatro anos um rapaz ,que estudara no mesmo cursinho pré-vestibular que eu, assassinara uma adolescente de 15 ,16anos,covardemente.Perdoem-me pela insistência pleonástica do covardemente, afinal, trata-se de um crime sem condição para legítima defesa.
No dia seguinte ao crime, caminhando pela praia do balneário de Ipa-pá-pá-pá-pá-Nema, ouvi senhoras resmungarem em tom alto:"Absurdo.Como uma jovem sobe sozinha no apartamento de um rapaz?!"
Ela não subiu sozinha senhora! Ela por certo subiu com....Deus.Só que um tanto quanto atarefado (Deus tem aquele sintoma terrível do Governador José Serra: ele é um viciado em trabalho também), o Senhor Deus não pode fazer muita coisa pela criança.Deixo-a nas mãos do lobo mau.E um lobo mau fotogênico.Queria ser galã!Concorreu a um lugar de o mais burro , ou melhor, o mais belo a vestir sunga em programa televisivo popular.Lá venho eu com os meus pleonasmos....
Alguns anos depois, uns 15 anos mais ou menos,vi o canalha num evento social.Flertava com mocinhas da mesma idade que a defunta à época.Ele, um rapaz muito bonito, ria riso solto.Da nossa cara, é óbvio. No dia seguinte, procurei nos jornais para ver se o dito cujo teria ou não se metamorfoseado ( Isso existe ou é um carlucho-ne0-logismo ,isto é, palavra que inventei agora porque existe,é claro) ,não em barata Kafkaniana ,pois já o era, mas num previsível "serial killer".Nada havia.Pensei: Virou bandido profissional.Assassino sem deixar pistas!
Retornei à mesma praia .Não vi as senhoras tagarelas.Seriam vovozinhas da moça seduzida ,na noite anterior?Sei não.
O susto, o horror,a identificação com a vítima,enfim, a angústia em perceber que somos resultantes das aleatoriedades imprevisíveis do haver, nos tem (TÊM, COM ACENTO, EM MOÇAMBIQUE HÁ UM ANO ATRÁS ainda havia o acento) DEIXADO ASSIM:OLIMPICAMENTE CÍNICOS, ACOMODADOS,ACOVARDADOS,DEPRIMIDOS, PSICÓTICOS...MELHOR PARAR COM TANTO PLEONASMO!
Noblat tem razão na sua perplexidade.
Ele lembrava a reação em ilustre boteco carioca 24 horas após o assassinato de uma senhora rica no rico bairro do Leblon, Zona Sul Carioca , E QUE tem como prefeito o escritor Manoel Carlos.Os futriqueiros boêmios culpavam a falecida senhora por ter se assustado ou aberto o vidro do carro para fumar um pouquinho.Os antitabagistas condenavam-na por fumar!! Eu então aproveito o ensejo e a condeno por ter existido!!! O 'ME FUNAI" DE SÓFOCLES EM ÉDIPO REI é pertinente no momento.Quanto ao garotinho desnutrido,mal educado, boçal, covarde e filho de todos nós com a benção da santa igreja , não se fala , cala-se e se esquece.
Há vinte e quatro anos um rapaz ,que estudara no mesmo cursinho pré-vestibular que eu, assassinara uma adolescente de 15 ,16anos,covardemente.Perdoem-me pela insistência pleonástica do covardemente, afinal, trata-se de um crime sem condição para legítima defesa.
No dia seguinte ao crime, caminhando pela praia do balneário de Ipa-pá-pá-pá-pá-Nema, ouvi senhoras resmungarem em tom alto:"Absurdo.Como uma jovem sobe sozinha no apartamento de um rapaz?!"
Ela não subiu sozinha senhora! Ela por certo subiu com....Deus.Só que um tanto quanto atarefado (Deus tem aquele sintoma terrível do Governador José Serra: ele é um viciado em trabalho também), o Senhor Deus não pode fazer muita coisa pela criança.Deixo-a nas mãos do lobo mau.E um lobo mau fotogênico.Queria ser galã!Concorreu a um lugar de o mais burro , ou melhor, o mais belo a vestir sunga em programa televisivo popular.Lá venho eu com os meus pleonasmos....
Alguns anos depois, uns 15 anos mais ou menos,vi o canalha num evento social.Flertava com mocinhas da mesma idade que a defunta à época.Ele, um rapaz muito bonito, ria riso solto.Da nossa cara, é óbvio. No dia seguinte, procurei nos jornais para ver se o dito cujo teria ou não se metamorfoseado ( Isso existe ou é um carlucho-ne0-logismo ,isto é, palavra que inventei agora porque existe,é claro) ,não em barata Kafkaniana ,pois já o era, mas num previsível "serial killer".Nada havia.Pensei: Virou bandido profissional.Assassino sem deixar pistas!
Retornei à mesma praia .Não vi as senhoras tagarelas.Seriam vovozinhas da moça seduzida ,na noite anterior?Sei não.
O susto, o horror,a identificação com a vítima,enfim, a angústia em perceber que somos resultantes das aleatoriedades imprevisíveis do haver, nos tem (TÊM, COM ACENTO, EM MOÇAMBIQUE HÁ UM ANO ATRÁS ainda havia o acento) DEIXADO ASSIM:OLIMPICAMENTE CÍNICOS, ACOMODADOS,ACOVARDADOS,DEPRIMIDOS, PSICÓTICOS...MELHOR PARAR COM TANTO PLEONASMO!
Noblat tem razão na sua perplexidade.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Paulo Leminski inventou o twitter
O Curitibano Paulo Leminsky ,morto aos 45 anos, inventou o Twitter.Afirmo isso depois de observar uma exposição em São Paulo, vi na Internet, sobre a sua obra. Paulo era minimalista.Seus poemas eram curtíssimos.Adepto de uma técnica milenar japonesa que buscava uma escrita através da qual se tentaria dizer o máximo com o mínimo de caracteres. Era assim também com as sua composições. Foi parceiro, dentre outros, de Caetano Veloso.
Vinte anos depois de sua morte, em 1989, Paulo está virando moda,pois o tal do twitter também apresenta pequenos textos, 140 caracteres no máximo,onde pessoas são seguidas para seguir também. Ainda não entrei na onda ,já que não tenho a mestria de Paulo e de outros para produzir textos muito curtos e interessantes. Se é que consigo através de mais caracteres. Porém, começa-se pela faixa branca ,azul, para quem sabe, chegar a faixa marrom ou preta.
Preta também era a faixa do quimono de judô do Paulo que também fazia traduções em vários idiomas.
Há uma ingenuidade por parte de alguns que acreditam que a tecnologia vai melhorar tudo,inclusive o tal do mundo.O mundo não quer melhorar,não quer ser salvo tal como acreditam alguns verdes.E são verdes bem madurinhos....O que não significa que tenhamos que arrebentar de vez com o planeta. Podemos maltratá-lo menos,visto que não maltratá-lo seria impossível.Talvez possamos sacar que nós somos a poluição do planeta .Perguntem a qualquer formiga pisoteada à vontade por aí?A qualquer baratinha que só porque é feia engendra todo o horror e nojo aonde passa?
A tecnologia é o melhor movimento histérico já produzido.O que é para depois de amanhã já está atrasado. Isso nos dá uma sensação de inadimplência enorme. Aquele computador "brain new" já se tornou " brain old" em poucos meses. Conseguimos lidar sabiamente com isso? Conseguimos absorver parte das péssimas notícias que ocorrem, serenamente?
Fui alertado que o momento é interessante pois cabe de tudo. Sempre coube de tudo, a não ser em períodos ditatoriais , sem estado de direito para haver de tudo. Vejo no momento a exclusão fascista de alguns saberes, ditos e produções.Justo porque uma certa boçalidade fracassou também.Deixou de fundamentar as mentes todas. Alegro-me ,porém, ao poder rever Leminski em exposição relevante. Paulo Leminski prova que a poesia de alto nível -há poesia de baixo nível ,ou melhor ,pode-se chamar de Poesia ,o baixo nível?- é contemporânea de qualquer tempo,em qualquer lugar,onde quer que haja.
Vinte anos depois de sua morte, em 1989, Paulo está virando moda,pois o tal do twitter também apresenta pequenos textos, 140 caracteres no máximo,onde pessoas são seguidas para seguir também. Ainda não entrei na onda ,já que não tenho a mestria de Paulo e de outros para produzir textos muito curtos e interessantes. Se é que consigo através de mais caracteres. Porém, começa-se pela faixa branca ,azul, para quem sabe, chegar a faixa marrom ou preta.
Preta também era a faixa do quimono de judô do Paulo que também fazia traduções em vários idiomas.
Há uma ingenuidade por parte de alguns que acreditam que a tecnologia vai melhorar tudo,inclusive o tal do mundo.O mundo não quer melhorar,não quer ser salvo tal como acreditam alguns verdes.E são verdes bem madurinhos....O que não significa que tenhamos que arrebentar de vez com o planeta. Podemos maltratá-lo menos,visto que não maltratá-lo seria impossível.Talvez possamos sacar que nós somos a poluição do planeta .Perguntem a qualquer formiga pisoteada à vontade por aí?A qualquer baratinha que só porque é feia engendra todo o horror e nojo aonde passa?
A tecnologia é o melhor movimento histérico já produzido.O que é para depois de amanhã já está atrasado. Isso nos dá uma sensação de inadimplência enorme. Aquele computador "brain new" já se tornou " brain old" em poucos meses. Conseguimos lidar sabiamente com isso? Conseguimos absorver parte das péssimas notícias que ocorrem, serenamente?
Fui alertado que o momento é interessante pois cabe de tudo. Sempre coube de tudo, a não ser em períodos ditatoriais , sem estado de direito para haver de tudo. Vejo no momento a exclusão fascista de alguns saberes, ditos e produções.Justo porque uma certa boçalidade fracassou também.Deixou de fundamentar as mentes todas. Alegro-me ,porém, ao poder rever Leminski em exposição relevante. Paulo Leminski prova que a poesia de alto nível -há poesia de baixo nível ,ou melhor ,pode-se chamar de Poesia ,o baixo nível?- é contemporânea de qualquer tempo,em qualquer lugar,onde quer que haja.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Bisbilhotices
Aquela moça que fecha a janela,cerrou um tesão escópico de apenas bisbilhotar.Xinguei-a,Xinguei-a!Êta palavra feia essa tal de xinguei-a! Como se atreve cortar o meu tesão de olho!!!
É assim. Agora, o pássaro robusto sobrevoa elegantemente os edifícios. Sem turbulência aparente.Aonde andará o seu predador?O seu amor? Não seria uma forma de amar?Fazemos isso dia inteiro. Vejam o trânsito que é por onde as pessoas se deslocam!Uma beleza, um índice de civilidade.E o pássaro prossegue sua desventura. À noite creio que se recolhem....pra continuar a guerra. Nosotros también pero fingimos que não. Aquela vidinha , aquele não haver que não há .ÊTA NÃO HAVER QUE INSISTI EM NO HABER!Será que os pássaros.. vejamos um gavião ou um abutre :Será que eles também não se angustiam pelo fato de desejarem aquilo que não há de fato? E porque gaviões ou abutres?Andorinhas e o vira-lata, que barrou o meu tesão em somente contemplar o seu vôo ao desaparecer, também merecem consideração semelhante.Por que não? E de porquês e porquês não chegamos a lugar algum. São múltiplas as possibilidades que se imiscuem promiscuamente que não há condição de estabelecer , de reconhecer aquele momento em que tudo começou. O sonho da ciência e de boa parte da filosofia provavelmente jamais se realizará.E pra que eu quero saber disso? O que importa é saber fazer.Saber fazer com o comparecente.De preferência com elegância.O que não comparece não tem discurso possível agora e aqui.Ele pode estar em potência.E aí quando a gente sonha,quando a gente tropeça...
Outras janelas vão se abrindo. Não vejo rostos novos ou antigos.Há um quadro dizendo coisas naquela parede do quarto andar. No andar de baixo, um relógio belo e antigo mostra hora vencida. Essa janela dos quadros que dizem, desnuda um apartamento recém reformado, ou seja, reinventado.Conheci-o , escopicamente é bem verdade, moribundo.Recuperou-se ao virar de ponta cabeça.
O pássaro retornou mais uma vez. Será que tem GPS? Está tão escuro...Ele insisti em retornar.Curiosa insistência de pássaro.
É assim. Agora, o pássaro robusto sobrevoa elegantemente os edifícios. Sem turbulência aparente.Aonde andará o seu predador?O seu amor? Não seria uma forma de amar?Fazemos isso dia inteiro. Vejam o trânsito que é por onde as pessoas se deslocam!Uma beleza, um índice de civilidade.E o pássaro prossegue sua desventura. À noite creio que se recolhem....pra continuar a guerra. Nosotros también pero fingimos que não. Aquela vidinha , aquele não haver que não há .ÊTA NÃO HAVER QUE INSISTI EM NO HABER!Será que os pássaros.. vejamos um gavião ou um abutre :Será que eles também não se angustiam pelo fato de desejarem aquilo que não há de fato? E porque gaviões ou abutres?Andorinhas e o vira-lata, que barrou o meu tesão em somente contemplar o seu vôo ao desaparecer, também merecem consideração semelhante.Por que não? E de porquês e porquês não chegamos a lugar algum. São múltiplas as possibilidades que se imiscuem promiscuamente que não há condição de estabelecer , de reconhecer aquele momento em que tudo começou. O sonho da ciência e de boa parte da filosofia provavelmente jamais se realizará.E pra que eu quero saber disso? O que importa é saber fazer.Saber fazer com o comparecente.De preferência com elegância.O que não comparece não tem discurso possível agora e aqui.Ele pode estar em potência.E aí quando a gente sonha,quando a gente tropeça...
Outras janelas vão se abrindo. Não vejo rostos novos ou antigos.Há um quadro dizendo coisas naquela parede do quarto andar. No andar de baixo, um relógio belo e antigo mostra hora vencida. Essa janela dos quadros que dizem, desnuda um apartamento recém reformado, ou seja, reinventado.Conheci-o , escopicamente é bem verdade, moribundo.Recuperou-se ao virar de ponta cabeça.
O pássaro retornou mais uma vez. Será que tem GPS? Está tão escuro...Ele insisti em retornar.Curiosa insistência de pássaro.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Viva as Pára-Olimpíadas!!!!
Lembram-se do Sr.Sarney?Continua por lá.Fico a imaginar os acordos que não foram feitos depois de uma trégua na mídia.Aliás, aquele programa do Sr Jô Soares entrevistando as moças jornalistas que relatavam as barbaridades,somente as permitidas de serem divulgadas, é claro, até porque não sabem da maioria,no Senado,na Câmara Federal sumiu. Será que mandaram algum recado para a nobre empresa televisiva? Será que na dita empresa lembraram-se de que existe um empréstimo anual junto ao BNDS , acho que agora é BNDSE, enfim, Banco Nacional de Desenvolvimento, e que deve ser renovado mais uma vez, "forever"? Afinal, recessão é recessão e as empresas de Comunicação estão um tanto quanto quebradas.
No Jornal Norte-Americano,ou melhor, Estadunidense (senão minha mulher, que é Geógrafa e não tem a menor simpatia pelos discípulos do Tio Sam,me mata) 'Chicago Tribune' a pesquisa popular revelou que 87% dos habitantes de lá não querem a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 nos seus domínios. Alegam que bilhões de dólares seriam gastos para um evento que dura somente 2 semanas.Devem ser loucos!! "Terceiromundistas" por certo!!!
Por aqui não.Somos entusiastas pela candidatura carioca , e eu enquanto carioca e habitante da cidade ex-maravilha nem ousaria dizer o contrário,sou a favor-. Teremos investimentos -basta ver a herança profícua dos Jogos Pan-Americanos , há dois anos-, mais ou menos semelhantes aos que foram feitos na ....Cidade da Música!! Construção inacabada,não inaugurada, com atraso de alguns anos e com milhões de Reais, quantia muito maior mais do que o previsto e acordado a princípio. Aliás, no Tal do Pan também foi assim. A grana dispendida foi muito mais alta e houve alguns pequenos vexames.Enquanto isso aquelas bobagens tais como hospitais, escolas, transporte adequado, segurança...Alegam então que o tal torneio olímpico reverterá alguns desses quadros penosos do nosso cotidiano 'apolíneo'.
