No decorrer do filme, que já assisti inúmeras vezes a ponto de saber boa parte dos diálogos, pergunto-me o porquê da insistência? Não é um bom filme. O roteiro é confuso e alguns dos atores estão abaixo da mediocridade. Ao menos a fotogenia, febre de hoje em dia, não prevalece. Há gente feia no mundo!Felizmente! Assim como há gosto para tudo. Ufa!
Revendo aquela cena, encontrei uma das razões. O filme traz um pouco de minha infância, numa Ipanema bucólica e charmosa. O malandro nesses tempos era gentil. O bom malandro tinha seriedade.Fazia direito o que propunha.
Esse papo parece coisa de gente velha e é . Olhar para frente é fundamental, mas o abismo assusta. Para trás há umas coisinhas...Mesmo que o melancólico seja um cínico, pois reclama ainda de barriga cheia, dá pra fazer uns versinhos. Poetinha contente nunca vi.
Estamos entupidos de barbaridades e cinismo. A explicitação do ridículo e do boçal e a sua denegação a seguir. Tanta informação, com tanta rapidez, e a turma não sabe absorvê-la. Há consequências graves. Crise econômica é apenas uma delas.Até mesmo o mais liberal dos liberais, ou seja, o rei do cinismo contemporâneo agora, após alguns meses de terremotos, pode avaliar com mais lucidez o que ocorre. Osama+ Barack é a pessoinha certa na hora certa. Aquele rapaz, O Hilary, não funcionaria. Não tem ' Savoir Faire' suficiente. O Negão já entendeu!
Enquanto preguiçosamente teclo - do verbo tentar escrever algo- essas coisas, o moço bonito do filme semi-pornô - sim, semi-pornô já que uma atriz, hoje com 80 anos, estava de calcinha -passeia pela nossa orla dirigindo um automóvel conversível. Sim! Um automóvel conversível nas ruas do Rio, ex- Maravilha, e não um carrinho blindado.Será que haverá carrinhos à prova de balas com redução de IPI?Estou na fila de espera! Quero o meu de menta ou cereja, por favor!
Saudades dos carrinhos sem teto. Naquela época os sem teto eram carrinhos. Creio que a garotada de hoje só os conhece através de fotografias ou se afortunadamente tenham passeado por algum paraíso bem longe daqui.Na minha infância, condomínio fechado era o Batalhão do Exército.
Esse lero lero é realmente chato, mas necessário. Os judeus relembram sempre o que lhes aconteceu na Segunda Grande Guerra.Estão certos. Se cai no esquecimento....
O Importante é que a sabedoria bate à porta de quem pode contemplá-la e utilizá-la da melhor maneira , O Maneiro!
O mestre, sempre alerta, alerta: " Somos um autoretrato de palhaço, cujo pintor é um artista desconhecido".
segunda-feira, 30 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Dois comensais
Dois Comensais
Dois jovens , na mesa ao lado, conversam. Uma menina e um menino. A menina, pequenina, tem os olhos apaixonados. O garoto , com ares aristocráticos , bebe uma cerveja. Tem olhos claros e distantes. Ela me lembra alguém. Apesar de jovem, parece uma senhorinha. Creio que é por causa dos gestos. Eles são medidos, bem contornados. Bebia, inclusive , bebida de gente mais velha: aqueles coquetéis coloridíssimos e sem graça, ou seja, sem álcool. Talvez por isso estivesse tão compenetrada. Ela falava, falava e o garoto ,de braços alongados, escutava e comia. Corretos os meninos. Comiam aquelas coisas saudáveis , verdes demais e ....também sem graça.
Alguém , creio que um Rei, dissera que as coisas melhores são imorais, engordam e também são proibidas. Perfeito. É bem provável que seja um Liberal de última instância, tipo Bob Field , o nosso falecido Roberto Campos, ou algum menbro do prestigiado ‘The Economist’. Tudo bem que cada um de nós deve ser responsivo sobre os atos praticados ou não, mas em termos de aplicação política é quase impossível. Estaríamos entrando numa espécie de anarquia, o que não é viável. Até porque observamos nessa crise econômica que muitos liberais estão correndo para o colo do Dr Marx, Dr Marcuse, Dr Engels, dentre outros.Um dos gurus dos liberais , O Sr.George Soros , está assustado!
Seriam os nossos jovens comensais liberais? Não creio que estejam interessados nesse tipo de conversa. Ela, por exemplo, está mais interessada em apreciar as folhas que se exibem no prato à frente e nos belos olhos do gajo. Que mané Liberalismo coisa nenhuma! Teria pensado intimamente se indagada fosse.
