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sexta-feira, 27 de março de 2015

O falastrão e o futebol.

BOLEIROS NÚMERO 2 . ANTES DA COPA FRANCESA. 
Na mesa do restaurante, atrás e em posição de ataque, o cidadão que para mim ainda não tinha rosto tagarelava alto. Falava sobre as suas vivências no meio futebolístico e suas aventuras de playboy meio desocupado ( conclusão minha) da zona sul carioca, anos 70. Palavrões em profusão e ele continuava a contar, a narrar a partida das suas vantagens. Ele jogou bola também, E proclamava-se um craque. A modéstia no seu caso não vestia uniforme oficial. Meião arriado, corpo arreado,a provocar zagueiros famintos. Gostava de uma bela porrada. Um cavalheiro.
Uma garrafa de whisky -com o símbolo da estrela solitária do seu amor Botafogo- exibia-se na mesa. Primeiro, falou da corrupção durante e logo após a gestão de um ex-presidente deles, delegado, bastante truculento e que passou pelo time de Jairzinho e CIA. Depois,falou discretamente da roubalheira de um outro ex-mandatário do clube alvinegro e que tinha nome de bicheiro morto e ainda por cima no diminutivo. Mas falou com gosto, um tesão a lhe provocar engasgos de prazer, sobre um certo dirigente, ex-presidente, do meu Flamengo, durante a convocação para Copa de 1998, na França. Eles não esquecem a gente, nem da gente.. É uma paixão de ódios!
Segundo esse sujeito discreto, tratava-se da última convocação para essa Copa de Zidanes. Essa convocação é a que tem um pouco mais de validade, para os seus conceitos. 'As outras são de araque'- garante. Eis que um zagueiro -com apelido de quem nasce em Estado do Nordeste- não apareceu na lista dos convocados. Um dirigente bem conhecido sai furibundo da sala de imprensa e diz, na antessala ( preferia eu quando aconteciam essas coisas na antiga ante-sala, pré -reforma ortográfica), em alto e bom som, para quem quisesse escutar; '' E os meus 4 Milhões? Acabei de perder"! Se eram Reais, dólares ou euros. ficou a dúvida sobre a penalidade marcada. Será que o baile na final, aquele "trois x zéro" , indicou a referência monetária? Teria conta lá fora? O que não é ilegal, desde que o leãozinho daqui seja comunicado sobre a grana que faz turismo.
Alguns minutos se passaram, e o coisa ruim retorna ao ambiente de prostituições, ou melhor, das convocações. Pequena mudança ou uma substituição fora feita. O tal zagueiro estava convocado. Incrível a agilidade não burocrática para comandos de picaretagens nacionais.
E esse pária continua a assombrar o futebol. E não está só. Muito pelo contrário. Eles formam nas onze e com banco de suplentes e ainda mais.
AH! O senhor falador já está com o rosto bem grisalho. Eu o vejo a uma distância segura, cautelosa. Estava de costas para o crime.

terça-feira, 17 de março de 2015

A NOVA REPÚBLICA ACABOU E A GENTE CONTINUA. AONDE?