Somos todos a favor. Logo, não podemos reclamar muito de alguns que ocupam certos cargos públicos poderosos.Eles estão certos.É assim mesmo. Maquiavel também estava." Ao rebanho, perdão,ao povo pão e circo" .O povão já jogou a toalha faz tempo. E a abominável classe média?Com quem conversamos,hein? Olha que eu voto na Dilma - eu e o "muy amigo" Presidente Chávez-,no Romário,no Edmundo, numa perua que faliu,etc. O circo é gigantesco.
Minha fantasia de Arlequim já está encomendada.Vale ouro ,prata ou bronze?
No Jornal Norte-Americano,ou melhor, Estadunidense (senão minha mulher, que é Geógrafa e não tem a menor simpatia pelos discípulos do Tio Sam,me mata) 'Chicago Tribune' a pesquisa popular revelou que 87% dos habitantes de lá não querem a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 nos seus domínios. Alegam que bilhões de dólares seriam gastos para um evento que dura somente 2 semanas.Devem ser loucos!! "Terceiromundistas" por certo!!!
Por aqui não.Somos entusiastas pela candidatura carioca , e eu enquanto carioca e habitante da cidade ex-maravilha nem ousaria dizer o contrário,sou a favor-. Teremos investimentos -basta ver a herança profícua dos Jogos Pan-Americanos , há dois anos-, mais ou menos semelhantes aos que foram feitos na ....Cidade da Música!! Construção inacabada,não inaugurada, com atraso de alguns anos e com milhões de Reais, quantia muito maior mais do que o previsto e acordado a princípio. Aliás, no Tal do Pan também foi assim. A grana dispendida foi muito mais alta e houve alguns pequenos vexames.Enquanto isso aquelas bobagens tais como hospitais, escolas, transporte adequado, segurança...Alegam então que o tal torneio olímpico reverterá alguns desses quadros penosos do nosso cotidiano 'apolíneo'.
Somos todos a favor. Logo, não podemos reclamar muito de alguns que ocupam certos cargos públicos poderosos.Eles estão certos.É assim mesmo. Maquiavel também estava." Ao rebanho, perdão,ao povo pão e circo" .O povão já jogou a toalha faz tempo. E a abominável classe média?Com quem conversamos,hein? Olha que eu voto na Dilma - eu e o "muy amigo" Presidente Chávez-,no Romário,no Edmundo, numa perua que faliu,etc. O circo é gigantesco.
Minha fantasia de Arlequim já está encomendada.Vale ouro ,prata ou bronze?
domingo, 27 de setembro de 2009
A boemia
A boemia não combina com a lei seca.
A lei seca é um mal necessário. Vivíamos , e ainda vivemos, uma guerra no trânsito. Nossa falta de educação nos levou a isso. Duas taças de vinho e um pouquinho de Própolis com álcool para aliviar a garganta e pronto: estamos bêbados. E eu não sabia...
Passei quase vinte anos na boemia dirigindo as minhas pernas mecânicas ,de variadas cilindradas,diferentes cores,modelos. Tive problemas, sobretudo com maus policiais atrás de uma grana extra,mas nada muito sério.
Envolvi-me uma vez numa briga de trânsito na madrugada com um sujeito que avançara o sinal e fez com que eu e o carro que vinha atrás tivéssemos que subir na calçada a fim de evitar o pior. O desentendimento nos levou à delegacia. O irresponsável com o nariz sangrando e eu com um olho roxo.Boçalidades também acompanham boêmios.
Fui sócio de quase todas as casas noturnas ,familiares é claro, do Rio. Tínhamos hábitos para lá de saudáveis e chegamos a batizar uma das nossas madrugadas de quinta sem lei.Lei seca, é claro!
Tempos em que a Lapa era Lapa. Em que Baixo Leblon era Baixo Leblon e não Lapa. Diagonal era Diagonal e o barril de chopp do Jobi o meu banquinho predileto.No Real Astória,chamado de RÁ pelos frequentadores, vi estrelas do Rock in Rio I desfilarem, e nenhum fotógrafo inconveniente por perto. Não eram celebridades e sim gente interessante, talentosa.
O Clipper atraía as jovens mais belas do Leblon,numa das suas esquinas mais charmosas, e era lá, a cada Copa do Mundo , que conversávamos sobre algo que está sumindo na Cidade: futebol de qualidade.Bebíamos chopp em copos de vidro e nunca vi uma confusão para valer. Daquelas que valem à pena serem chamadas de confusão.
Na primeira metade dos anos noventa o ambiente mudou...para pior.
É curioso. O avanço tecnológico que nos ajuda tanto veio acompanhado de uma guerra sem fim.Uma hostilidade boçal. Uma exclusão progressiva e propagada.O Rio faliu na segunda metade dos anos 80 e vai se reerguendo economicamente agora,mas os tempos de Glória ficaram para trás.Até o Hotel Glória fechou!!Mas vai reabrir....O Glamour morreu e sandália Havaiana virou traje a rigor. Insisto: a perda da condição de capital política e cultural do país nos custou a existência. Décadas de péssimas administrações contribuíram decisivamente para isso.
Recentemente, encontrei em evento festivo um rapaz que olhava para o mundo , o mundo dele naquele momento era eu, modéstia alguma, e se perguntava , entre um gole e outro, como foi possível sobrevivermos a tudo o que vivemos? E o tal fulano nem me conhecia...Respondi-lhe secamente: uma dose boa de Whisky com sorte.
Sorte e também o fato de que a cidade era menos enlouquecida,menos violenta.Circulávamos noite a dentro e funcionávamos a contento.Daqui a pouco, logo mais, haverá toque de recolher oficial,visto que toque de recolher oficioso já é realizado pela turma.Pé sujo ficou limpinho com cara de Mac Donalds.É tudo igual.Aonde foi parar a nossa singularidade?
O texto parece saudosista e é.Parece chato e é também.Porém, a boemia está ficando mais chata com a nossa burrice, com a nossa caretice, com a nossa descortesia. Na boemia de hoje há pouca poesia e os "boêmios" ficantes estão transformando taxistas em babás,"super nannys".
A tal da lei seca( repito: mal necessário), é um chopp pra lá de mal tirado.
A lei seca é um mal necessário. Vivíamos , e ainda vivemos, uma guerra no trânsito. Nossa falta de educação nos levou a isso. Duas taças de vinho e um pouquinho de Própolis com álcool para aliviar a garganta e pronto: estamos bêbados. E eu não sabia...
Passei quase vinte anos na boemia dirigindo as minhas pernas mecânicas ,de variadas cilindradas,diferentes cores,modelos. Tive problemas, sobretudo com maus policiais atrás de uma grana extra,mas nada muito sério.
Envolvi-me uma vez numa briga de trânsito na madrugada com um sujeito que avançara o sinal e fez com que eu e o carro que vinha atrás tivéssemos que subir na calçada a fim de evitar o pior. O desentendimento nos levou à delegacia. O irresponsável com o nariz sangrando e eu com um olho roxo.Boçalidades também acompanham boêmios.
Fui sócio de quase todas as casas noturnas ,familiares é claro, do Rio. Tínhamos hábitos para lá de saudáveis e chegamos a batizar uma das nossas madrugadas de quinta sem lei.Lei seca, é claro!
Tempos em que a Lapa era Lapa. Em que Baixo Leblon era Baixo Leblon e não Lapa. Diagonal era Diagonal e o barril de chopp do Jobi o meu banquinho predileto.No Real Astória,chamado de RÁ pelos frequentadores, vi estrelas do Rock in Rio I desfilarem, e nenhum fotógrafo inconveniente por perto. Não eram celebridades e sim gente interessante, talentosa.
O Clipper atraía as jovens mais belas do Leblon,numa das suas esquinas mais charmosas, e era lá, a cada Copa do Mundo , que conversávamos sobre algo que está sumindo na Cidade: futebol de qualidade.Bebíamos chopp em copos de vidro e nunca vi uma confusão para valer. Daquelas que valem à pena serem chamadas de confusão.
Na primeira metade dos anos noventa o ambiente mudou...para pior.
É curioso. O avanço tecnológico que nos ajuda tanto veio acompanhado de uma guerra sem fim.Uma hostilidade boçal. Uma exclusão progressiva e propagada.O Rio faliu na segunda metade dos anos 80 e vai se reerguendo economicamente agora,mas os tempos de Glória ficaram para trás.Até o Hotel Glória fechou!!Mas vai reabrir....O Glamour morreu e sandália Havaiana virou traje a rigor. Insisto: a perda da condição de capital política e cultural do país nos custou a existência. Décadas de péssimas administrações contribuíram decisivamente para isso.
Recentemente, encontrei em evento festivo um rapaz que olhava para o mundo , o mundo dele naquele momento era eu, modéstia alguma, e se perguntava , entre um gole e outro, como foi possível sobrevivermos a tudo o que vivemos? E o tal fulano nem me conhecia...Respondi-lhe secamente: uma dose boa de Whisky com sorte.
Sorte e também o fato de que a cidade era menos enlouquecida,menos violenta.Circulávamos noite a dentro e funcionávamos a contento.Daqui a pouco, logo mais, haverá toque de recolher oficial,visto que toque de recolher oficioso já é realizado pela turma.Pé sujo ficou limpinho com cara de Mac Donalds.É tudo igual.Aonde foi parar a nossa singularidade?
O texto parece saudosista e é.Parece chato e é também.Porém, a boemia está ficando mais chata com a nossa burrice, com a nossa caretice, com a nossa descortesia. Na boemia de hoje há pouca poesia e os "boêmios" ficantes estão transformando taxistas em babás,"super nannys".
A tal da lei seca( repito: mal necessário), é um chopp pra lá de mal tirado.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Batismo de sangue
Batismo de sangue é nome do filme de Helvécio Ratton produzido em 2006-2007.
Costumo ter uma preocupação com filmes nacionais quando abordam temas políticos.Normalmente,a direção é extremamente passional,reativa, etc.
Nunca assisti, ou não me lembro (recalque operando nesse ato de esquecer), a um filme tendenciosamente à direita,mas seria interessante um direitista inteligente apresentar alguma versão dos fatos.Direitista inteligente também há.Quem disse que canhoto é que é inteligente ou progressista? Conhecemos alguns que até estão no poder e que são verdadeiros imbecis,incultos,desonestos,covardes ,invejosos,assassinos,etc.Iguaizinhos a certos direitistas a quem acusam até por terem, eles,esquerdóides,nascidos esquerdóides.
Direções à parte, o filme é bom.Bem dirigido,ótimo elenco.Caio Blat ,que está maravilhoso,faz o Frei Tito,um dos Dominicanos que resolvem corajosamente enfrentar os gorilas da tortura e repressão nos aos 60-70.Frei Beto, excelente trabalho de Daniel de Oliveira,é outro personagem importante presente.Aqui me policio,desconfio..de mim,pois já ia omitindo as belas performances da turma que tortura impiedosamente.Cassio Gabus Mendes ressuscitou divinamente o abominável delegado paulista Fleury.Outros atores,nos papéis de freis dominicanos também estão ótimos . As cenas de tortura são pesadíssimas.Talvez das mais pesadas que já foram gravadas no nosso cinema.Contrastando com a serenidade dominicana.
Ao Tomar partido qualquer juízo fica comprometido. Não é à toa que o pensamento Kantiano na formulação de um Juízo Moral, Consciência Moral, vem tentar estabelecer alguma metafísica possível.
Afora todo brilhantismo da obra do autor alemão, o resultado obtido também foi aquele conceito esquisito de um imperativo categórico que diz que" devemos agir de forma tal que o nosso desejo seja alçado à condição de um desejo universal,para todos". VIVA A PERVERSIDADE SOCIAL.Aí vem a desculpa de que o que interessa mesmo não são as qualidades dos atos,e sim as suas intenções .Ora! Sabemos de sobejo que de boas intenções o gélido inferno está repleto. Aí o futebol e algumas das suas normas quebra a cara porque o camarada (não é ironia à chamada esquerda ) é derrubado na área faltosamente ,logo é pênalti .Não tem essa de ficar checando se o zagueiro metafisicamene teve boas intenções ao arrancar a perna do nobre atacante.Claro que teve...
Portanto,mesmo sabendo que tratava-se de um filme , de um fato que já ocorrera há 40 anos,entrei na guerra junto com os Dominicanos. E lembrei um importante fato: ao enlouquecer e refugiar-se num mosteiro na França, Frei Tito alucinava a presença do terrorista Fleury que o torturara na cadeia. O ano é 1973. Nesse ano houve o acidente com o Boeing da Varig no aeroporto de Orly,na França.Fleury foi uma das vítimas fatais.Morrera tostado.
Teria sido antes ou depois do surto/suicídio do Frei?
Sim, pois ele,Frei Tito, comete suicídio nesse mesmo ano. O ano de 1973. Ano em que fui pela primeira vez ao Maracanã.Lá estavam alguns zagueiros metafisicamente zagueirando com eles próprios.
Vale à pena checar o filme.O trabalho de Caio já vale a ida à locadora.
Costumo ter uma preocupação com filmes nacionais quando abordam temas políticos.Normalmente,a direção é extremamente passional,reativa, etc.
Nunca assisti, ou não me lembro (recalque operando nesse ato de esquecer), a um filme tendenciosamente à direita,mas seria interessante um direitista inteligente apresentar alguma versão dos fatos.Direitista inteligente também há.Quem disse que canhoto é que é inteligente ou progressista? Conhecemos alguns que até estão no poder e que são verdadeiros imbecis,incultos,desonestos,covardes ,invejosos,assassinos,etc.Iguaizinhos a certos direitistas a quem acusam até por terem, eles,esquerdóides,nascidos esquerdóides.
Direções à parte, o filme é bom.Bem dirigido,ótimo elenco.Caio Blat ,que está maravilhoso,faz o Frei Tito,um dos Dominicanos que resolvem corajosamente enfrentar os gorilas da tortura e repressão nos aos 60-70.Frei Beto, excelente trabalho de Daniel de Oliveira,é outro personagem importante presente.Aqui me policio,desconfio..de mim,pois já ia omitindo as belas performances da turma que tortura impiedosamente.Cassio Gabus Mendes ressuscitou divinamente o abominável delegado paulista Fleury.Outros atores,nos papéis de freis dominicanos também estão ótimos . As cenas de tortura são pesadíssimas.Talvez das mais pesadas que já foram gravadas no nosso cinema.Contrastando com a serenidade dominicana.
Ao Tomar partido qualquer juízo fica comprometido. Não é à toa que o pensamento Kantiano na formulação de um Juízo Moral, Consciência Moral, vem tentar estabelecer alguma metafísica possível.
Afora todo brilhantismo da obra do autor alemão, o resultado obtido também foi aquele conceito esquisito de um imperativo categórico que diz que" devemos agir de forma tal que o nosso desejo seja alçado à condição de um desejo universal,para todos". VIVA A PERVERSIDADE SOCIAL.Aí vem a desculpa de que o que interessa mesmo não são as qualidades dos atos,e sim as suas intenções .Ora! Sabemos de sobejo que de boas intenções o gélido inferno está repleto. Aí o futebol e algumas das suas normas quebra a cara porque o camarada (não é ironia à chamada esquerda ) é derrubado na área faltosamente ,logo é pênalti .Não tem essa de ficar checando se o zagueiro metafisicamene teve boas intenções ao arrancar a perna do nobre atacante.Claro que teve...
Portanto,mesmo sabendo que tratava-se de um filme , de um fato que já ocorrera há 40 anos,entrei na guerra junto com os Dominicanos. E lembrei um importante fato: ao enlouquecer e refugiar-se num mosteiro na França, Frei Tito alucinava a presença do terrorista Fleury que o torturara na cadeia. O ano é 1973. Nesse ano houve o acidente com o Boeing da Varig no aeroporto de Orly,na França.Fleury foi uma das vítimas fatais.Morrera tostado.
