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terça-feira, 12 de agosto de 2008

O previsível

Já estava anunciado, pela nossa conhecida covardia, que o Presidente Lula, ao retornar de mais uma das suas incontáveis viagens no seu aviãozinho milionário,iria passar uma descompustura no seu ministro da Justiça, O Sr. Tarso Genro, pois esse havia solicitado punição aos milicos que cometeram torturas , durante os anos de chumbo.O ministro havia dito, aproveitando-se da viagem palaciana aos jogos olímpicos, que crime de tortura não é crime político, e sim crime hediondo. Nada mais correta, essa colocação do ministro, ele mesmo um ex-preso político e exilado em terras uruguaias. Aliás, o ministro Genro mais parecia a sua filha, Luciana, candidata à prefeitura de Porto Alegre, tamanha contundência em sua fala.
Os milicos então se reuniram, esbravejaram - um deles chegou a ameaçar o ministro Genro-, e conseguiram que tudo , mais uma vez, fosse engavetado.
A covardia parece ser uma característica de mandatários brasileiros, assim como ocorre na famigerada classe média.
Recém chegado da Argentina, esse novo blogueiro que aqui posta algumas opiniões, presenciou em terras portenhas o julgamento de mais um assassino, um general argentino de 81 anos, que cometeu diversos crimes durante a ditadura naquele país, nos anos 70, 80.A cidade de Córdoba, uma das maiores do país, mobilizou-se inteiramente para o evento. Ao final, a celebração. O desgraçado fora condenado à prisão perpétua. Não foi o primeiro e nem será o último. Há uma longa lista de futuros julgamentos. No Uruguai ,há um ex-presidente em prisão domiciliar. No Chile, vários ex-colaboradores de Pinochet também estão presos ou com os seus direitos políticos suspensos.
Aliás, na Argentina, a greve de motoristas de ônibus , deflagrada pelo assassinato de um colega, morto por um bêbado a punhaladas, não prejudicava a população. Era realizada à noite. Resultado: ganharam apoio pleno da população e seriam recebidos pelas autoridades do país. Imaginem no Rio de Janeiro se ,a cada assassinato, houvesse uma manifestação semelhante? Por certo, algo se transformaria. É impressionante, e deprimente para nosotros, o quanto é organizada a sociedade civil argentina. Os produtores rurais, por exemplo, causaram estrago no Governo da senhora Kirchner e um dos melhores eventos na capital portenha, nessas férias de inverno, era a feira ruralista, no bairro de Palermo. Toda produção argentina, trigo, vinho, gado e os seus derivados, além da cultura regional, exibida das mais variadas formas, mobilizaram locais e turistas, esses em pouco número, mas bem avisados. Um belo evento.
Retorno sempre deprimido , quando de minhas passagens por lá. E essa já foi a quinta ou sexta vez ,em vinte anos. Há uma elegância que passeia pelas largas avenidas e no tomar um simples café, num bar qualquer. Além do que , eles têm outra característica irritante: são patriotas. O que por esses lados é visto como sinal de cafonice.
Duas dicas para quem se bandear por lá: o restaurante Cabernet, em Palermo Soho, calle Honduras - ou seria El Salvador?-, com JORGE LUÍS BORGES. Ótima companhia. Harmoniza com qualquer prato. Vale também arriscar a Bodega Novaes Correa e seus vinhos. Não estou certo, mas há um vinho, de preferência prestigie a uva local, Malbec, chamado MONTEMAYO.O vinhos por lá estão baratos para nós. Não deixe de arriscar, por uns reaizinhos a mais, um Gran Reserva. Piazzola tocará sua garganta.

Um comentário:

andrea dutra disse...

querido, embora meu fôlego pra política seja igual ao das jogadoras de futebol da seleção brasileira, isto é, nenhum, eu to adorando a mistura do seu blog. mil beijos