A Nova República acabou, diz filósofo Vladimir Safatle- FAÇO UM PEQUENO COMENTÁRIO ANTES.
Vladimir Safatle no meu modo de ver, toca no ponto que a Psicanálise Contemporânea, Novamente, já indicou, através do seu autor, há pelo menos uns vinte anos.
Uma afirmação nossa ,simples, em torno do ponto que Safatle sublinha na sua conversa: qualquer sistema representacional é mais ou menos como a ideia de relação ( conceito matemático). Em última instância não há. Não haveria como estabelecer ponto a ponto, correspondência biunívoca entre duas formações,simetria absoluta entre duas pessoas, por exemplo. 'Sorry'. Pode desistir. O príncipe vira sapo sempre e ainda bem. Lacan apelou para uma redundância e disse , num congresso romano, no século passado, que a relação sexual não existia. Fez uma intervenção que quase lhe custou os leões e o Coliseu todinho a devorá-lo. As pessoas transam, matam-se , odeiam-se, amigam-se, ( isso existe? palavra e sentido?) , namoram, ignoram-se , são castas. mas....É o faz de conta.Mas em última ou primeira instância não há como alguém representar plenamente outro alguém.
Não se trata, portanto, tanto de atores políticos não contemplados no jogo político, e sim que nenhum ator está inteiramente representado nesse jogo, como quer supor o filósofo citado. O teatro de faz de conta , efetivo nessa vida, conta com a consideração e inclusão do ,digamos assim, muito do que é possível e a cada situação, ad hoc. E sob suspeita permanente. Parece infernal, quase impossível, e é mesmo. Sobretudo para as nossas posturas pouco contemporâneas. Por exemplo: definir-se a priori como sendo uma pessoa de esquerda ou de direita não tem mais nenhum efeito profícuo nas intervenções de mundo. E não é falta de posição, covardia, leviandade ou inconsistência de argumentos saber dançar a dança de cada diferente momento necessário. TANGO É TANGO. Samba é Samba. Mas pode-se sambar conforme a música do...samba. Senão , vai pisar feio no pezinho da donzela.
No Brasil, mediante a barbárie ocorrida na segunda metade do anos 60, estendendo-se até meados dos anos 80, as posições foram deslocadas mais para esquerda ( apesar da presença semi-onipresente da igreja católica) pois a truculência e o mau gerenciamento ( houve muita incompetência com a gestão pública e econômica, fora a roubalheira, a destruição de direitos civis da sociedade) vinha de um malvado menino destro. Viciado no sentido londrino de conduzir. Por conseguinte, tomou conta das Universidades ( também aconteceu em países europeus, Maio de 1968 na França, por exemplo), o pensamento de esquerda , enquanto algo de ponta e apontado como o único modo de pensar e agir progressivamente, avançado.
Preferimos a palavra Vanguarda, já que progressista no caso da Nova Psicanálise indica um caminhar que pode querer sacanear demais o jogo, o tempo todo, e os outros todos, e ainda supor que não têm nada a ver com isso. Vitimiza-se quando se deixa pegar. Aparece o pânico. É O modo de se comportar e que aparece na literatura especializada como o velho e não tão legal psicopata. Esse senhor ou senhora , a bem saber, independem de partido ou ideologia.
O caminhar das décadas e as aproximações com o Velho e o Novo Mundo, além de tantas derrocadas, nos apresentaram também menininhos bem malvados com seus braços canhotos cansados.
Mas o que dizer, ou melhor, o que fazer com a formação brasileira? Tudo sempre remediado, visto que a antecipação diante das demandas, das novas formações, das novas Pessoas, gerações, redes tecnológicas, novos vínculos, não vêm? Ou quando vem, não o é. É precipitação ou atraso. O que dá na mesma.
Dois pequenos trechos, abaixo, da última ou penúltima entrevista do filósofo, atento, para os fatos de agora, revelando a contemporaneidade do que ele vem articulando sobre o momento político. Acho importante. Já começamos o papo , faz alguns dias. Nessa nossa ágora virtual.
UOL - O que poderia ser mudado? Como melhorar o sistema que está em crise?
Safatle - A primeira coisa que é preciso fazer é admitir que estamos nessa situação. Acabou. É preciso que todo mundo fale isso em voz alta para podermos produzir uma nova situação.
Trocar o PT por outro partido não muda nada. É como trazer Dunga de volta à seleção brasileira após a derrota na Copa. Continuamos aprisionados ao processo. Precisamos de uma consciência clara de que esse é um modelo singular, de esgotamento nunca antes visto. Enquanto não percebermos que acabou, nada vai acontecer.
Vivemos agora a lógica dos pequenos problemas, da corrupção, do estado inchado, quando na verdade o problema é muito maior. Todos os escândalos de corrupção dos últimos 13 anos envolveram todos os partidos relevantes do Brasil. Isso significa que trocar de partidos no interior do modelo de governabilidade é continuar uma piada. O modelo de governabilidade é o grande problema .
UOL- O que o senhor acha do debate a respeito de uma possível reforma política?
Safatle - Todo mundo sabe que não haverá reforma política. A reforma política que se propõe é pior de que a situação atual. O Brasil hoje é uma partidocracia. Os partidos vão tentar instituir o monopólio da representação política brasileira. Não é crível esperar que uma reforma política seja feita dessa maneira. Existe uma baixa densidade de participação popular em processos decisórios de estado. A população só é convocada para eleições a cada quatro anos. A população não tem poder de deliberação.
O que tem que ser posto é de uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Isso tem que ocorrer fora do parlamento e do processo de escolha determinado pelo parlamento. A Europa pensou sobre isso depois de 2008, e o caso da Islândia é paradigmático. Eles fizeram uma Constituição fora do Parlamento. É preciso fazer um processo em que não são os políticos que são eleitos. Em crise de representação vai-se ao grau zero de representação, aproximando o máximo possível da presença popular, reconstruindo a estrutura institucional a partir disso. A Assembleia tem que ter pessoas simples participando, professores, enfermeiros, pessoas comuns, e não só políticos.
Precisamos de criatividade política. Os países que conseguem mobilizar a população são os que saem da crise. Ter medo, pensar em riscos para a democracia, vai nos deixar num processo infinito de degradação.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Março de 2015. As ruas e suas caminhadas.