Teria sido antes ou depois do surto/suicídio do Frei?
Sim, pois ele,Frei Tito, comete suicídio nesse mesmo ano. O ano de 1973. Ano em que fui pela primeira vez ao Maracanã.Lá estavam alguns zagueiros metafisicamente zagueirando com eles próprios.
Vale à pena checar o filme.O trabalho de Caio já vale a ida à locadora.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
correções
No texto abaixo seguem correções: HIPOCONDRÍACO - O ASSENTO ESTÁ NO LUGAR ERRADO , HIPOCONDRIÁCO.UTIL - CAIU O ACENTO COM A NOVA REFORMA? SENÃO VAMOS LÁ DE ÚTIL. E A PALAVRA EXTRAVAGÂNCIA , VEIO COM O ACENTO ERRADO : EXTRAVAGÃNCIA.
MERCI
MERCI
domingo, 20 de setembro de 2009
A velhice
A velhice me irrita, a velhice me constrange, a velhice me assusta.
Sofro das reminiscências histéricas do meu tempo que é o toda hora.
Já achei que fosse hipocondriáco,mas não sou louco assim. Não fabrico doenças. Sou sim uma doença que insisti tão somente. Meu corpo pobre- e não o corpo mais potente e rico que está na garagem do prédio ou na memória vasta desse computador - quando dói é dor só minha. A solidão também está aí.
Estômago. intestino, fígado são propriedades de um macaco gaiato. Qualquer hipopótamo tem aparelhos mais sofisticados para digerir seus próprios....filhotes! E não são processados por tal ato e nem precisam de sal de frutas.
Uma merda de um vírus estraga viagens e sonhos. E o pior: veio de um porco!
No penúltimo verão, a estrela foi um mosquito. Matou centenas de pessoas. Esse ano ele prosseguiu com a sua carnificina sanguinária ( QUAL É O GRUPO SANGUÍNEO FAVORITO DO AEDES?) no Estado da Bahia, mas como por lá o Governador é amigo e partidário do Presidente que nada sabe , que nada viu, deixamos de lado.
A velhice é uma indignação diante dos diversos tesões que nos acossam , que nos tentam à toda hora, a todo momento. Ela é indignada , daí a sua famosa teimosia heróica , e é indigna no seu existir degenerativo.
Quando olho para o meu velho pai sem memória, ou seja, praticamente sem existência util, revolto-me E ,OBVIAMENTE,me assusto.Definitivamente,não aceito aquele quadro.Fico puto inclusive com ele,o portador! Extravagãncias demasaiadas e negligência denegada contribuíram para tal tragédia.Sim.É trágico sim,já que o processo é irreversível.A velhice é triste também.
Portanto, velhos com 20,30,40 ou mais: temos que nos cuidar.Previnir melhor. FAZER ANÁLISE para poder digerir ou não os horrores e delícias ( tentações!?) que nos invadem todos os dias. Senão você pode encontrar aquele doutor que vai lhe dizer o seguinte absurdo: "o estômago, o intestino, o coração e a prima vesícula são órgãos ma-ra-vi-lho-sos!"
Sofro das reminiscências histéricas do meu tempo que é o toda hora.
Já achei que fosse hipocondriáco,mas não sou louco assim. Não fabrico doenças. Sou sim uma doença que insisti tão somente. Meu corpo pobre- e não o corpo mais potente e rico que está na garagem do prédio ou na memória vasta desse computador - quando dói é dor só minha. A solidão também está aí.
Estômago. intestino, fígado são propriedades de um macaco gaiato. Qualquer hipopótamo tem aparelhos mais sofisticados para digerir seus próprios....filhotes! E não são processados por tal ato e nem precisam de sal de frutas.
Uma merda de um vírus estraga viagens e sonhos. E o pior: veio de um porco!
No penúltimo verão, a estrela foi um mosquito. Matou centenas de pessoas. Esse ano ele prosseguiu com a sua carnificina sanguinária ( QUAL É O GRUPO SANGUÍNEO FAVORITO DO AEDES?) no Estado da Bahia, mas como por lá o Governador é amigo e partidário do Presidente que nada sabe , que nada viu, deixamos de lado.
A velhice é uma indignação diante dos diversos tesões que nos acossam , que nos tentam à toda hora, a todo momento. Ela é indignada , daí a sua famosa teimosia heróica , e é indigna no seu existir degenerativo.
Quando olho para o meu velho pai sem memória, ou seja, praticamente sem existência util, revolto-me E ,OBVIAMENTE,me assusto.Definitivamente,não aceito aquele quadro.Fico puto inclusive com ele,o portador! Extravagãncias demasaiadas e negligência denegada contribuíram para tal tragédia.Sim.É trágico sim,já que o processo é irreversível.A velhice é triste também.
Portanto, velhos com 20,30,40 ou mais: temos que nos cuidar.Previnir melhor. FAZER ANÁLISE para poder digerir ou não os horrores e delícias ( tentações!?) que nos invadem todos os dias. Senão você pode encontrar aquele doutor que vai lhe dizer o seguinte absurdo: "o estômago, o intestino, o coração e a prima vesícula são órgãos ma-ra-vi-lho-sos!"
Parar,insistir,continuar....
Curioso quando se para.
Interromper movimentos que seguem o seu fluxo como se fossem um caminho único e necessário é penoso,pois o recomeço é mais difícil. Continuidade é fundamental.
Escrever é um exercício como outro qualquer. Quem tem o hábito de práticar esportes conhece bem as dores após uma interrupção. As limitações ficam impressas no corpo.A máquina enferruja. O corpo que possuímos é uma tolice completa sem as possibilidades reversivas da nossa mente . Essa ferramenta que utilizo nesse momento, de cepa binária mas com perpectivas ambiciosíssimas à frente, chamada computador, acelera a debilidade dos meus dedos idiotas, por exemplo. Alguns senhores, tais como Liszt ou Beethoven, diante de um piano pareciam ter dezenas de dedos,não idiotas.Interromper um exercício de escrita também. A folha em branco é um algoz poderoso e cruel.Preenchê-la pertinentemente é uma vitória grandiosa.Goza-se e muito!Felizmente,passa . E aí....
Será que alguém precisa de algum assunto específico para escrever? Alguns pensadores importantes na história do Ocidente descreveram o homem, sua principal característica,enquanto feixe de sensações,percepções. Influenciaram nosso modo de funcionar por séculos. Talves daí tenha vindo aquela idéia romântica,colocada filosoficamente por gente brilhante no século XVIII ,século XIX, quando da suposta crise de um certo racionalismo,a tal da inspiração.O século das Luzes,das idéias foi invectivado duramente.Houve -segundo arautos da Filosofia- embates pesados entre partidários de Schelling e os Cartesianos ou Platônicos, etc. 'Isso é arruaça de Alemão' - teria dito um Francês cheio de idéias puras, verdadeiras.
Amigo querido me contou então que ouviu comentário de gente conhecida que a expressão "Cidade das Luzes" ,outorgada à Paris,devia-se ao fato da boa iluminação pública nas ruas e em torno dos seus monumentos maravilhosos. Fantástico,não? Se bem que sou obrigado a discordar visto que Paris, assim como O nosso Rio, Brasília e João Pessoa estão entre as cidades mais arborizadas do mundo.Logo, o que temos são sombras e não luzes! Temos ,portanto, que nos precaver contra as luzes,pois trazem as sombras juntamente.O raciocínio não é de todo ruim! Algum boteco há de acolhê-lo.
Toda fonte de inspiração é válida.Marcel Proust escreveu sua vasta e bela obra através das reminiscências que um quitute françês, metido à besta (desculpe pela redundância),conhecido como Madeleinel,lhe sucedia.
Experimentei certas formações comestíveis e não obtive tão nobre inspiração proustiana.
Vou insistindo pelo caminho que posso ( há pouco escutava Idid it my way com o grande Frank Sinatra) e ele tem razão.
O importante é reconhecer que insistir é o movimento que nos resta.Nada mais vale à pena. Esse é o sentido do navegar é preciso em Pessoa, para Pessoas.
Interromper movimentos que seguem o seu fluxo como se fossem um caminho único e necessário é penoso,pois o recomeço é mais difícil. Continuidade é fundamental.
Escrever é um exercício como outro qualquer. Quem tem o hábito de práticar esportes conhece bem as dores após uma interrupção. As limitações ficam impressas no corpo.A máquina enferruja. O corpo que possuímos é uma tolice completa sem as possibilidades reversivas da nossa mente . Essa ferramenta que utilizo nesse momento, de cepa binária mas com perpectivas ambiciosíssimas à frente, chamada computador, acelera a debilidade dos meus dedos idiotas, por exemplo. Alguns senhores, tais como Liszt ou Beethoven, diante de um piano pareciam ter dezenas de dedos,não idiotas.Interromper um exercício de escrita também. A folha em branco é um algoz poderoso e cruel.Preenchê-la pertinentemente é uma vitória grandiosa.Goza-se e muito!Felizmente,passa . E aí....
Será que alguém precisa de algum assunto específico para escrever? Alguns pensadores importantes na história do Ocidente descreveram o homem, sua principal característica,enquanto feixe de sensações,percepções. Influenciaram nosso modo de funcionar por séculos. Talves daí tenha vindo aquela idéia romântica,colocada filosoficamente por gente brilhante no século XVIII ,século XIX, quando da suposta crise de um certo racionalismo,a tal da inspiração.O século das Luzes,das idéias foi invectivado duramente.Houve -segundo arautos da Filosofia- embates pesados entre partidários de Schelling e os Cartesianos ou Platônicos, etc. 'Isso é arruaça de Alemão' - teria dito um Francês cheio de idéias puras, verdadeiras.
Amigo querido me contou então que ouviu comentário de gente conhecida que a expressão "Cidade das Luzes" ,outorgada à Paris,devia-se ao fato da boa iluminação pública nas ruas e em torno dos seus monumentos maravilhosos. Fantástico,não? Se bem que sou obrigado a discordar visto que Paris, assim como O nosso Rio, Brasília e João Pessoa estão entre as cidades mais arborizadas do mundo.Logo, o que temos são sombras e não luzes! Temos ,portanto, que nos precaver contra as luzes,pois trazem as sombras juntamente.O raciocínio não é de todo ruim! Algum boteco há de acolhê-lo.
Toda fonte de inspiração é válida.Marcel Proust escreveu sua vasta e bela obra através das reminiscências que um quitute françês, metido à besta (desculpe pela redundância),conhecido como Madeleinel,lhe sucedia.
Experimentei certas formações comestíveis e não obtive tão nobre inspiração proustiana.
Vou insistindo pelo caminho que posso ( há pouco escutava Idid it my way com o grande Frank Sinatra) e ele tem razão.
O importante é reconhecer que insistir é o movimento que nos resta.Nada mais vale à pena. Esse é o sentido do navegar é preciso em Pessoa, para Pessoas.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Errar a guerra
Passeando pela Grécia e seus personagens egrégios, os tais filósofos, encontramos figuras fantásticas e bem doentinhas, tal como salientou Fernando Pessoa.Empédocles, Tales ( considerado o primeiro filósofo e que nos apontou a água como elemento fundamental da existência de todas as coisas), Parmênides e sua unicidade ,posterior a Heráclito e suas mudanças , seu mobilismo constante ( quem não se recorda da máxima DE Heráclito "um mesmo homem não se banha duas vezes no mesmo rio.) , os Céticos e o homem que tinha como fundamento para sua investigação sobre tudo o que há e para nossa espécie, o número, o Sr. Pitágoras.Mas já que somente sou um diletante em assuntos filosóficos - gosto bastante de Russerl, Cioran, Wittgenstein,Nietzsche, Maquiavel, Marx,dentre outros) tomarei aquela fábula de Aquiles e seu algoz tartaruga , de Pitágoras, a exemplificar o que desejo descrever.
Na sua tentativa, elegante como quase tudo em Matemática, de apontar uma lógica formal ao afirmar que Aquiles- corredor herói grego, provavelmente descendente da cidade de Maratona ,que pega fogo nesse momento e recebeu tal nomeação pois um mensageiro percorreu, correndo, 42 kms até chegar a seu destino- não alcançaria jamais a tartaruga solta alguns metros antes , esqueceu-se , tal como demonstra Parmênides que a realidade das coisas, do haver , não fala necessariamente matemática. Portanto, de um certo ponto de vista matemático,pois qualquer que fosse a distância percorrida por Aquiles , ele jamais alcançaria a tartaruga que já teria percorrido alguma distância a mais e entre aquele ponto inicial de vantagem sobre o ponto em que Aquiles- com toda a sua disposição de atleta- se encontrava existe um espaço com infinitos pontos , impossíveis de serem percorridos inteiramente, e por conseguinte alcançar a famigerada tataruga, lerda desde sempre.Porém, com a evolução da Lógica, com o surgimento da Física , Pitágoras,por certo, teria que rever alguns pontos de seu teorema.Já fui alertado que toda teoria, Felizmente, tem prazo de validade.
Dando um pequeno salto - alguns milhares de anos- tomo tenência de Enrique Vila-Matas , esse catalão sessentão, que é um grande escritor. Amiga querida, em almoço recente, narra para mim algo que se passa em um dos seus brilhantes contos e que mostra um corredor que não alcança ou e´ultrapassado por um velho, ou será o velho que não alcança o jovem? Pra mim tanto faz , pois o que me leva a essas digressões todas é que a guerra há, o tempo todo, até na pista de Cooper da praia de Ipanema. Há a guerra permanente entre os mais aptos, mais bem condicionados e os que não são ou já foram e/ou jamais serão. Para quem aprecia tanto essa ontologia sobre fui, serei, sou, enfim , o tal do SER, ou seja, os filósofos, a junção de Aquiles/Pitágoras/Heráclito, coreografado lindamente por inspiração catalã de Enrique , não é inteiramente delirante.Um pouquinho só....senão não há falação que aguente!
Caminhava pela ciclovia de meu bairro , bairro em que nasci e vivo , o Principado outrora elegante ,de Ipanema,quando ouvi o seu coração.Ele batia acelerado, mas elegante. A respiração era suave e os passos inaudíveis.
Recusei-me a olhar para trás ( Mas só uma espiadela porra!!). Fiz por orgulho,tal recusa. Não podia crer que na madrugada , sabiamente silenciosa, alguém estivesse vivo e ainda por cima caminhando na orla , assim como eu!Não olharei e pronto! Quero que esse merda abusado morra!Que tenhas a cãibra!Como te atreves em me perseguir madrugada à frente!Fora daqui seu delinquente notívago!A praia não somente sou eu como é toda minha!!Tem noção de quanto tempo faz que conquistei essa exclusividade!!
Quando decidi por olhar já era tarde demais. Estava aniquilado. À minha frente, caminhando como que numa marcha atlética , suavemente, feito madrugada, ia um senhor totalmente grisalho, perto dos 80 anos. Nem precisava fazer-lhe uma "Blitz" a averiguar documentos. Era contemporâneo de meu velho pai que já conta os 80, à beira dos 81.
O desgraçado estava de branco feito pai de santo antigo.Só que era bem branquinho também.A pele alva ,algumas manchas e um tênis amigo. Quase berrei feito louco:" Ei!Qual a marca desse tênis!Vou te pegar no anti-doping desgraçado... que fura fila nos bancos(antidoping now?)!
Quanto mais aflito ficava, a distância aumentava.Logo, Pitágoras tinha razão. A única diferença é que aqui a realidade tinha se avessado: a tartaruga era eu.
Decidi reagir. Comecei a correr. De quem?Não sei, mas continuei a correr.De repente, ultrapassei Aquiles.A tartaruga triunfou novamente. Será?
Diabos!Vou ter que olhar para ele de novo. Dessa vez , virei-me inteiro para celebrar o trunfo do animal!
Ele, talvez um Aquiles longe de casa, sorria... suave.Na verdade (outra categoria que filósofo adora) quase indulgente parecia estar. Mas pra que perdão?E quem disse que os animais não estão soltos, correndo, fazendo a guerra errada,no lugar errado, na hora errada?
Estava lá , naquele sorriso.
