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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Indefinido.

O pesadelo é uma faceta de realidade que joga com travessuras alucinadas. 
Onde há diabo, vista-se de fada.
O amigo que se despede, acaba de dizer 'olá como vai'?
A criança tem medo do escuro? Melatonina vai te ninar. 
Curioso. No cérebro de gente tem isso que desperta quando a escuridão brota.
E a gente que acreditava na história do boitatá , do saci, do bicho papão! Era só a melatonina insistindo por cumprir o seu papel  de desencadeador do sono. 
Então, sonhando, surge a questão? O que ela ainda faz por aqui? Ela morreu ou não? 
Está bem ali. No centro de um quarto, deitada naquela cama, coberta por um lençol fantasmagórico. Igualzinho filme de horror. Consegue-se ver o seu rosto. Nada nos diz. 
Concomitante, um amigo outro , e que também sumiu do convívio, aparece com  as suas duas pernas com carne e ossos e  suas duas outras com rodas de borracha. Seria amigo do bicho papão? Não. Talvez fosse aquele outro das sessões da tarde , anos 70, o homem elástico? Negativo.
Era somente ele, o amigo. Um pedaço de carne, osso, cartilagem, bactérias e falas com uma extensão chamada de bicicleta. 
Olha com olhos  arregalados na direção do sonhador. O sonhador vê a cena e se inclui.  Esse olhar que se repetia, vez ou outra , diante de algum dizer de quem sonha. Era um olhar boquiaberto. 'Mas ela não morreu, afinal'? Passados dez anos....
O que pode ter a ver - querer não ver?-   intestinos destrambelhados, viroses mortais, novas bactérias, com a resistência em reconhecer o desaparecimento de quem já desapareceu? O que resta? 
Úteros são vizinhos dos intestinos. Muitas mulheres têm problemas em por a merda para fora- pode ser aquele namorado ou namorada- justo por isso. A região fica mais apertada.  Parece até com o trânsito de uma grande metrópole. Juntando-se à nova onda dos ecologistas que - assim como o sonhador que não quer ver , não querem deixar o planeta ( quem sabe um dia?) descansar na tal da paz, os projetos metropolitanos incluem os deslocamentos elétricos, cibernéticos e também os humanos com pernas de borrachas acopladas. Feito o amigo do sonho. As pernas de borracha e que também possuem alumínio, ferro, entre outras formações, chamam-se alegremente de magrelas em certos lugares. Camelinho em outros. Curioso. Bicicletas produzem ótimas metáforas. Já o psicótico não consegue. Como é pedalada uma psicose? Pedaladas custaram caro ao país tropical. Abençoado por  HÁ -Deus? 
Pensas em fim de ano? Mas que fim?  De quem? Para quem? 
O humorista disse que o mundo acabou para alguns afortunados que tiveram delações vomitadas publicamente. E que os mais pobres perderam mais um mundinho por conta de uma sentença chamada PEC não sei das quantas...Perdas.
O poeta-escritor catalão já declarou que temos que nos preparar para perder tudo. Até mesmo a sua bela ficção. Um grande poeta-analista brasileiro já afirma isso, há décadas. 
O boquiaberto. Nas telas, no pictórico,consagrou-se como um grito.Foi dado por um norueguês.  É a imagem que surge.Somente um exemplo banal.
 A bicicleta, a perda que não quer se deixar perder, uma senhora , um amigo sumido  e uma mentira pela frente. O que cobre aquele lençol? 




sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Contemporâneo

Uma das razões da contemporaneidade se encontrar de ponta cabeça - mundo afora- é que não se quer ver isso que está dito abaixo por um excelente autor. Compartilhado via, minha prezadíssima colega, Paula Carvalho.
“Prepare-se para perder tudo. Para perder fronteiras, países, ficções e teorias”.
(Liz Themerson, no prefácio de Perder Teorias, de Vila-Matas).

É a Rosa. É a Rosa.

Viver está cada vez mais perigoso. Entendeu, Rosa?
Morre no Rio o carioca de 93 anos e jornalista político mais antigo da mídia brasileira, Villas Bôas Corrêa. Ele escreveu até os 88 anos de idade.Lembro-me dele dos tempos de Rede Manchete e dos artigos no JB. Alguns brasileiros conseguiram destruir instituições como a Varig , o Jornal do Brasil, o Jornal do Comércio, algumas universidades públicas , o ensino público de um modo geral, etc, etc... E o privado caminha resoluto - feito a vaquinha- para o brejo mais próximo. Agora, só se fala em inclusão. Eficiência, rigor, competência são artigos desnecessários.Na verdade, essas virtudes 'atrapalham'.
Mas o garoto/a não estuda!! Tem bolsa e está passeando.Não me interessa cor de pele, procedência, preferência de cama, endereço... A cada ano só piora. Não, mas você tem que considerar quê...Considerar o quê do quê? Bota um bisturi na mão dele, no futuro, para lhe abrir o bucho . Ou quem sabe construir um edifício que imita o humorístico dos anos 70, ' balança mas não cai'. Só que esse pode cair. Ou ainda, repetir frase dos outros e fingir filosofia ou autoria. Melhor do pior: dá um aviãozinho-sedento por uma corrida menos-gravítica contra abutres ou uma pombinha ( os mesmos que destruíram aquilo tudo) para o cínico/a realizar uma manutenção adequada sem os conhecimentos e treinamentos adequados?
Não esquecendo , ao menos, de botar a preciosa gasolina no tanque.