Jair Bolsonaro foi visto se manifestando. Mas parece que não lhe deram chance para falar.. AINDA BEM! Jair é inimputável. 
A cobertura da Globo evita entrevistas para que não se digam as asneiras que dizem sempre ( com a clara intenção e cujo inferno se regozija em diabruras). Tanto na de sexta - profissional, dirigida, com apoio alimentício e de transporte- tanto quanto na desorientada de Domingo.
A Rede Bandeirantes - que é simpática ao governo- entrevistou algumas figuras que diziam quase nada. E filmou- foi das poucas ou a única- o indescritível Deputado Milico. Funciona na tentativa da desmoralização do evento. Mas o grito, as panelas e as 'Cutis Sindicais" são válidas,LEGÍTIMAS. Mesmo que provoque tremedeiras- tal como anuncia um ótimo e falecido programa humorístico, TUDO JUNTO E MISTURADO, da emissora primeira, e que muitos fingem que não conhecem, não viram, não sabiam. O que não impede que tudo isso exista.
Resta saber se vai dar pra comer, nutrir, hidratar, acolher....Democracia é essa beleza. Alguém pode até colocar aspas na beleza. O Sr. Jair, por exemplo. Resta o samba: " Com que roupa.Eu vou/ Pro Samba que você me convidou?...LÁ LÁ RÁ. Lindo samba. Bem braSZileiro.
As manifestações para mim ocorreram em 2013. Aquelas primeiras. Assustadoras, pois tão belas. A imagem do Congresso com a população em cima dos seus seios pátria amada, mãe deveras não tão gentil, foi o MELHOR SELF DO PAÍS. Aí vieram depredações, o esgoto aberto... Infelizmente, os resultados colhidos , um ano e meio depois, pífios se mostraram. Basta ver o ' NOVO CONGRESSO'", AS NOVAS ASSEMBLÉIAS....ENFIM. 'O NOVO GOVERNO'. Esse é o drama. Esse mal estar que não é , infelizmente, sazonal.

quinta-feira, 12 de março de 2015

O futuro do pretérito lambido. Um momento de metrô.