Na sua tentativa, elegante como quase tudo em Matemática, de apontar uma lógica formal ao afirmar que Aquiles- corredor herói grego, provavelmente descendente da cidade de Maratona ,que pega fogo nesse momento e recebeu tal nomeação pois um mensageiro percorreu, correndo, 42 kms até chegar a seu destino- não alcançaria jamais a tartaruga solta alguns metros antes , esqueceu-se , tal como demonstra Parmênides que a realidade das coisas, do haver , não fala necessariamente matemática. Portanto, de um certo ponto de vista matemático,pois qualquer que fosse a distância percorrida por Aquiles , ele jamais alcançaria a tartaruga que já teria percorrido alguma distância a mais e entre aquele ponto inicial de vantagem sobre o ponto em que Aquiles- com toda a sua disposição de atleta- se encontrava existe um espaço com infinitos pontos , impossíveis de serem percorridos inteiramente, e por conseguinte alcançar a famigerada tataruga, lerda desde sempre.Porém, com a evolução da Lógica, com o surgimento da Física , Pitágoras,por certo, teria que rever alguns pontos de seu teorema.Já fui alertado que toda teoria, Felizmente, tem prazo de validade.
Dando um pequeno salto - alguns milhares de anos- tomo tenência de Enrique Vila-Matas , esse catalão sessentão, que é um grande escritor. Amiga querida, em almoço recente, narra para mim algo que se passa em um dos seus brilhantes contos e que mostra um corredor que não alcança ou e´ultrapassado por um velho, ou será o velho que não alcança o jovem? Pra mim tanto faz , pois o que me leva a essas digressões todas é que a guerra há, o tempo todo, até na pista de Cooper da praia de Ipanema. Há a guerra permanente entre os mais aptos, mais bem condicionados e os que não são ou já foram e/ou jamais serão. Para quem aprecia tanto essa ontologia sobre fui, serei, sou, enfim , o tal do SER, ou seja, os filósofos, a junção de Aquiles/Pitágoras/Heráclito, coreografado lindamente por inspiração catalã de Enrique , não é inteiramente delirante.Um pouquinho só....senão não há falação que aguente!
Caminhava pela ciclovia de meu bairro , bairro em que nasci e vivo , o Principado outrora elegante ,de Ipanema,quando ouvi o seu coração.Ele batia acelerado, mas elegante. A respiração era suave e os passos inaudíveis.
Recusei-me a olhar para trás ( Mas só uma espiadela porra!!). Fiz por orgulho,tal recusa. Não podia crer que na madrugada , sabiamente silenciosa, alguém estivesse vivo e ainda por cima caminhando na orla , assim como eu!Não olharei e pronto! Quero que esse merda abusado morra!Que tenhas a cãibra!Como te atreves em me perseguir madrugada à frente!Fora daqui seu delinquente notívago!A praia não somente sou eu como é toda minha!!Tem noção de quanto tempo faz que conquistei essa exclusividade!!
Quando decidi por olhar já era tarde demais. Estava aniquilado. À minha frente, caminhando como que numa marcha atlética , suavemente, feito madrugada, ia um senhor totalmente grisalho, perto dos 80 anos. Nem precisava fazer-lhe uma "Blitz" a averiguar documentos. Era contemporâneo de meu velho pai que já conta os 80, à beira dos 81.
O desgraçado estava de branco feito pai de santo antigo.Só que era bem branquinho também.A pele alva ,algumas manchas e um tênis amigo. Quase berrei feito louco:" Ei!Qual a marca desse tênis!Vou te pegar no anti-doping desgraçado... que fura fila nos bancos(antidoping now?)!
Quanto mais aflito ficava, a distância aumentava.Logo, Pitágoras tinha razão. A única diferença é que aqui a realidade tinha se avessado: a tartaruga era eu.
Decidi reagir. Comecei a correr. De quem?Não sei, mas continuei a correr.De repente, ultrapassei Aquiles.A tartaruga triunfou novamente. Será?
Diabos!Vou ter que olhar para ele de novo. Dessa vez , virei-me inteiro para celebrar o trunfo do animal!
Ele, talvez um Aquiles longe de casa, sorria... suave.Na verdade (outra categoria que filósofo adora) quase indulgente parecia estar. Mas pra que perdão?E quem disse que os animais não estão soltos, correndo, fazendo a guerra errada,no lugar errado, na hora errada?
Estava lá , naquele sorriso.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
ZUZU/PATRÍCIA/E OS ANJOS.
Ontem, assisti ao filme de Sergio Rezende sobre a vida, luta e morte da estilista Zuzu Angel.Filme de 2006, se não me equivoco com a data, traz como protagonista a atriz Patrícia Pillar. A cena em que ela,ZUZU/PATRÍCIA, recebe a notícia da morte do filho, através de uma carta enviada por um outro garoto esquerdista que delatou o companheiro para não morrer ou ter a família morta , é belíssima, apesar do horror que nela há.Patrícia está maravilhosa no filme, além de linda.Daniel de Oliveira também. Enfim, o elenco todo cumpre seu papel com a maior dignidade.O que já é uma resposta adequada ao período nada digno. A boçalidade era tamanha!Creio que as forças armadas deveriam processar as próprias forças armadas pelo dito período.Seria uma reparação plausível.
Ingênua, mas destemida, Zuzu Angel foi uma figura interessante.Para ela, tal como está registrado na bela canção de Chico Buarque, o que interessava era ter de volta o seu anjo.Infelizmente, isso não só não foi possível, como também lhe foi negado o direito de sepultá-lo.Jogaram seu cadáver no oceano, depois das bárbaras torturas as quais fora submetido.
Esse período para nós é de um ressentimento, de uma dor e cinismo brutais.Muita lágrima , muita cólera ainda há de rolar.
Olhei para o filme e lembrei-me assustado de que contava dez anos- 1976- quando Zuzu Angel foi assassinada tão covardemente quanto fora seu filho, sua nora e tantos brasileiros que reivindicavam um país menos escroto para se viver.Creio- e aqui não me proponho a isso- que as ferramentas utilizadas estavam equivocadas, mal preparadas, inadequadas- ,porém ,por certo, eram bravos guerreiros lutando contra o Senado -estaríamos antevendo algo?- de um Sarney e seus 40 amigos. Aquele Karmanghia -é assim que se escreve?- que tanto passou diante dos meus pequeninos olhos curiosos, foi arremessado feito uma lata qualquer , em local que semanalmente atravesso na vida.Estava tudo aqui tão pertinho e um silêncio cínico e covarde me cercava.O colégio em que estudei quando criança , e que felizmente acabou, era cúmplice daquela merda toda.E eu, do alto dos meus dez anos também, por certo.
Estava assistindo o Picapau Amarelo!Lá , produzido pela turma do monopólio.Quem sabe Emília não me oferecia uma mágica?Pir lim pim pim e ..pronto!Vivam os anjos!
Um dia achei que a Psicanálise respondesse para o mundo todo e então o meu mestre,MD MAGNO, me alertou:"Menino.Isso é só uma ferramenta para ser aplicada.Acho-a melhor do que todas as outras que pude e posso conhecer, mas já pensou se a psicanálise necessitasse dos chineses para sobreviver?!"
No livro "Segredos da Alma" em que o Novaiorquino Ely Zaretsky conta um pouco dos altos e baixos da história da Psicanálise- FREUD FOI O MAIOR DOS HOMENS!- HÁ RELATO DE QUE EXISTIU ANALISTA-ANALISTA?- NA China, na África, na Rússia e até....a ditadura dos outros boçais, vermelhinhos, primos não muito distantes dos gorilas que mataram Stuart Angel, entrarem em cena e acabarem com o Estado de Direito.Freud revirou o planeta.
Cazuza, que me assombrou noite passada, cantando ao lado de minha mãe, também já falecida, disse em canção:'Só as mães sofrem'.
Ingênua, mas destemida, Zuzu Angel foi uma figura interessante.Para ela, tal como está registrado na bela canção de Chico Buarque, o que interessava era ter de volta o seu anjo.Infelizmente, isso não só não foi possível, como também lhe foi negado o direito de sepultá-lo.Jogaram seu cadáver no oceano, depois das bárbaras torturas as quais fora submetido.
Esse período para nós é de um ressentimento, de uma dor e cinismo brutais.Muita lágrima , muita cólera ainda há de rolar.
Olhei para o filme e lembrei-me assustado de que contava dez anos- 1976- quando Zuzu Angel foi assassinada tão covardemente quanto fora seu filho, sua nora e tantos brasileiros que reivindicavam um país menos escroto para se viver.Creio- e aqui não me proponho a isso- que as ferramentas utilizadas estavam equivocadas, mal preparadas, inadequadas- ,porém ,por certo, eram bravos guerreiros lutando contra o Senado -estaríamos antevendo algo?- de um Sarney e seus 40 amigos. Aquele Karmanghia -é assim que se escreve?- que tanto passou diante dos meus pequeninos olhos curiosos, foi arremessado feito uma lata qualquer , em local que semanalmente atravesso na vida.Estava tudo aqui tão pertinho e um silêncio cínico e covarde me cercava.O colégio em que estudei quando criança , e que felizmente acabou, era cúmplice daquela merda toda.E eu, do alto dos meus dez anos também, por certo.
Estava assistindo o Picapau Amarelo!Lá , produzido pela turma do monopólio.Quem sabe Emília não me oferecia uma mágica?Pir lim pim pim e ..pronto!Vivam os anjos!
Um dia achei que a Psicanálise respondesse para o mundo todo e então o meu mestre,MD MAGNO, me alertou:"Menino.Isso é só uma ferramenta para ser aplicada.Acho-a melhor do que todas as outras que pude e posso conhecer, mas já pensou se a psicanálise necessitasse dos chineses para sobreviver?!"
No livro "Segredos da Alma" em que o Novaiorquino Ely Zaretsky conta um pouco dos altos e baixos da história da Psicanálise- FREUD FOI O MAIOR DOS HOMENS!- HÁ RELATO DE QUE EXISTIU ANALISTA-ANALISTA?- NA China, na África, na Rússia e até....a ditadura dos outros boçais, vermelhinhos, primos não muito distantes dos gorilas que mataram Stuart Angel, entrarem em cena e acabarem com o Estado de Direito.Freud revirou o planeta.
Cazuza, que me assombrou noite passada, cantando ao lado de minha mãe, também já falecida, disse em canção:'Só as mães sofrem'.
Fernando Botero e a top model
Fernando Botero é um Colombiano exilado. Tal como o seu conterrâneo egrégio, Garcia Marques, não pode circular pelo seu país.Há muito , denunciam atrocidades cometidas por bandidagem e politicalha na sua terra natal.
O Brasil, segundo alguns analistas políticos, só não se transformou numa Colômbia por ter produzido uma classe média enorme.Por lá, o abismo social foi maior:índios de um lado e uma classe abastada na outra ponta.
Encontrei as pinturas de Botero no ano passado, numa exposição no Malba , em Buenos Aires. Lá desfilavam perfiladas suas gordinhas e seus conterrâneos ensanguentados por tiros ou facadas. Por causa deles é que Botero teve que se exilar.
Mas o que interessa são as gordinhas. Sensuais, elegantes, destemidas.Exibiam-se fagueiras e fogosas.
O pintor decidira retornar ao período em que retratava-se mulheres mais gordinhas por que elas eram um sinal de saúde. As mais magrelas eram confundidas com mulheres enfermas.Normalmente, tuberculosas.
Não sei também se Fernando decidiu pintá-las enquanto alusão às avessas à desnutrição tão comum nos países mais pobres...o que importa é que elas se exibem com brilhantismo e sensualidade.
Deveriam ,portanto, convidar o mestre para retratar as magrelas com biotipo de menino - sem bunda, sem seios e que nem ao menos sabem realizar aquilo que outro grande mestre, Brasileiro Millôr Fernandes, costuma celebrar como o melhor movimento feminista já existente, o movimento dos quadris-, nesses eventos patéticos denominados Fashion something, na verdade, fashion nothing.
E o pior é que tem gente que vê sensualidade naquilo.
Todavia, há uma nova velha geração que parece estar dizendo um não para tudo isso.
Aliás, há uma geração que anda pouco se importando com os chamados automóveis. Aquelas formações gravíticas que só andam para frente e para trás. Creio que a moçada possui brinquedinhos eletrônicos mais sofisticados, mais ágeis e menos poluentes.
Um dado curioso é que ao adquirir um carro , a maioria das pessoas- dados obtidos por uma pesquisa norte-americana- foca o seu olho na parte dianteira do carro. A traseira pouco importa.
E a máxima no Brasil de que a preferência do machos é pela bunda?Carro não tem bunda?Brasileiro não sabe a bunda que somos?
Vai ver que é por isso que alguns novos machos estão desinteressados pelos carros de hoje. Falta-lhes algo....falta-lhes abundância!
Precisamos convocar com certa urgência o Botero para que ele resolva essa questão para nós.
Felizmente , há gosto pra tudo!!I
O Brasil, segundo alguns analistas políticos, só não se transformou numa Colômbia por ter produzido uma classe média enorme.Por lá, o abismo social foi maior:índios de um lado e uma classe abastada na outra ponta.
Encontrei as pinturas de Botero no ano passado, numa exposição no Malba , em Buenos Aires. Lá desfilavam perfiladas suas gordinhas e seus conterrâneos ensanguentados por tiros ou facadas. Por causa deles é que Botero teve que se exilar.
Mas o que interessa são as gordinhas. Sensuais, elegantes, destemidas.Exibiam-se fagueiras e fogosas.
O pintor decidira retornar ao período em que retratava-se mulheres mais gordinhas por que elas eram um sinal de saúde. As mais magrelas eram confundidas com mulheres enfermas.Normalmente, tuberculosas.
Não sei também se Fernando decidiu pintá-las enquanto alusão às avessas à desnutrição tão comum nos países mais pobres...o que importa é que elas se exibem com brilhantismo e sensualidade.
Deveriam ,portanto, convidar o mestre para retratar as magrelas com biotipo de menino - sem bunda, sem seios e que nem ao menos sabem realizar aquilo que outro grande mestre, Brasileiro Millôr Fernandes, costuma celebrar como o melhor movimento feminista já existente, o movimento dos quadris-, nesses eventos patéticos denominados Fashion something, na verdade, fashion nothing.
E o pior é que tem gente que vê sensualidade naquilo.
Todavia, há uma nova velha geração que parece estar dizendo um não para tudo isso.
Aliás, há uma geração que anda pouco se importando com os chamados automóveis. Aquelas formações gravíticas que só andam para frente e para trás. Creio que a moçada possui brinquedinhos eletrônicos mais sofisticados, mais ágeis e menos poluentes.
Um dado curioso é que ao adquirir um carro , a maioria das pessoas- dados obtidos por uma pesquisa norte-americana- foca o seu olho na parte dianteira do carro. A traseira pouco importa.
E a máxima no Brasil de que a preferência do machos é pela bunda?Carro não tem bunda?Brasileiro não sabe a bunda que somos?
Vai ver que é por isso que alguns novos machos estão desinteressados pelos carros de hoje. Falta-lhes algo....falta-lhes abundância!
Precisamos convocar com certa urgência o Botero para que ele resolva essa questão para nós.
Felizmente , há gosto pra tudo!!I
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Jânio Quadros voltou
Excelentíssimos senhores: o senhor Jânio Quadros, ex-presidente que quis se tornar efetivamente ex-presidente,voltou da tumba, onde repousava em paz.
Encontra-se no Senado Federal, casa "nobre" do parlamento em que seus membros ao xingarem seus pares necessariamente abotoam os paletós, rejuvenescido e com os olhos ainda esbugalhados por tanta "lucidez", sob a alcunha de Fernando Collor de Mello , o contemporâneo Jânio.
Jânio renunciara por razões secretas,na verdade ,forças ocultas.Verdades,a bem dizer,ou melhor jamais ditas,por ele, Jânio.
O novo Jãnio legisla sob a égide dos atos secretos e palavras pouco usadas pelo vernáculo cotidiano. Segundo ele os seus colegas estão deblaterando demais.Tudo bem, pois deblaterar é falar contundentemente contra alguém, acusar esse alguém de algo que por ventura tenha feito.Mas tem vindo coisa pior da boca do new-old senator-ex-president.
