Encerradas as Olimpíadas , as madrugadas silenciam heróis e vilões.
Os heróis são aqueles que competem, disputam, se esforçam dando o sangue pela arte escolhida. Os vilões se espalham com mais desenvoltura em tempos de boçalidade bem paga.Sejam atletas, mandatários ou postulantes a isso, exibicionistas que não saem do armário, voyerismo de narcisismo baixo, etc, etc.
Os vilões estão em todo lugar. Assistem a TV tal qual fanáticos que só possuem um único vício, limitando assim um vasto cardápio à disposição. Fingem investir demasiado, mas pouco se dá.É, na verdade, uma projeção estúpida.
O que eu tenho a ver e haver com aquilo, se mal pulo da cama?É um tesão como outro qualquer. Uma identificaçãozinha meio que de araque, uma idealização forçada. Tudo bem....é bonitinho, mas o exagero em torno dos saltos,com a vara ou sem a vara, merece cuidado.
Cuidado esse que não se vê na forçação de barra por parte de alguns elementos da mídia que transfomaram entrevista em drama banhado de lágrimas.Enquanto o infeliz não desaba , desculpando-se pelo que não fez ou até pelo que fez a mais, o sado-masoquista, de microfone em punho, não desistirá. Novela de rádio!E eu que pensava que a TV já era digital!
Temo. Temo pela minha pobreza em relevar demasiadamente conquistas não tão relevantes.Pela minha estupidez em me deixar levar por movimentos velhacos, aonde o cinismo transita desenvolturas.
Temo pela minha antiguidade. Aliás, esse termo é disfarce. Falemos em bom português: temo pelos meus bons e prezados pré-conceitos.No que de antemão já considero o que quer que seja, ou melhor, o que quer que haja, tão diferente do que a minha vasta estética pode conceber, absorver, reconhecer nesse momento, e ainda por cima esse o que quer que é xingado de esquisito, careço de cuidados...indeléveis.E vislumbro que talvez não seja possível me livrar deles inteiramente.E isso é grave. Ninguém mais vai me entrevistar ? E o meu pranto?
Ao menos uma grande alegria: não pernoitei na fila incrédula -pois havia a pergunta em suspensão: será que ele vem?-, a fim de ver o santo. O mais novo santo brasileiro: o Sr João Gilberto.
As duas moças enfileiradas, fascinadas se perguntavam, durante a audição , no teatro mais importante do Brasil:
" Será que eu posso peidar?Acho que não! Imagine - balbuciava a outra- , eu aqui louca para tossir e você querendo peidar! Nem pensar!Pode segurar tudo. Aliás, não é difícil assim já que tens prisão de ventre. Emocional ou não!Além do que , temos que ter cuidado. Lembra-se do caso do lanterninha que , foi chamado num canto pelo João, pois o mestre estava ouvindo o som proveniente da luz da lanterna que ele , lanterninha que faltara as aulas de física do telecurso,cuidadosamente, carregava? Pois sim: passou a ouvir o som também e....enlouqueceu!"
Moral da história: João Gilberto sabe domesticar peruas nativas e jamais subestime um lanterninha , pois alguns possuem ouvido absoluto.
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