Escada adiante. É isso. Ao final da Rua da Alfândega- final para quem vem da Primeiro de Março em direção à Uruguaiana- avista-se a entrada do transporte do demônio. Essa definição ,segundo um amigo dominado por claustrofobias, não combina com as realidades dos transportes outros, ditos públicos, O metrô ainda é algo um tanto mais civilizado e eficiente apesar dos seus esconderijos subterrâneos. O cabra em questão- autor da sentença endiabrada-  tem um metro e oitenta e tal e se coloca cheio de dedos para certos deslocamentos ( nos aviões também passa mal) e até para tomar uma injeção. E nem precisa ser na bundinha não. No braço, bem forte, também surgem espasmos. Vai saber....
Uma vez alcançado o demônio e suas extensões, vem na mesma direção o comentário da viúva de João Ubaldo Ribeiro sobre o modo como ele compunha alguns personagens. 'Ele ficava espiando e imaginando como seria a vida, a casa, os hábitos, as taras daquele cidadão ou daquela senhorita. '- relembrava.  Cono  se imagina, quem se dá a essa mistura de letras a contar firulas adora fofocar também. Mas é fofoca da vida toda. Aquela que qualquer UM pode fazer. Uma simples questão de poder. Não tão simples por escrever, porém. 
Seguindo a dica, nota-se esse senhor de cabelos grisalhos e desalinhados a existir pela frente. Carrega, enquanto desce uma sequência de escadas, uma sacola de plástico com brasão de algum supermercado. Vai para casa. Quem decidiu? A continuação dessa história, obviamente. E o óbvio é o que não se quer ver- diria Rodrigues, O Nelson. O evidente de Nelson era ululante. Uma hiper obviedade. Poderia se chamar então Óbvio Ululante Redundante Engraçadinha da Silva. Em homenagem as nossas origens e outras histórias. 
Desiste-se desse personagem. Ele é tosco. Um pouco mais ao lado percebe-se a inconveniente presença desse rapaz que disputa cada passada como se estivesse numa marcha olímpica. Tem os olhos preservados por umas lentes escuras e rebola com gosto. Sumiu adiante. Pegaria a linha de sentido oposto. 
E qual seria o sentido desse palavrório que brota por essa boca de computador com memória de gigabites a nos humilhar no presente e ainda mais no futuro incerto e que nos ensinamentos - tirando aquele surto esportivo de estrangular olimpicamente sua mulher, Hélène- de um Althusser predestinado a assustar até mesmo um Jacques Lacan contemporâneo, interlocutor e amigo. Althusser, nascido na Argélia, foi um filósofo marxista da melhor qualidade e um dos nomes importantes dos movimentos estudantis, acadêmicos e por que não, esportivos, daquele Maio de 1968, em Paris. Lacan, por sua vez também analista dos sintomas marxistas, um alto burguês. Sobretudo, genial. 
A história do metrô diabo já tomou outro rumo incerto. Deve ter sido o alto falante que berrava palavrinhas de 1968, num carro de som do século que não chega para muitos, numa esquina próxima, antes da estação. O carro estava estacionado, parado. Feito o discurso que se seguia. De fato, o moço que berrava anda para trás. Quase caiu do cavalo. Seria afinal carro ou não? Rédea curta, moço prendado. 
Salão principal a espreitar o trem-metrô que se agiganta. Passa voando. Seria o amigo que tem medo de tudo a lhe conduzir, fingindo ser o gavião que simboliza a sua paixão desportiva? Quanta pressa, meu nobre! Deixastes frustradas ao menos essas duas beldades que esperam por ti e que estavam na mesma sala de exposição que a gente, há pouco! Cochichavam durante a fala do pintor famoso.E justo  ele que tentou por entre gelos e tundras abstrair o seu olhar com aquelas cores e formas. Houve quem cuspisse em suas obras por causa da máquina de tirar fotografias- invenção recente no seu tempo tão próprio- e que retratava exatamente o que toda a gente pensa que vê. Será mesmo? 
Aqui por esses lados dizem que fiquei como se diz... pelado, ou melhor:pelado em cima da cabeça. da testa. Minha saudosa mamãezinha achava que, ao contrário das visões inimigas, invejosas, encurtara um pouco demais o corte e que o barbeiro de um Bertrand  Russerl , muito fatigado depois de passar horas, quase nove décadas, com as navalhas apontadas para os pescoços de outros e para o seu próprio, desistira com essa ladainha de paradoxo. Quem corta quem ou de quem? O quê seria cortado mesmo? E aquele que corta o cabelo de todos os outros, naquela Paideia de pelos, e  que não sabem cortar o próprio cabelo ( os filhinhos de mamãe todos), terá o seu cabelo cortado por quem? Afinal, ele só corta cabelos de quem não os sabe cortar? Mamãe dará sempre um jeito. Para o bem ou para o pior. 
Parou um troço que brilha bem na nossa frente e a porta se abre. As duas tagarelas continuavam a repetir a história sobre o artista. Ele já dissera que não era bem assim. Não adianta. O vagão, contudo, estava meio vazio para o horário. Fiquei em pé. Ao lado da saída. Óculos escuros a constranger outros olhares que estão mais transparente, visíveis. Fogem desse olhar que sai driblando gente. Seria traço de autismo? E quem não o tem? Ainda que pouco? 
Uma moça negra pula quase no colo do banco que se ofereceu. Ela pega seu telefone- faz companhia a uma multidão de humanos hojendía-,  e passa a masturbá-lo ali mesmo. Dentro do trem. Olha com tesão para o rapagão enorme e belo que também acaricia o seu branquinho digital. A sacanagem não prossegue já que ele não lhe dá a mínima. Um grupo pequeno de turistas invade o ambiente. São turistas de fato. Não há dúvidas e isso pode por em risco a humanidade das pessoas. Eles quase sempre andam colados feito pombos enfileirados sobre o prédio abandonado. Boquiabertos de perplexidade ainda não traduzida. E muito mal ajambrados. 
O Rio de Janeiro feito de sua gente tem  essa fama- não somente por razões climáticas tropicais- de ser meio pelado por natureza. Sandália de dedo que virou traje fino para fim de festa de casamento. O Rio ficou cafona, brega. Uma pena. O SR. a quem se deu passagem quando a porta metálica se escancarou com entranhas à mostra , destoava daquele mundo. Era elegante no postar-se. 
Destino alvejado. Estação terminal. Sim, eles anunciam o terminal daquele ser metálico. Ao menos para hoje. Amanhã e depois dar-se-á sequência. O futuro leva tempo demasiado , ensinou aquele argelino de Paris, passageiro imaginado, Louis Althusser. Certamente, porque existe de direito- nas nossas elucubrações, delírios e desejos- , mas não existe de fato. Quando estiver por chegar, já era. Já é futuro de um pretérito lambido. 
Essa gente toda daquele trem era bem xôxa. Parece até  com um certo cotidiano. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

KANDISNKY NO CCBB.