Fiquemos atentos pois ele preside importante comissão no Senado, onde as únicas cartas que não são marcadas são os nossos votos, anseios, quereres.
E mais: se ele proferir alguma mesóclise, ou seja, aquele dir-se-ia ou aquele outro poder-se-ia, da vida, aí é caso de exorcismo ou no máximo uma clonagem que não funciona lá muito bem. Ao menos para o país.
Encontra-se no Senado Federal, casa "nobre" do parlamento em que seus membros ao xingarem seus pares necessariamente abotoam os paletós, rejuvenescido e com os olhos ainda esbugalhados por tanta "lucidez", sob a alcunha de Fernando Collor de Mello , o contemporâneo Jânio.
Jânio renunciara por razões secretas,na verdade ,forças ocultas.Verdades,a bem dizer,ou melhor jamais ditas,por ele, Jânio.
O novo Jãnio legisla sob a égide dos atos secretos e palavras pouco usadas pelo vernáculo cotidiano. Segundo ele os seus colegas estão deblaterando demais.Tudo bem, pois deblaterar é falar contundentemente contra alguém, acusar esse alguém de algo que por ventura tenha feito.Mas tem vindo coisa pior da boca do new-old senator-ex-president.
Fiquemos atentos pois ele preside importante comissão no Senado, onde as únicas cartas que não são marcadas são os nossos votos, anseios, quereres.
E mais: se ele proferir alguma mesóclise, ou seja, aquele dir-se-ia ou aquele outro poder-se-ia, da vida, aí é caso de exorcismo ou no máximo uma clonagem que não funciona lá muito bem. Ao menos para o país.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Mineiro come quieto
Mineiro come quieto. Ouvi isso parte da vida.Convivi com mineiros por quase toda minha vida.As mineiras eram minoria.Vai ver que faz parte da discrição mineira elas se mostrarem pouco ou quase nunca. Um amigo dizia: "Mineiro não olha , mineiro espia".
Percorrendo o caminho de volta do centro da cidade mais velha para o centro da cidade mais recente,em Belo Horizonte, o taxista, senhor de meia idade (não sei o que isso quer dizer) espiou para nós ao perceber o sotaque diferente. Espiada para lá , espiada para cá, sapecou: ' Vocês são de fora, não? Diante da resposta, ele prossegue:Se vieram para parada gay, estão na direção errada!'
Informado que sequer sabíamos da tal parada e que não somos adeptos do esporte, o senhor, ali-viado, vociferou:' Que ótimo!Menos dois...Por que isso , esse tal de gay, é uma praga que parece brotar do chão.A tal passeata vai reunir uns 300 mil desse troço, uai'.
Descemos do carro e o motorista parecia continuar a discursar."Cuidado com os gays!Eles brotam do chão!"
Assim também é Minas Gerais. Uma passeata gay com centenas de milhares de pessoas e nenhuma nota relevante, ou não relevante, nos principais jornais de BH e nem nas ruas ou bares..Nas rádios também nada escutamos.
Não há político que possa fazer o quase imposível de não se fazer notar,de intervir sem gerar reatividades, de ser invisível na era de blogs, e-mails e celulares invasivos.O político de Minas parece que ao menos tenta, apesar do Governador Aécio Neves adorar um palco cheio de purpurinas. Aécio, como se sabe, adora o Rio de Janeiro!É amigo de globetes, chacretes.
Diria o homem de Minas, ladeira abaixo , ladeira acima " Cuidado!Isso também brota no chão!"
Percorrendo o caminho de volta do centro da cidade mais velha para o centro da cidade mais recente,em Belo Horizonte, o taxista, senhor de meia idade (não sei o que isso quer dizer) espiou para nós ao perceber o sotaque diferente. Espiada para lá , espiada para cá, sapecou: ' Vocês são de fora, não? Diante da resposta, ele prossegue:Se vieram para parada gay, estão na direção errada!'
Informado que sequer sabíamos da tal parada e que não somos adeptos do esporte, o senhor, ali-viado, vociferou:' Que ótimo!Menos dois...Por que isso , esse tal de gay, é uma praga que parece brotar do chão.A tal passeata vai reunir uns 300 mil desse troço, uai'.
Descemos do carro e o motorista parecia continuar a discursar."Cuidado com os gays!Eles brotam do chão!"
Assim também é Minas Gerais. Uma passeata gay com centenas de milhares de pessoas e nenhuma nota relevante, ou não relevante, nos principais jornais de BH e nem nas ruas ou bares..Nas rádios também nada escutamos.
Não há político que possa fazer o quase imposível de não se fazer notar,de intervir sem gerar reatividades, de ser invisível na era de blogs, e-mails e celulares invasivos.O político de Minas parece que ao menos tenta, apesar do Governador Aécio Neves adorar um palco cheio de purpurinas. Aécio, como se sabe, adora o Rio de Janeiro!É amigo de globetes, chacretes.
Diria o homem de Minas, ladeira abaixo , ladeira acima " Cuidado!Isso também brota no chão!"
terça-feira, 28 de julho de 2009
Util
Util é o nome de uma empresa de transporte, empresa de ônibus,do Estado Minas Gerais. Não sei se toda frota é pintada da cor rosa,mas uma boa parte o é.
Então , após um fim de semana com discreta parada gay, o coletivo interestadual cor de rosa ganha a estrada tendo sob seu comando um piloto chamado Jesus.Taciturno, uma certa carranca no ar - devia estar atolado de pedidos de socorro em tempos de crise- avisa sobre a duração da viagem e algumas regras a serem observadas no interior do veículo.
Pouco mais da metade do trajeto percorrido, o calor invade a espaçonave gravítica, tectônica!O ar -condicionado havia pifado.
O homem gordo, deitado deselegantemene feito um porco gripado, levanta e indignado dirige-se à cabine do comandante Jesus. Reclama do calor. Jesus prega que o ar fora desligado porque algum pecador fumara no banheiro.'Não tenho culpa nisso!A penitência é de vocês!'-vociferou Jesus, enquanto controlava o bólido nas curvas sinuosas da estrada.
Da traseira pecaminosa do veículo, o pecador maior, com o corpo coberto por tatuagens , confessa:
- O meu baseado não acendeu.O baseado do meu filho tinha sumido, logo,tive que apelar para um singelo cigarrinho mineiro de palha.Perdoem-me. Foi mal Jesus!!!Tô te devendo essa!
A viagem prosseguiu e com o perdão concedido o ar condicionado voltou a funcionar nor-mal-mente.
Milagre!Milagre!Milagre de Jesus!!Jesus é o cara!!!
Nada mais Útil.
Então , após um fim de semana com discreta parada gay, o coletivo interestadual cor de rosa ganha a estrada tendo sob seu comando um piloto chamado Jesus.Taciturno, uma certa carranca no ar - devia estar atolado de pedidos de socorro em tempos de crise- avisa sobre a duração da viagem e algumas regras a serem observadas no interior do veículo.
Pouco mais da metade do trajeto percorrido, o calor invade a espaçonave gravítica, tectônica!O ar -condicionado havia pifado.
O homem gordo, deitado deselegantemene feito um porco gripado, levanta e indignado dirige-se à cabine do comandante Jesus. Reclama do calor. Jesus prega que o ar fora desligado porque algum pecador fumara no banheiro.'Não tenho culpa nisso!A penitência é de vocês!'-vociferou Jesus, enquanto controlava o bólido nas curvas sinuosas da estrada.
Da traseira pecaminosa do veículo, o pecador maior, com o corpo coberto por tatuagens , confessa:
- O meu baseado não acendeu.O baseado do meu filho tinha sumido, logo,tive que apelar para um singelo cigarrinho mineiro de palha.Perdoem-me. Foi mal Jesus!!!Tô te devendo essa!
A viagem prosseguiu e com o perdão concedido o ar condicionado voltou a funcionar nor-mal-mente.
Milagre!Milagre!Milagre de Jesus!!Jesus é o cara!!!
Nada mais Útil.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
JOSÉ SARNEY PRESIDENTE!!!
José Sarney,um dos piores presidentes da história do país,eleito através da morte do eleito de fato, senhor de um dos Estados da federação mais pobres e com os mais terríveis índices de desenvolvimento humano do mundo,quase foi por nove dias presidente da República do Brasil de novo, nas semanas últimas.
O fato foi apontado pelo articulista do Globo, Elio Gaspari, em sua coluna semanal.Com mais uma viagem do populista Luís Inácio para o exterior, a doença massacrante do Vice Alencar e a ausência do Presidente da Câmara, Michel Temer, que andou viajando pelo mundinho afora ( e há o recesso do parlamento também), quem deveria assumir o tal posto, ou seja, a presidência da república, seria o Presidente do Senado, O Sr.José Sarney, ainda Presidente do Senado Federal.
Parece que o Sr Sarney declinou da idéia.Preferiu o isolamento na sua paradisíaca ilha no Estado Do Maranhão.
Portanto meus caros, o país ficou sem Presidente nos últimos nove dias. Necessitamos urgentemente avaliar os índices de desenvolvimento do adorável Brasil nesses dias de desocupação presidencial. É bem provável que alguns índices de desenvolvimento(quem sabe a redução da estupidez, cara de pau, desfaçatez) tenham melhorado.Talvez porque poucos tenham se dado conta. Mas.....alguém se preocupa com isso? A turma do grunhido , constatação do escritor José Saramago, prefere o chilique, ou melhor, o Twitter.
E por falar nele: vou ao banheiro agora.....Excuse moi
O fato foi apontado pelo articulista do Globo, Elio Gaspari, em sua coluna semanal.Com mais uma viagem do populista Luís Inácio para o exterior, a doença massacrante do Vice Alencar e a ausência do Presidente da Câmara, Michel Temer, que andou viajando pelo mundinho afora ( e há o recesso do parlamento também), quem deveria assumir o tal posto, ou seja, a presidência da república, seria o Presidente do Senado, O Sr.José Sarney, ainda Presidente do Senado Federal.
Parece que o Sr Sarney declinou da idéia.Preferiu o isolamento na sua paradisíaca ilha no Estado Do Maranhão.
Portanto meus caros, o país ficou sem Presidente nos últimos nove dias. Necessitamos urgentemente avaliar os índices de desenvolvimento do adorável Brasil nesses dias de desocupação presidencial. É bem provável que alguns índices de desenvolvimento(quem sabe a redução da estupidez, cara de pau, desfaçatez) tenham melhorado.Talvez porque poucos tenham se dado conta. Mas.....alguém se preocupa com isso? A turma do grunhido , constatação do escritor José Saramago, prefere o chilique, ou melhor, o Twitter.
E por falar nele: vou ao banheiro agora.....Excuse moi
domingo, 26 de julho de 2009
As Minas Gerais
As Minas Gerais continuam as mesmas : sinuosas , mas discretas.
O certo é que apesar da distância de menos de 500kms entre a capital fluminense e a primeira capital planejada do país , Belô para os mais chegados, outras milhas nos separam.
O sotaque, o clima, o andar, o sorriso e por aí afora distam nossas carcaças. Tudo parece tão diferente que é quase igual.
Entre a partida de uma e a chegada a outra, as sinuosas montanhas, suas ladeiras, seus vales, nos acompanham em trajeto discreto.
O fato do Rio de Janeiro ter sido capital federal por 2 séculos e tal nos dá a impressão de que todos os compatriotas nos conhecem intimamente.É como se todos os cariocas estivessem de sunga com frequência."Deve ser culpa dessas emissoras de televisão e rádio que nos expõem a todos como se possuíssem a concepção estética do mundo.Olhem só: o que é belo é o que nós exibimos.Beleza é isso."
Pelo fato de termos certa vocação para a escravidão, gostamos demasiadamente de um chefe, embora seja invisível, e jamais tenha mostrado a cara e tenha a alcunha de Deus, a fórmula parece funcionar bem.
Eles, os mineiros, brincam de esconde - esconde, nas sinuosas curvas gerais.
São discretos- ou seriam sábios?- até para organizar parada gay! Havia uma dessas na capital planejada que ,segundo o taxista mineiramente indignado, arauto das boas novas- ninguém soube! Havia mais de 300 mil nas ruas e ...mineiro algum comentou. Acho que estavam de férias...os outros milhões.
Levamos um outro taxista mineiro a contemplar a bela vista do mirante das Mangabeiras.O mineiro ficou ali,mineiramente encantado.Corria de um lado para o outro feito criança. A cidade, por sua vez, se despia despudoradamente aos olhos do mineiro fascinado. "Nossa!Como é grande,Uai!O Rio é muito maior,né?" Não disse nem que sim nem que não.Afinal, éramos viajantes. E o viajante não garante retorno. Aqueles rostos , sinuosos, discretos, brasileiríssimos,ficaram para trás.Nunca mais talvez.
Mas,O Belo Horizonte é metrópole lindamente fincada em minério firme com jeito de pão de queijo...De Minas, é claro.
O certo é que apesar da distância de menos de 500kms entre a capital fluminense e a primeira capital planejada do país , Belô para os mais chegados, outras milhas nos separam.
O sotaque, o clima, o andar, o sorriso e por aí afora distam nossas carcaças. Tudo parece tão diferente que é quase igual.
Entre a partida de uma e a chegada a outra, as sinuosas montanhas, suas ladeiras, seus vales, nos acompanham em trajeto discreto.
O fato do Rio de Janeiro ter sido capital federal por 2 séculos e tal nos dá a impressão de que todos os compatriotas nos conhecem intimamente.É como se todos os cariocas estivessem de sunga com frequência."Deve ser culpa dessas emissoras de televisão e rádio que nos expõem a todos como se possuíssem a concepção estética do mundo.Olhem só: o que é belo é o que nós exibimos.Beleza é isso."
Pelo fato de termos certa vocação para a escravidão, gostamos demasiadamente de um chefe, embora seja invisível, e jamais tenha mostrado a cara e tenha a alcunha de Deus, a fórmula parece funcionar bem.
Eles, os mineiros, brincam de esconde - esconde, nas sinuosas curvas gerais.
São discretos- ou seriam sábios?- até para organizar parada gay! Havia uma dessas na capital planejada que ,segundo o taxista mineiramente indignado, arauto das boas novas- ninguém soube! Havia mais de 300 mil nas ruas e ...mineiro algum comentou. Acho que estavam de férias...os outros milhões.
Levamos um outro taxista mineiro a contemplar a bela vista do mirante das Mangabeiras.O mineiro ficou ali,mineiramente encantado.Corria de um lado para o outro feito criança. A cidade, por sua vez, se despia despudoradamente aos olhos do mineiro fascinado. "Nossa!Como é grande,Uai!O Rio é muito maior,né?" Não disse nem que sim nem que não.Afinal, éramos viajantes. E o viajante não garante retorno. Aqueles rostos , sinuosos, discretos, brasileiríssimos,ficaram para trás.Nunca mais talvez.
Mas,O Belo Horizonte é metrópole lindamente fincada em minério firme com jeito de pão de queijo...De Minas, é claro.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Cinismo contemporâneo
Então combinamos assim. Resultado divulgado com grande entusiasmo por um jornalista -o rapaz, simpático, acredita em estatística-, aponta o jornalismo como uma das profissões mais confiáveis . Os bombeiros estão no topo da tabela. São aqueles heróis que nos ajudam nos piores momentos. Têm equipamentos adequados e treinamento bom. No Rio, onde tudo de ruim e bom vira manchete para o resto do país - em São Paulo quando ocorre um crime qualquer , ele, o crime, não vira necessariamente notícia para o Brasil todo-, já houve quem dissesse que algumas corporações de bombeiros não agiam de forma tão corretamente assim, e quando ocorria algum incêndio, havia uma turma que além de debelar o fogo, debelavam outras coisas também.
Polêmica à parte , os políticos foram aqueles que menos prestígio e confiabilidade inspiraram.
Deixo a pergunta: Quem os elege?Os bombeiros?Bombeiros são eleitos?Jornalistas? Tadinhos..até diploma lhes confiscaram. Jornalistas falam o que passa nas suas respectivas redações? Não é o que se houve.....Quem apaga a desfaçatez?Os bombeiros, por certo.
