Onde há diabo, vista-se de fada.
O amigo que se despede, acaba de dizer 'olá como vai'?
A criança tem medo do escuro? Melatonina vai te ninar.
Curioso. No cérebro de gente tem isso que desperta quando a escuridão brota.
E a gente que acreditava na história do boitatá , do saci, do bicho papão! Era só a melatonina insistindo por cumprir o seu papel de desencadeador do sono.
Então, sonhando, surge a questão? O que ela ainda faz por aqui? Ela morreu ou não?
Está bem ali. No centro de um quarto, deitada naquela cama, coberta por um lençol fantasmagórico. Igualzinho filme de horror. Consegue-se ver o seu rosto. Nada nos diz.
Concomitante, um amigo outro , e que também sumiu do convívio, aparece com as suas duas pernas com carne e ossos e suas duas outras com rodas de borracha. Seria amigo do bicho papão? Não. Talvez fosse aquele outro das sessões da tarde , anos 70, o homem elástico? Negativo.
Era somente ele, o amigo. Um pedaço de carne, osso, cartilagem, bactérias e falas com uma extensão chamada de bicicleta.
Olha com olhos arregalados na direção do sonhador. O sonhador vê a cena e se inclui. Esse olhar que se repetia, vez ou outra , diante de algum dizer de quem sonha. Era um olhar boquiaberto. 'Mas ela não morreu, afinal'? Passados dez anos....
O que pode ter a ver - querer não ver?- intestinos destrambelhados, viroses mortais, novas bactérias, com a resistência em reconhecer o desaparecimento de quem já desapareceu? O que resta?
Úteros são vizinhos dos intestinos. Muitas mulheres têm problemas em por a merda para fora- pode ser aquele namorado ou namorada- justo por isso. A região fica mais apertada. Parece até com o trânsito de uma grande metrópole. Juntando-se à nova onda dos ecologistas que - assim como o sonhador que não quer ver , não querem deixar o planeta ( quem sabe um dia?) descansar na tal da paz, os projetos metropolitanos incluem os deslocamentos elétricos, cibernéticos e também os humanos com pernas de borrachas acopladas. Feito o amigo do sonho. As pernas de borracha e que também possuem alumínio, ferro, entre outras formações, chamam-se alegremente de magrelas em certos lugares. Camelinho em outros. Curioso. Bicicletas produzem ótimas metáforas. Já o psicótico não consegue. Como é pedalada uma psicose? Pedaladas custaram caro ao país tropical. Abençoado por HÁ -Deus?
Pensas em fim de ano? Mas que fim? De quem? Para quem?
O humorista disse que o mundo acabou para alguns afortunados que tiveram delações vomitadas publicamente. E que os mais pobres perderam mais um mundinho por conta de uma sentença chamada PEC não sei das quantas...Perdas.
O poeta-escritor catalão já declarou que temos que nos preparar para perder tudo. Até mesmo a sua bela ficção. Um grande poeta-analista brasileiro já afirma isso, há décadas.
O boquiaberto. Nas telas, no pictórico,consagrou-se como um grito.Foi dado por um norueguês. É a imagem que surge.Somente um exemplo banal.
A bicicleta, a perda que não quer se deixar perder, uma senhora , um amigo sumido e uma mentira pela frente. O que cobre aquele lençol?
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