AINDA ESTÁ NO CCBB, RIO. Na rua que faz ano no mesmo dia da Cidade: 1 de Março. 
Cem anos antes d'agente nascer- ou pensa que o fez- esse senhor russo surgia e pouco depois -influenciado por um daqueles jardins de Monet - decidiu abandonar o direito e a etnografia, dedicando-se então às artes plásticas. Criticou o pintor francês por ele tentar abstrair as formas que retratava. Depois, entendeu e se encantou e foi dos primeiros pintores-autores a produzir trabalho teórico consistente chamando-o, primeiro, de abstracionismo e depois arte concreta.
Kandinsky navega desde o ano passado nas nossas águas. Abaixo, um auto-retrato de seu amigo- no início opositor-, Schönberg ( compositor, pintor, pensante). Ao lado, um quadro pintado por um dos seus discípulos quando esteve na Alemanha, início do século XX. Abaixo desse, algumas das suas impressões. E por último, Pavel Filonov ( discípulo e interlocutor) e suas DUAS MENINAS.
Para quem acha que pintura é fazer retrato, somente as formas simétricas, tons que combinam com o sofá da sala, de mal estar , um Pau de self na esquina faz melhor. KANDISNKY É BRILHANTE.

quarta-feira, 4 de março de 2015

CARNAVAL, UMA ÚLTIMA PARTE. O RETORNO DE ALGUM FANTASMA ARLEQUIM

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Anti-alérgicos podem fazer com que os seus sonhos- ou pesadelos- emerjam sem cerimônia. Sem censura, feito nome de programa. Até que você desperta para continuar sonhando pela vida. Então nesse pós carnaval , eis que a assombração de uma ex-modelo, bailarina, cantora e chiliquenta- trabalhou no Moulin Rouge nos anos 70 - e cujo nome é Watusi , ressurge. Olhem o que eu retirei da cartola sem cabelo por baixo. Watusi- nascida em Niterói- inventou a nota hiper fracionada quando foi jurada de um desfile das escolas de samba do Rio, no início de anos 80. Primeiro grupo, primeiro time. E lá vai Watusi evoluindo na avenida dos números: 4.2,,6,3, 5.4, 3,8 ( PARECIA ATÉ CILINDRADA DOS MOTORES AUTOMOTIVOS) .A cada anúncio, a cada punhalada, a bicharada ia soltando fogo pelas ventas. Castor- Bacharel em Direito de Andrade- coçava o nariz com o revólver. O impoluto Anísio Guiné Equatorial - previsão de seu nome futuro- quicava e parava no ar feito beija-flor. Somente ele e Dadá Maravilha- aquele atacante-folclore dos anos 70- conseguiam realizar tal sambadinha. Carlinhos Maracanã - quando a Portela foi rica tinha esse estádio monumental enquanto patrono-, por sua vez, ameaçava rasgar a fantasia de quem estivesse na sua frente. Piruinha - nome de um outro monarca para carnavais cariocas- trazia um revólver fumegante numa das mãos. Saía tanta fumaça que hoje poderíamos calcular a sensação térmica desse 38 arretado, irado, encolerizado. Girava o tambor em torno de uns 50, 60 graus de muito amor a 'Watusinar".
Watusi foi a Geni de um Buarque de Holanda, naquela quarta- feira de cinzas.
E ela só não virou cinza pois se escondeu a tempo e deu uma sumidinha-discreta como um mestre-sala- e que perdura até hoje. Antes porém, deixou-se entrevistar- tentando justificar seu feito raro. O que só fez aumentar o desastre das suas avaliações.
O berro gutural de um Carlos Imperial- tentou ser Jamelão na vida , mas não tinha a mesma sabedoria e elegância- ressoa nesse face+ book, passados mais de 30 anos. Cantemos então: DEZ!!!!! NOTA DEZ, WATUSI!!.