Não vamos nos levantar nunca enquanto não nos reconhecemos minimamente, responsivamente, no jogo.Os políticos, que somos todos , só que alguns têm mandato e decisões oficiais secretas, não são portanto alienígenas transcendentes.Aquele troço chamado Congresso Nacional é a gente também. Olhem como somos lindos: Sarney, Mãos Santas ,Jereissatis, Suplicys....Não parece fim de ano de família católica.Todo aquele amor...
Quanto ao jornalismo, que está bem na fita, acho que há confusão com fofoca.Não é possível crer que um trabalho que fatura mais alto com o tamanho da desgraça, dos outros é claro, seja confiável a esse ponto. A morte do Senhor Thriller Jackson retirou alguns periódicos e revistas do vermelho. O pai dele em breve vai virar editor..chefe.
Acreditar nisso é como supor que existe psicanálise politicamente correta, analista bonzinho...
Polêmica à parte , os políticos foram aqueles que menos prestígio e confiabilidade inspiraram.
Deixo a pergunta: Quem os elege?Os bombeiros?Bombeiros são eleitos?Jornalistas? Tadinhos..até diploma lhes confiscaram. Jornalistas falam o que passa nas suas respectivas redações? Não é o que se houve.....Quem apaga a desfaçatez?Os bombeiros, por certo.
Não vamos nos levantar nunca enquanto não nos reconhecemos minimamente, responsivamente, no jogo.Os políticos, que somos todos , só que alguns têm mandato e decisões oficiais secretas, não são portanto alienígenas transcendentes.Aquele troço chamado Congresso Nacional é a gente também. Olhem como somos lindos: Sarney, Mãos Santas ,Jereissatis, Suplicys....Não parece fim de ano de família católica.Todo aquele amor...
Quanto ao jornalismo, que está bem na fita, acho que há confusão com fofoca.Não é possível crer que um trabalho que fatura mais alto com o tamanho da desgraça, dos outros é claro, seja confiável a esse ponto. A morte do Senhor Thriller Jackson retirou alguns periódicos e revistas do vermelho. O pai dele em breve vai virar editor..chefe.
Acreditar nisso é como supor que existe psicanálise politicamente correta, analista bonzinho...
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Assustador
Se não temos jeito, não temos problema.Qualquer matemático , por mais turrão que o seja, concordará. Quanto tempo levamos para elucidar um sintoma?Freud foi genial ao apresentar a tópica do recalque, quando apresenta o conceito Inconsciente.
Negamos tanto aquilo que de certo modo já foi visto , que essa "dupla "negativa, onde algo já foi afirmado anteriormente, torna-se denegação.E quando a projetamos em outrem, ou noutra formação, processo pelo qual nos eximimos de quaisquer participação ou de sermos responsivos minimamente , denegamos projetivamente.Já houve até quem compusesse canções ,culpabilizando os pais por tudo o que lhes ocorre ou teria ocorrido.Felizmente, o lúcido compositor tratou de responder prontamente: 'isso é absurdo".
A Psicanálise tratou de reformar muitas coisas recalcadas na historinha de todos nós. Num livro recente, Eli Zaretsky, Nova Iorquino do Brooklin, "Segredos da Alma" defini muito bem a trajetória do movimento psicanalítico, e através de uma frase a resume bem:'Teoria e prática da vida pessoal".
Às vezes, ou melhor, quase sempre,levamos tempo para superar a recusa em manter uma cegueira bem paga,mas deveríamos apressar um pouco o passo. O tempo corre e o século já virou, ao menos desde Setembro de 2001.Como se diz lá na estranja, September eleventh!
Nostalgia é ilusão de maníaco depressivo.O único engajamento que essa peça, tão frequente pelos cantos daqui ou da estranja(fetiche da indústria farmacêutica que consegue tão somente,apesar ds incontáveis esforços e da grana dispendida, descrever quatidade de oxigenação e consequente circulação de sangue no cérebro), é a contemplação.Contemplação é sinônimo de paralisia.
O Congresso Nacional , o Senado Federal são lídimos representantes da paralisia , mormente, regressiva do país , desde que surgiu.Patrimonialismo, monopólio,escravismo, etcs. Está tudo lá.
Igualzinho na rua, na favela de Ipanema, da Barra da Tijuca, na mente demente das academias universitárias.....Contemplamos o cinismo e a desfaçatez nossa. Quanto mais apontamos para outrem ,mais refletimos a imagem própria, de cada um.
Negamos tanto aquilo que de certo modo já foi visto , que essa "dupla "negativa, onde algo já foi afirmado anteriormente, torna-se denegação.E quando a projetamos em outrem, ou noutra formação, processo pelo qual nos eximimos de quaisquer participação ou de sermos responsivos minimamente , denegamos projetivamente.Já houve até quem compusesse canções ,culpabilizando os pais por tudo o que lhes ocorre ou teria ocorrido.Felizmente, o lúcido compositor tratou de responder prontamente: 'isso é absurdo".
A Psicanálise tratou de reformar muitas coisas recalcadas na historinha de todos nós. Num livro recente, Eli Zaretsky, Nova Iorquino do Brooklin, "Segredos da Alma" defini muito bem a trajetória do movimento psicanalítico, e através de uma frase a resume bem:'Teoria e prática da vida pessoal".
Às vezes, ou melhor, quase sempre,levamos tempo para superar a recusa em manter uma cegueira bem paga,mas deveríamos apressar um pouco o passo. O tempo corre e o século já virou, ao menos desde Setembro de 2001.Como se diz lá na estranja, September eleventh!
Nostalgia é ilusão de maníaco depressivo.O único engajamento que essa peça, tão frequente pelos cantos daqui ou da estranja(fetiche da indústria farmacêutica que consegue tão somente,apesar ds incontáveis esforços e da grana dispendida, descrever quatidade de oxigenação e consequente circulação de sangue no cérebro), é a contemplação.Contemplação é sinônimo de paralisia.
O Congresso Nacional , o Senado Federal são lídimos representantes da paralisia , mormente, regressiva do país , desde que surgiu.Patrimonialismo, monopólio,escravismo, etcs. Está tudo lá.
Igualzinho na rua, na favela de Ipanema, da Barra da Tijuca, na mente demente das academias universitárias.....Contemplamos o cinismo e a desfaçatez nossa. Quanto mais apontamos para outrem ,mais refletimos a imagem própria, de cada um.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Homenagem a Jackson
Virada Russa é o tema de uma exposição ,em cartaz no CCBB, No Rio.
Tirando os cartazes comunas, a exposição é ótima. Chagal, Malevitch, Pável Filónov, Kandinsky, entre outros.
O trabalho de Filónov é pouco conhecido aqui no Ocidente e é lindo. Ele faz sutilezas com o que se conheceu como cubismo e futurismo. Na verdade, ele transita por diversas abordagens pictóricas, tal como informa o panfleto de divulgação da exposição.
O inverno , o verão, príncipes , vassalos, heróis e assassinos ( há menção a Lenin),cubistas, impressionistas, surrealistas, enfim, quase tudo lá. Mais de 120 obras vindas do Museu de São Petersburgo.
Homenagem maior a heróis-espantalhos do Ocidente.
Tirando os cartazes comunas, a exposição é ótima. Chagal, Malevitch, Pável Filónov, Kandinsky, entre outros.
O trabalho de Filónov é pouco conhecido aqui no Ocidente e é lindo. Ele faz sutilezas com o que se conheceu como cubismo e futurismo. Na verdade, ele transita por diversas abordagens pictóricas, tal como informa o panfleto de divulgação da exposição.
O inverno , o verão, príncipes , vassalos, heróis e assassinos ( há menção a Lenin),cubistas, impressionistas, surrealistas, enfim, quase tudo lá. Mais de 120 obras vindas do Museu de São Petersburgo.
Homenagem maior a heróis-espantalhos do Ocidente.
Não morre (Michael e others)
Não morre um autor. Infelizmente, seja ele um boçal ou um gênio. Aqui no Brasil , temos o hábito de glorificar os boçais. VEZ ou outra , acertamos o alvo.
Já que somos um país que tem qualidades tal como absorver a cultura do outros,podemos glorificar os outros mestres e gênios . Quero dizer, os mestres lá de fora.
A questão é que com a queda de uma série de fundamentos, onde fronteiras se borraram e a idéia de soberania foi modificada , mediante uma tecnologia que carrega tudo para frente ( o que é para amanhã já está atrasado), Nova Iorque é ali, ou melhor, é aqui também.
As borboletas já bateram e continuarão a bater as suas asas e os terremotos sucedem-se no compasso de um devir que não garante aviso prévio. Aliás, nada tem garantia. Só a ilusão que ...garante somente outras ilusões.
Por isso que ao cruzar a movimentada rua do centro do Rio de Janeiro, o comerciante informal grita: "Michael Jackson não morreu!Olha ele aqui." E sacudia nos braços um CD do cantor-espantalho-dançarino genial-pintado de branco-negro-rei do Swing, presente na minha vida desde sempre.
Ele tem toda razão.
Espero somente que não seja decretado luto oficial no Brasil e que as bolsas de valores não despenquem. Se bem que ainda posso procurar por aquele compacto simples- conhecido como bolacha com um furo no meio- dos nos 70 , no qual ele cantarolava "Ben", uma canção-homenagem ao seu ratinho de estimação. Legal o tal do Jackson!Fazia música para ratinhos também....Sei não.
Já que somos um país que tem qualidades tal como absorver a cultura do outros,podemos glorificar os outros mestres e gênios . Quero dizer, os mestres lá de fora.
A questão é que com a queda de uma série de fundamentos, onde fronteiras se borraram e a idéia de soberania foi modificada , mediante uma tecnologia que carrega tudo para frente ( o que é para amanhã já está atrasado), Nova Iorque é ali, ou melhor, é aqui também.
As borboletas já bateram e continuarão a bater as suas asas e os terremotos sucedem-se no compasso de um devir que não garante aviso prévio. Aliás, nada tem garantia. Só a ilusão que ...garante somente outras ilusões.
Por isso que ao cruzar a movimentada rua do centro do Rio de Janeiro, o comerciante informal grita: "Michael Jackson não morreu!Olha ele aqui." E sacudia nos braços um CD do cantor-espantalho-dançarino genial-pintado de branco-negro-rei do Swing, presente na minha vida desde sempre.
Ele tem toda razão.
Espero somente que não seja decretado luto oficial no Brasil e que as bolsas de valores não despenquem. Se bem que ainda posso procurar por aquele compacto simples- conhecido como bolacha com um furo no meio- dos nos 70 , no qual ele cantarolava "Ben", uma canção-homenagem ao seu ratinho de estimação. Legal o tal do Jackson!Fazia música para ratinhos também....Sei não.
domingo, 21 de junho de 2009
Partidas
A Partida é o nome do título de um filme Japonês que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, esse ano.
Há muito tempo, desisti de ler aquelas pequenas resenhas que são escritas nos jornais sobre os filmes em cartaz. Normalmente, o filme , ou melhor, o roteiro, a história tem muito pouco ou nada a ver com o que se desenrola na tela. Ainda mais se quem escreveu a tal sinopse não estiver com humor dos melhores.
A partida é um filme feito com cabeça de oriental. Logo, já há um abismo entre nós.O Ritmo da direção , por exemplo, é bem diferente, muito mais cadenciado do que o que estamos habituados.Graças a ele é que foi possível sentar na segunda fileira ,desses cinemas que ainda insistem em não ter lugares marcados.
Passado o desconforto, o filme revela surpresas e mesmices. O elenco é ótimo, a música ( mencionei Haydn em outro texto aqui) divina , o solo de violoncelo e aquela comida ( escatológica por vezes) tentadora.
A surpresa para mim é o humor quase chistoso. Algo dificil de se ver em produções japonesas. Os orientais geralmente têm o hábito de levar a vida muito a sério.E como se diz ,em sábio dito popular ou não, ninguém sai vivo dessa. Então para que se preocupar tanto?
O humor está presente na equivocação que se dá sobre o personagem principal e o que está em torno. O nome , Partida, lhe parecia indicar algo relativo à turismo, viagens, prazeres...NÃO é bem assim.Há prazeres, mas de outra ordem...
Creio que o que comove as pessoas é um cuidado sofisticado, caprichoso, com aquelas partidas, com aqueles que pereceram.Cuida-se de um defunto, preparando-o para o enterro, como se prepara um sushi, como se aplica um golpe de arte marcial: delicado, preciso,até mortal.
Há um trato com o tema que não se vê na nossa cultura.Vez ou outra , um chilique desloca o recato respeitoso que se faz. Afinal, ninguém é de ferro. Ainda mais quando se envolve mãe, pai, família e outras formações ruidosas.
A melhor figura é o velho.O que para mim soa como redundância, na minha ignorância, pois sempre achei que os caras por lá nascem já idosos.O velho é sábio, sabe o que quer, pois já descartara o que para ele não serve mais.Nunca mais!Ele conhece o sentido de uma tragédia.
O que se destaca é a reversão fundamental de um recomeço após o fim. Um fim que é modalizado, pois o fim para valer é aquele em que não há testemunho possível.Aquilo, aquela carne maquiada, já não está mais lá. A "nosotros" não está mais lá e nem eM-Canto algum.
O golpe final , e que me cansa porque é sentimentalismo religioso, cinica-mente correto, é o perdão papai-escroto=filhinho-traumatizado. Como se escroto não o fosse também.E um perdão de um lado só, porque o outro, a ser perdoado, já não perdoava mais nada nem ninguém.
Todavia, um mal necessário para o filhinho, visto que ele não pensava em outra coisa. Fez me lembrar fato recente envolvendo uma festa matrimonial. Se esses eventos não tivessem ocorrido - tanto a celebração fora da tela , quanto a vivenciada na película, os principais personagens teriam ficado bem piores.
Resta aos novos japoneses a compreensão de que - ensinamento de meu mestre - quem morreu mesmo foi essa tal de morte. Aliás, nunca houve.
Há muito tempo, desisti de ler aquelas pequenas resenhas que são escritas nos jornais sobre os filmes em cartaz. Normalmente, o filme , ou melhor, o roteiro, a história tem muito pouco ou nada a ver com o que se desenrola na tela. Ainda mais se quem escreveu a tal sinopse não estiver com humor dos melhores.
A partida é um filme feito com cabeça de oriental. Logo, já há um abismo entre nós.O Ritmo da direção , por exemplo, é bem diferente, muito mais cadenciado do que o que estamos habituados.Graças a ele é que foi possível sentar na segunda fileira ,desses cinemas que ainda insistem em não ter lugares marcados.
Passado o desconforto, o filme revela surpresas e mesmices. O elenco é ótimo, a música ( mencionei Haydn em outro texto aqui) divina , o solo de violoncelo e aquela comida ( escatológica por vezes) tentadora.
A surpresa para mim é o humor quase chistoso. Algo dificil de se ver em produções japonesas. Os orientais geralmente têm o hábito de levar a vida muito a sério.E como se diz ,em sábio dito popular ou não, ninguém sai vivo dessa. Então para que se preocupar tanto?
O humor está presente na equivocação que se dá sobre o personagem principal e o que está em torno. O nome , Partida, lhe parecia indicar algo relativo à turismo, viagens, prazeres...NÃO é bem assim.Há prazeres, mas de outra ordem...
Creio que o que comove as pessoas é um cuidado sofisticado, caprichoso, com aquelas partidas, com aqueles que pereceram.Cuida-se de um defunto, preparando-o para o enterro, como se prepara um sushi, como se aplica um golpe de arte marcial: delicado, preciso,até mortal.
Há um trato com o tema que não se vê na nossa cultura.Vez ou outra , um chilique desloca o recato respeitoso que se faz. Afinal, ninguém é de ferro. Ainda mais quando se envolve mãe, pai, família e outras formações ruidosas.
A melhor figura é o velho.O que para mim soa como redundância, na minha ignorância, pois sempre achei que os caras por lá nascem já idosos.O velho é sábio, sabe o que quer, pois já descartara o que para ele não serve mais.Nunca mais!Ele conhece o sentido de uma tragédia.
O que se destaca é a reversão fundamental de um recomeço após o fim. Um fim que é modalizado, pois o fim para valer é aquele em que não há testemunho possível.Aquilo, aquela carne maquiada, já não está mais lá. A "nosotros" não está mais lá e nem eM-Canto algum.
O golpe final , e que me cansa porque é sentimentalismo religioso, cinica-mente correto, é o perdão papai-escroto=filhinho-traumatizado. Como se escroto não o fosse também.E um perdão de um lado só, porque o outro, a ser perdoado, já não perdoava mais nada nem ninguém.
Todavia, um mal necessário para o filhinho, visto que ele não pensava em outra coisa. Fez me lembrar fato recente envolvendo uma festa matrimonial. Se esses eventos não tivessem ocorrido - tanto a celebração fora da tela , quanto a vivenciada na película, os principais personagens teriam ficado bem piores.
Resta aos novos japoneses a compreensão de que - ensinamento de meu mestre - quem morreu mesmo foi essa tal de morte. Aliás, nunca houve.
domingo, 14 de junho de 2009
Eu,a barriga,, o silêncio....
Somente a solidão nos possibilita um vínculo com o que quer que haja.
A grande ilusão de nossa espécie é supor que esse exercício de se estar só é a nossa ruína.
Existem muitas possibilidades de salvação , porém são parciais , modais tão somente, mas o estar só é essencial.
Confunde-se solidão com depressão. Depressão pode até advir de um momento de exasperação no qual vemos o beco sem saída. A maior de todas as aporias! Lê-se no fim do beco, sem nenhuma iluminação platõnica, " Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". É a frase para vida...toda. Mais ou menos como num vôo de avião, hoje em dia. Quando sobe há perigo; ao descer também. E quem diria?... que junto aos deuses de muitos, bem lá no alto, perigo também há.Sempre houve.
A nossa mente apronta dessas. Recalcamos, afastando da mal-dita consciência, formações indesejáveis, desprazerosas. Contudo, elas sempre retornam. Ainda que sob a face-disfarce de um sintoma qualquer.
Estamos enfiados numa guerra política pesada. Aquilo que se pratica em qualquer parlamento ,pelo mundo afora, é tão somente um pequeno recorte , uma das muitas guerras.
O Psicanalista está inteiramente só. Ele tem como recurso a sua experiência de exasperação, a sua lembrança de que ela há. De que há enquanto algo disponível para, tão somente uma ferramenta , ser utilizada eficazmente. Não deve haver juízo valorando mais ou menos o que quer que seja. E é aí que a sua impossibilidade se mostra. Somos quase sempre alguma coisa. Somos demasiadamente egóicos. E Ego é= doença que é = a racismo= a vaidade, etc.
Tenho uma única e singular dor de barriga que é toda minha.E nessa hora o eu é barriga, intestino, dor.Quem manda mais numa dor de dente? O Sujeito cartesiano - herança doentia- ou a dor que independe de qualquer homúnculo existente dentro ou fora? Sabe-se lá o que isso quer dizer, mas o tal do Inconsciente, descoberta maior de Freud, não é nenhum baú da felicidade ou infortúnio tampouco. Ele é isso tudo que a gente vive, isso tudo que está aí.Como é coisa muita e não daríamos conta de absorvê-lo inteirinho, a gente recalca um bocado.
O concerto de Haydn que escuto, a fim de me inspirar um pouco a dizer mais bobagens, foi composto a dois séculos , creio eu. Ou seja: ontem.
A dor , a barriga, eu, o dente, aquilo que creio ser eu, enfim, sós.
Alusão ao Sr.Wittgenstein, Filósofo dos mais brilhantes, morto no século que também acabou ontem, o século 20: silêncio.
A grande ilusão de nossa espécie é supor que esse exercício de se estar só é a nossa ruína.
Existem muitas possibilidades de salvação , porém são parciais , modais tão somente, mas o estar só é essencial.
Confunde-se solidão com depressão. Depressão pode até advir de um momento de exasperação no qual vemos o beco sem saída. A maior de todas as aporias! Lê-se no fim do beco, sem nenhuma iluminação platõnica, " Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". É a frase para vida...toda. Mais ou menos como num vôo de avião, hoje em dia. Quando sobe há perigo; ao descer também. E quem diria?... que junto aos deuses de muitos, bem lá no alto, perigo também há.Sempre houve.
A nossa mente apronta dessas. Recalcamos, afastando da mal-dita consciência, formações indesejáveis, desprazerosas. Contudo, elas sempre retornam. Ainda que sob a face-disfarce de um sintoma qualquer.
Estamos enfiados numa guerra política pesada. Aquilo que se pratica em qualquer parlamento ,pelo mundo afora, é tão somente um pequeno recorte , uma das muitas guerras.
O Psicanalista está inteiramente só. Ele tem como recurso a sua experiência de exasperação, a sua lembrança de que ela há. De que há enquanto algo disponível para, tão somente uma ferramenta , ser utilizada eficazmente. Não deve haver juízo valorando mais ou menos o que quer que seja. E é aí que a sua impossibilidade se mostra. Somos quase sempre alguma coisa. Somos demasiadamente egóicos. E Ego é= doença que é = a racismo= a vaidade, etc.
Tenho uma única e singular dor de barriga que é toda minha.E nessa hora o eu é barriga, intestino, dor.Quem manda mais numa dor de dente? O Sujeito cartesiano - herança doentia- ou a dor que independe de qualquer homúnculo existente dentro ou fora? Sabe-se lá o que isso quer dizer, mas o tal do Inconsciente, descoberta maior de Freud, não é nenhum baú da felicidade ou infortúnio tampouco. Ele é isso tudo que a gente vive, isso tudo que está aí.Como é coisa muita e não daríamos conta de absorvê-lo inteirinho, a gente recalca um bocado.
O concerto de Haydn que escuto, a fim de me inspirar um pouco a dizer mais bobagens, foi composto a dois séculos , creio eu. Ou seja: ontem.
A dor , a barriga, eu, o dente, aquilo que creio ser eu, enfim, sós.
Alusão ao Sr.Wittgenstein, Filósofo dos mais brilhantes, morto no século que também acabou ontem, o século 20: silêncio.
domingo, 7 de junho de 2009
Quando divã torna-se tolice
Não é à toa que a Psicanálie vai mal das pernas,, ou melhor, não é a psicanálise que vai mal das pernas , ela é , felizmente , a crise que, etmologicamente, significa oportunidade. Quem vai mal das pernas são os tais analistas. Sobretudo, os tele-analistas. Aqueles que mostram a cara em programinhas televisivos , dizendo um monte de bobagens.
Recentemete, um desses, todo enfarpelado de roupas caras, conversava sobre os efeitos de acidentes aéreos nas nossas mentes. Quase nada disse, mas a asneira se fez presente. Após , a declaração de um dos convivas, escritor e também piloto de aeronaves, sobre o seu imenso tesão ( não foi esse o termo que ele utilizou, mas é esse o sentido que eu dou ao que foi dito ) por acidentes aéreos. Pronto! Estava aberta a porta para a burrice pretensiosa. Primeiro, o apresentador que, também se diz apaixonado por aviação, fica meio sem jeito, etc. Segundo , o analista televisivo dispara algo no sentido de que a declaração do escritor teria sido algo de ordem sintomática, patológica, etc.
No final do programa , o escritor fez um comentário inteligente sobre o que queria dizer ao afirmar tal preferência.
Onde se esconde a estupidez?Simplesmente, o tal analista , que parece tomar Champagne a bordo, ou seja, só viaja de "first class" , acredita que o tesão dele por neurose , psicose, entre outras 'oses' , é menos doentio, menos sintomático ,melhor dizendo, do que o daquele que se interessa por acidentes aéreos, estupros, etc. Afinal, Hospital psiquiátrico estabelece vínculos salutares de montão!
O mais grave é isso. Acreditar sempre que os nossos tesões, preferências, hábitos são salutares ou , como dizem os adeptos por linchamento, normais. Deslocou um pouco é doente. E pior ainda: não é mais preconceito. É conceito mesmo.
O escritor foi preciso. E para quem já perdeu a ilusão de que algumas formações em jogo são inteiramente seguras, a conversa mais franca é angustiantemente esclarecedora. O que está sendo desrecalcado e tendo acesso ao que chamamos de consciência é isso: entrou ali , está em risco. Tal qual ocorre na vida. Lembrando Guimarães Rosa: " Viver é muito perigoso".
O jogo é esse e em tempos de crise de mercado financeiro, passear muito tempo de elevador pode ser perigosíssimo. O que interessa é garantir uma quantidade mínima de subidas e descidas. Digamos umas dez. Na décima primeira , papai do céu ou papai noel , tanto faz, será a última esperança.
Quando o divã torna-se tolice dá nisso. Aliás, o divã não é lá muito uma formação que faça parte do nosso mobiliário tropical. Lacan, bezerro de ouro para alguns colonizados, tinha uma cama de casal no seu consultório. E um ouvido maravilhoso a afugentar burrices psi ou não.
Um colega, também analista e pessoa muito séria, certa vez sugeriu. Por que não uma rede? Daquelas que se adquirem em feiras artesanais, etc. Para lá e para cá a embalar as doidivanas!
Recentemete, um desses, todo enfarpelado de roupas caras, conversava sobre os efeitos de acidentes aéreos nas nossas mentes. Quase nada disse, mas a asneira se fez presente. Após , a declaração de um dos convivas, escritor e também piloto de aeronaves, sobre o seu imenso tesão ( não foi esse o termo que ele utilizou, mas é esse o sentido que eu dou ao que foi dito ) por acidentes aéreos. Pronto! Estava aberta a porta para a burrice pretensiosa. Primeiro, o apresentador que, também se diz apaixonado por aviação, fica meio sem jeito, etc. Segundo , o analista televisivo dispara algo no sentido de que a declaração do escritor teria sido algo de ordem sintomática, patológica, etc.
No final do programa , o escritor fez um comentário inteligente sobre o que queria dizer ao afirmar tal preferência.
Onde se esconde a estupidez?Simplesmente, o tal analista , que parece tomar Champagne a bordo, ou seja, só viaja de "first class" , acredita que o tesão dele por neurose , psicose, entre outras 'oses' , é menos doentio, menos sintomático ,melhor dizendo, do que o daquele que se interessa por acidentes aéreos, estupros, etc. Afinal, Hospital psiquiátrico estabelece vínculos salutares de montão!
O mais grave é isso. Acreditar sempre que os nossos tesões, preferências, hábitos são salutares ou , como dizem os adeptos por linchamento, normais. Deslocou um pouco é doente. E pior ainda: não é mais preconceito. É conceito mesmo.
O escritor foi preciso. E para quem já perdeu a ilusão de que algumas formações em jogo são inteiramente seguras, a conversa mais franca é angustiantemente esclarecedora. O que está sendo desrecalcado e tendo acesso ao que chamamos de consciência é isso: entrou ali , está em risco. Tal qual ocorre na vida. Lembrando Guimarães Rosa: " Viver é muito perigoso".
O jogo é esse e em tempos de crise de mercado financeiro, passear muito tempo de elevador pode ser perigosíssimo. O que interessa é garantir uma quantidade mínima de subidas e descidas. Digamos umas dez. Na décima primeira , papai do céu ou papai noel , tanto faz, será a última esperança.
Quando o divã torna-se tolice dá nisso. Aliás, o divã não é lá muito uma formação que faça parte do nosso mobiliário tropical. Lacan, bezerro de ouro para alguns colonizados, tinha uma cama de casal no seu consultório. E um ouvido maravilhoso a afugentar burrices psi ou não.
Um colega, também analista e pessoa muito séria, certa vez sugeriu. Por que não uma rede? Daquelas que se adquirem em feiras artesanais, etc. Para lá e para cá a embalar as doidivanas!
terça-feira, 2 de junho de 2009
Dependência Fatal
Falam mal dos analistas, mas a dependência maior, há muito, é com as placas mães, memórias, chips,softwares, etc, etc.
Hoje, faz dez dias que não me conecto com a dita grande rede. Será que perdi muita coisa? Será que o mundo conseguiu piorar? Na minha infância, brincando de Emília e questionando a tal mãe natureza , jamais uma nuvem derrubaria um jato de milhões e milhões de dólares. O pessoal da primeira classe mal terminara sua refeição-banquete e se viu dentro do inferno. Sim, o inferno faz até aeronaves de última geração tremerem.
O jornalismo de penúltima geração, ou seja, aquele que vive às custas do dízimo alheio, seja ele vivo ou desaparecido nas gélidas águas, nessa época do ano pelo menos, e que separam o Nordeste Brasileiro da África , inicia sua ofensiva dantesca. Podem aguardar que o espetáculo populista só está começando. O tom de civilidade só permanece , por parte das autoridades tupis, porque o avião era francês e ele não caiu em nenhum aeroporto-rodoviária do Brasil. Além do fato que o mapeamento aéreo , supostamente na hora da tragédia, era de responsabilidade do Governo ( Governo? ) do Senegal.E essa interrogação não é preconceito, mas conceito.
Se por acaso tivesse ocorrido mais um vexame aéreo nosso, talvez algumas autoridades européias iniciassem movimento de boicote e proibição do sobrevoo do espaço aéreo de seus respectivos países , por uma aeronave brasileira. Essa medida já atinge empresas aéreas de diversos países. A Angola Airlines, por exemplo, não pode sobrevoar espaços aéreos europeus. Talvez Portugal, antigo colonizador permita...voos ( tem acento chapeuzinho essa porcaria ainda?) suicidas...
Já declarei que diante da nossa incompetência , ou loucura, avião tornou-se um certo problema para mim. Já escrevi sobre isso aqui , no ano passado, após uma viagem da Argentina para cá.
Minha sogra, recém chegada de New Iorque , no mesmo dia e poucas horas após o horror , fez inclusive a mesma rota em território nacional, vaticinou; melhor morrer num acidente desses do que de câncer! Tem toda razão! Ainda mais se for bebendo um grande tinto. Daqueles que custam o preço de um carro. Aí é só avisar o barman ou barwoman dos ares que você pagará na próxima...
O computador quebrado me deixa na solidão do não recebimento de mensagens. Confesso que não me preocupei. Confesso que mudei alguns hábitos por causa desse evento. A pesar e sobretudo, a minha conta bancária não se alterou, nem tampouco as minhas práticas profissionais.Confesso que estar só , sem mensagens , sem chips, sem mouses, vinculou-me à outras coisas.
É assim com alguém que ousa atravessar uma análise. O recuo reflexivo que lhe compete, pode despertar-lhe para muitas coisas , inclusive o amor verdadeiro que é aquele que inclui o ódio , a inveja, o ciúme, que é aquele que pode se oferecer como coisa alguma para o outro, etc, etc. Coisa de gente e de chip e de placa mãe e de processador e de monitor e de outros nômades que não fazem só voar.
Hoje, faz dez dias que não me conecto com a dita grande rede. Será que perdi muita coisa? Será que o mundo conseguiu piorar? Na minha infância, brincando de Emília e questionando a tal mãe natureza , jamais uma nuvem derrubaria um jato de milhões e milhões de dólares. O pessoal da primeira classe mal terminara sua refeição-banquete e se viu dentro do inferno. Sim, o inferno faz até aeronaves de última geração tremerem.
O jornalismo de penúltima geração, ou seja, aquele que vive às custas do dízimo alheio, seja ele vivo ou desaparecido nas gélidas águas, nessa época do ano pelo menos, e que separam o Nordeste Brasileiro da África , inicia sua ofensiva dantesca. Podem aguardar que o espetáculo populista só está começando. O tom de civilidade só permanece , por parte das autoridades tupis, porque o avião era francês e ele não caiu em nenhum aeroporto-rodoviária do Brasil. Além do fato que o mapeamento aéreo , supostamente na hora da tragédia, era de responsabilidade do Governo ( Governo? ) do Senegal.E essa interrogação não é preconceito, mas conceito.
Se por acaso tivesse ocorrido mais um vexame aéreo nosso, talvez algumas autoridades européias iniciassem movimento de boicote e proibição do sobrevoo do espaço aéreo de seus respectivos países , por uma aeronave brasileira. Essa medida já atinge empresas aéreas de diversos países. A Angola Airlines, por exemplo, não pode sobrevoar espaços aéreos europeus. Talvez Portugal, antigo colonizador permita...voos ( tem acento chapeuzinho essa porcaria ainda?) suicidas...
Já declarei que diante da nossa incompetência , ou loucura, avião tornou-se um certo problema para mim. Já escrevi sobre isso aqui , no ano passado, após uma viagem da Argentina para cá.
Minha sogra, recém chegada de New Iorque , no mesmo dia e poucas horas após o horror , fez inclusive a mesma rota em território nacional, vaticinou; melhor morrer num acidente desses do que de câncer! Tem toda razão! Ainda mais se for bebendo um grande tinto. Daqueles que custam o preço de um carro. Aí é só avisar o barman ou barwoman dos ares que você pagará na próxima...
O computador quebrado me deixa na solidão do não recebimento de mensagens. Confesso que não me preocupei. Confesso que mudei alguns hábitos por causa desse evento. A pesar e sobretudo, a minha conta bancária não se alterou, nem tampouco as minhas práticas profissionais.Confesso que estar só , sem mensagens , sem chips, sem mouses, vinculou-me à outras coisas.
É assim com alguém que ousa atravessar uma análise. O recuo reflexivo que lhe compete, pode despertar-lhe para muitas coisas , inclusive o amor verdadeiro que é aquele que inclui o ódio , a inveja, o ciúme, que é aquele que pode se oferecer como coisa alguma para o outro, etc, etc. Coisa de gente e de chip e de placa mãe e de processador e de monitor e de outros nômades que não fazem só voar.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Murphy's law
Na fila do banco mudamos de lado e o lado de lá caminha mais rápido. O pãozinho honesto da padaria, cujo cheiro da primeira fornada suscita em mim reminiscências, insisti em cair sempre com a face bronzeada de manteiga para baixo.
Essas pequenas estripulias da vida, fatos corriqueiros , recebem o nome dessa lei , imperativa no que tange acontecimentos não desejados e que insistem em se repetir. Por que não chamá-los de azar? Se bem que algum estatístico certamente sacará do bolso alguma propabilidade e acreditará que encontrou alguma verdade. A anedota nos lembra que Estatística é que nem biquini , ou seja, mostra tudo mais esconde o fundamental.
O que há de Murphy's Law ou acaso ou azar ou probabilístico nas últimas cafonices do governo?
A começar pelo azar relacionado à saúde da Primeira dama , de fato, da nação e que fora diagnosticada com um câncer. Nada pior para as pretensões palacianas. E a oposição comemora silenciosamente. O que há nessa imensa e aparentemente indelével crise inter e intra -institucional dos poderes determinados. Medidas provisórias que calam o Parlamento que por sua vez sempre quer controlar o Poder Executivo e acima de tudo e todos aqueles senhores de toga a convencionar regras para tudo quanto é lado. Alguém ali já se prestou a fazer análise?
Certa vez,um ilustre Desembargador,próximo a mim,indagou-me sobre a necessidade de se ter operadores da minha área colaborando em alguns casos jurídicos, pareceres, etc. Já há faz tempo,mas é tudo um tanto quanto incipiente. Porém, a minha questão é anterior : e os magistrados? Tratam-se para poder julgar os outros?
Vivemos uma crise institucional barras pesada e a gloriosa classe 'mérdia' , da qual faço parte, recalca esses problemas. Afinal, temos um planozinho de saúde, uma viagenzinha para o exterior, um restaurante legal na esquina, aquela televisãozinha digital para não assistir coisa alguma, etc, etc.Cito a classe 'MÉRDIA" pois apesar de tudo e de nós todos ela ainda é formadora de opinião. Até capangas foram convocados às falas num dos últimos duelos verbais na corte Suprema. Como é de praxe , tomaram partido daquele que acusou o outro de possuir serviços de capangas. Esqueceram-se que o mesmo vai coordenar as próximas eleições nacionais em 2010. Palanque armado para ambos. E por que não?Quinze minutos passam muito rápido.Agora,capanga no meu tempo.......
Por último , antes que os meus pãezinhos desabem pelo lado certo, isto é, o de baixo, assustei-me quando pensei que iriam tungar as poupanças dos velhinhos novamente. O fantasmA COLLORIDO, de volta ao Senado e comissões importantes, assombrou as nossas memórias.
Nada disso: uma medida séria para equilibrar o que não tem equilíbrio, ou seja, o mercado financeiro.
Mentirinha seja bem dita , os banqueiros não poderiam entrar em pânico. Não haveria Rivotril suficiente para todos, já que a turma de WALL STREET (SERIA ÚÁL STREET) acabou com todo o estoque no fim do ano passado.
Ainda Simoniando: " Sem Champignon, malandro".
Essas pequenas estripulias da vida, fatos corriqueiros , recebem o nome dessa lei , imperativa no que tange acontecimentos não desejados e que insistem em se repetir. Por que não chamá-los de azar? Se bem que algum estatístico certamente sacará do bolso alguma propabilidade e acreditará que encontrou alguma verdade. A anedota nos lembra que Estatística é que nem biquini , ou seja, mostra tudo mais esconde o fundamental.
O que há de Murphy's Law ou acaso ou azar ou probabilístico nas últimas cafonices do governo?
A começar pelo azar relacionado à saúde da Primeira dama , de fato, da nação e que fora diagnosticada com um câncer. Nada pior para as pretensões palacianas. E a oposição comemora silenciosamente. O que há nessa imensa e aparentemente indelével crise inter e intra -institucional dos poderes determinados. Medidas provisórias que calam o Parlamento que por sua vez sempre quer controlar o Poder Executivo e acima de tudo e todos aqueles senhores de toga a convencionar regras para tudo quanto é lado. Alguém ali já se prestou a fazer análise?
Certa vez,um ilustre Desembargador,próximo a mim,indagou-me sobre a necessidade de se ter operadores da minha área colaborando em alguns casos jurídicos, pareceres, etc. Já há faz tempo,mas é tudo um tanto quanto incipiente. Porém, a minha questão é anterior : e os magistrados? Tratam-se para poder julgar os outros?
Vivemos uma crise institucional barras pesada e a gloriosa classe 'mérdia' , da qual faço parte, recalca esses problemas. Afinal, temos um planozinho de saúde, uma viagenzinha para o exterior, um restaurante legal na esquina, aquela televisãozinha digital para não assistir coisa alguma, etc, etc.Cito a classe 'MÉRDIA" pois apesar de tudo e de nós todos ela ainda é formadora de opinião. Até capangas foram convocados às falas num dos últimos duelos verbais na corte Suprema. Como é de praxe , tomaram partido daquele que acusou o outro de possuir serviços de capangas. Esqueceram-se que o mesmo vai coordenar as próximas eleições nacionais em 2010. Palanque armado para ambos. E por que não?Quinze minutos passam muito rápido.Agora,capanga no meu tempo.......
Por último , antes que os meus pãezinhos desabem pelo lado certo, isto é, o de baixo, assustei-me quando pensei que iriam tungar as poupanças dos velhinhos novamente. O fantasmA COLLORIDO, de volta ao Senado e comissões importantes, assombrou as nossas memórias.
Nada disso: uma medida séria para equilibrar o que não tem equilíbrio, ou seja, o mercado financeiro.
Mentirinha seja bem dita , os banqueiros não poderiam entrar em pânico. Não haveria Rivotril suficiente para todos, já que a turma de WALL STREET (SERIA ÚÁL STREET) acabou com todo o estoque no fim do ano passado.
Ainda Simoniando: " Sem Champignon, malandro".
terça-feira, 19 de maio de 2009
Simonal in concert
Não sei as razões que levaram os cineastas envolvidos no projeto, dentre eles um humorista famoso, a realizar o filme , na verdade um documentário, sobre um dos mais controversos cantores do país, e que morreu em Junho de 2000 ,aos 62 anos.
Wilson Simonal era filho de empregada doméstica e serviu o exército. No final dos anos sessenta , tinha tanta fama no país quanto Roberto Carlos. Dotado de um carisma pouco visto, Simonal mobilizava multidões, numa época em que multidões não eram bem aceitas por uma ditadura boçal. Aliás, perdoem-me a redundância!
Era mascarado confesso - nos dias de hoje um Romário é modesto comparando-se a ele-, agradava mulheres de todas as classes sociais - esse foi um dos motivos da condenação dele também e que não é abordado no filme, ou melhor, é abordado sim e com extrema sutileza e elegância numa cena em que uma bela Marília Pera seduz o ex-sargento diante do seu corno esposo-, e divertia o rebanho com habilidade musical inigualável no país.
Simonal foi um daqueles meninos pobres que deslumbrado se acabou. Era tão delirante que chegou a crer que poderia ocupar a reserva na seleção brasileira de futebol na Copa de 70. Imaginem! Reserva do furacão Jairzinho. Creio que é o Chico Anísio ou Nélson Mota - alguns dos que tiveram coragem em depor no filme - que relatam essa história divertidíssima.
Esse episódio corrobora com o que se sabe dele e dificilmente pode-se crer que ele fora um alcaguete a serviço dos órgãos repressores do governo. Errou feio ao contratar gorilas oficiais para dar uma coça num suposto contador picareta e também ao afirmar irado à abutres da imprensa que era de direita e tinha pacto com os "homem", etc.
Pagou caríssimo. Foi o exílio político mais longo da história da nação ( nação?). Foi o racismo mais escancarado que se tem notícia no Brasil. Foi a perseguição mais fascista e silenciosa , típica da esquerda alegre , que houve. Os rapazes do Pasquim admitem erros , exceto o pai do Governador do Rio, O Sr. Aposentado pelo Tribunal de Contas do mesmo Estado, Sergio Cabral , o pai, a quem o saudoso Paulo Francis apelidava de Dinamarquês. Não porque tivesse qualquer ascendência escandinava, mas por semelhança física com uma certa raça canina.
O velho e bom Jaguar, armado com uma caninha ou cerveja - não sei ao certo- e que levava o seu nome, reconhece, um tanto quanto constrangido que o Pasquim , aquele jornal brilhante , uma espécie de resistência intelectual jornalística à época, pegara pesado demais com o "Simona'.
O crioulo que lera certa vez num show , em 1967, fictícias notícias de um jornal datado de 24 de Junho de 2000, parecia antever o que estava por vir. Ele morre em 25 de Junho de 2000! Aquela brincadeira, trinta e poucos anos antes, foi das últimas. Morrera pobre, doente, esquálido, sem charme algum, fazendo shows na periferia de SP, apresentando-se em programas de TV de baixíssimo nível, dentre outros infortúnios.
Simonal , no país regido por referências inquisitivas, cometeu dois pecados imperdoáveis: traição e soberba. A primeira em relação a parte do seu público, quando afirmou irresponsabilidades; e a segunda ao abusar da máscara. Todo brasileiro é racista! Esqueceram de lembrar ao Simona que ele , inclusive ,também o era. Basta checar o que dissera dos militantes que combatiam a ditadura.
E justo o homem , ex-sargento, que passara fome e que reconhece num puteiro, no velho e bom Leblon, os tristes momentos de sua Infância e juventude.
O filme me fez um pouco triste. Tristeza mediante o nosso quase que eterno amadorismo, a nossa calhordice com molejo. Paticumbum, Paticumbum!
Creio que os autores do filme foram muito felizes. Eles apresentam diferentes versões para os fatos mais graves. Divertem, comovem. Há drama , alegria também há. Não tomam partido.O partido deles é o cinema!
Creio também que o momento é bastante favorável, onde a esquerda anda um tanto desmoralizada, onde os neo-liberais faliram, onde os negros estão na moda. Não tenho ilusões de Chico Anísio! Ele crê que há transcendência com anjinhos, talvez putas com asas, humoristas menos rabujentos e outros seres alados.
Todavia, seria divertido poder rir um pouco com o Simonal dessa boçalidade toda. Sem Champignon, malandro!
Wilson Simonal era filho de empregada doméstica e serviu o exército. No final dos anos sessenta , tinha tanta fama no país quanto Roberto Carlos. Dotado de um carisma pouco visto, Simonal mobilizava multidões, numa época em que multidões não eram bem aceitas por uma ditadura boçal. Aliás, perdoem-me a redundância!
Era mascarado confesso - nos dias de hoje um Romário é modesto comparando-se a ele-, agradava mulheres de todas as classes sociais - esse foi um dos motivos da condenação dele também e que não é abordado no filme, ou melhor, é abordado sim e com extrema sutileza e elegância numa cena em que uma bela Marília Pera seduz o ex-sargento diante do seu corno esposo-, e divertia o rebanho com habilidade musical inigualável no país.
Simonal foi um daqueles meninos pobres que deslumbrado se acabou. Era tão delirante que chegou a crer que poderia ocupar a reserva na seleção brasileira de futebol na Copa de 70. Imaginem! Reserva do furacão Jairzinho. Creio que é o Chico Anísio ou Nélson Mota - alguns dos que tiveram coragem em depor no filme - que relatam essa história divertidíssima.
Esse episódio corrobora com o que se sabe dele e dificilmente pode-se crer que ele fora um alcaguete a serviço dos órgãos repressores do governo. Errou feio ao contratar gorilas oficiais para dar uma coça num suposto contador picareta e também ao afirmar irado à abutres da imprensa que era de direita e tinha pacto com os "homem", etc.
Pagou caríssimo. Foi o exílio político mais longo da história da nação ( nação?). Foi o racismo mais escancarado que se tem notícia no Brasil. Foi a perseguição mais fascista e silenciosa , típica da esquerda alegre , que houve. Os rapazes do Pasquim admitem erros , exceto o pai do Governador do Rio, O Sr. Aposentado pelo Tribunal de Contas do mesmo Estado, Sergio Cabral , o pai, a quem o saudoso Paulo Francis apelidava de Dinamarquês. Não porque tivesse qualquer ascendência escandinava, mas por semelhança física com uma certa raça canina.
O velho e bom Jaguar, armado com uma caninha ou cerveja - não sei ao certo- e que levava o seu nome, reconhece, um tanto quanto constrangido que o Pasquim , aquele jornal brilhante , uma espécie de resistência intelectual jornalística à época, pegara pesado demais com o "Simona'.
O crioulo que lera certa vez num show , em 1967, fictícias notícias de um jornal datado de 24 de Junho de 2000, parecia antever o que estava por vir. Ele morre em 25 de Junho de 2000! Aquela brincadeira, trinta e poucos anos antes, foi das últimas. Morrera pobre, doente, esquálido, sem charme algum, fazendo shows na periferia de SP, apresentando-se em programas de TV de baixíssimo nível, dentre outros infortúnios.
Simonal , no país regido por referências inquisitivas, cometeu dois pecados imperdoáveis: traição e soberba. A primeira em relação a parte do seu público, quando afirmou irresponsabilidades; e a segunda ao abusar da máscara. Todo brasileiro é racista! Esqueceram de lembrar ao Simona que ele , inclusive ,também o era. Basta checar o que dissera dos militantes que combatiam a ditadura.
E justo o homem , ex-sargento, que passara fome e que reconhece num puteiro, no velho e bom Leblon, os tristes momentos de sua Infância e juventude.
O filme me fez um pouco triste. Tristeza mediante o nosso quase que eterno amadorismo, a nossa calhordice com molejo. Paticumbum, Paticumbum!
Creio que os autores do filme foram muito felizes. Eles apresentam diferentes versões para os fatos mais graves. Divertem, comovem. Há drama , alegria também há. Não tomam partido.O partido deles é o cinema!
Creio também que o momento é bastante favorável, onde a esquerda anda um tanto desmoralizada, onde os neo-liberais faliram, onde os negros estão na moda. Não tenho ilusões de Chico Anísio! Ele crê que há transcendência com anjinhos, talvez putas com asas, humoristas menos rabujentos e outros seres alados.
Todavia, seria divertido poder rir um pouco com o Simonal dessa boçalidade toda. Sem Champignon, malandro!
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