Tentar adivinhar a idade do jovem casal também seria uma tolice, pois eles todos são tão parecidos. Dezoito, vinte ou vinte e dois anos, qual seria então? Façam as apostas.
Sinto frequentemente um abismo entre mim e essas gerações mais novas. São inteligentes , mas desinteressados, a grande maioria , naquilo que me alimenta.Tanta informação, e cada vez mais rápida, para que mesmo? A tecnologia , que é uma grande obra poética, pode ser um imenso desperdício nas mãos de maus poetas. Na verdade, pretensos poetas. Já se chegou a cogitar se não seriam novos poetas os tais “hackers”?
Muitas vezes , sinto essa distância até mesmo no que tange banalidades , tais como futebol. A garotada não reconhece algo que tenha existido antes da banda larga, do DVD, ou seja, dos tempos digitais! Já chegaram a comparar qualquer um dos medíocres ,que enganam pelos gramados brasileiros, com Maradona. Maradona é insuportável pessoalmente , mas foi um grande artista da bola! Nada que se compare aos embustes que a mídia insiste em faturar sobre. Qualquer empulhação que possa trazer audiência e milhões de Reais, Dólares, Euros, vale a pena.
Imagino se para contemplar os concertos de Beethoven ou Mahler teremos que recorrer somente ao mundo digital. Existe maestro rigoroso que jamais aceitou gravar coisa alguma, pois alegava que nem todos os sons poderiam ser captados. E isso de forma analógica que, capta muito mais o que está em volta - aqueles chiados por exemplo-, do que o sistema digital que, obviamente, os elimina.
De repente, o casal está de pé. A comilança politicamente correta foi esquecida. Um outro casal, bem mais velho, chegara e iniciou uma prosa. Ficaram em pé e risinhos ecoavam. A jovem senhora ria e balançava as pernas. Parecia excitada. Pensei: ‘ Deve a ser mamãe da menina’. O homem, grisalho, não parava de falar. O rapaz sorria , constrangido. Eram, por certo, parentes ou amigos da mocinha.
Sentaram-se na mesa atrás. O cara não parava de falar. Solidão realmente é uma merda!
Olhei rapidamente e a jovem senhora olhou de volta. Tinha traços bonitos , mas bem machucados pela tal da idade. Francamente, era um daqueles rostos que já foram delineados por centenas de bisturis. A velha- moça sorriu , a perna se levantou. Permaneceram pouquíssimo tempo no restaurante. À saída, diante do jovem casal nova parada. Alguns comentários a mais e o falastrão resolve beber um gole da cerveja do menino. A sua acompanhante balança agora as duas pernas. A menina já não acha mais graça. Ufa! ‘- Foram embora!’ – celebraram alfaces, brócolis , tomates...
O silêncio atravessou o resto do restaurante. ‘ Beija a moça, beija’ . Havia torcida e tudo mais! Ela , com rostinho de santa , ou seja, repleto de veneno, tenta tocá-lo nas mãos. Ele não permite. O rosto dela agora está transfigurado. Sente-se humilhada, rejeitada, desprezada. Já me aconteceu algo semelhante. Faz tempo, porém, ainda integra o meu arquivo de ressentimentos.
O mocinho, com mais traços aristocráticos do que antes, impávido permaneceu. Pagou a conta e se levantou para partir.
Teriam sido as tolices do falastrão que afetara o humor do jovem mancebo?Imagino o grisalho dizendo: “ Olha lá, hein? Vai comer a filha da minha amante hoje, não é? Ou ainda: ‘ É melhor parar de beber senão a polícia vai te pegar’! Ou pior: “ Ô rapaz! Larga de ser viado e reboca logo para um motel!”
Com um sorriso de superioridade estampado na face, o tal viado, ou melhor, o mocinho segue a sua “partner” .
- O senhor está de carro?- indaga o segurança do restaurante.
- Estou, mas ela não. Peça um Táxi para a senhorita, por favor.
Sem dúvida, um liberal. Nosso futuro está garantido, não está?
Dois jovens , na mesa ao lado, conversam. Uma menina e um menino. A menina, pequenina, tem os olhos apaixonados. O garoto , com ares aristocráticos , bebe uma cerveja. Tem olhos claros e distantes. Ela me lembra alguém. Apesar de jovem, parece uma senhorinha. Creio que é por causa dos gestos. Eles são medidos, bem contornados. Bebia, inclusive , bebida de gente mais velha: aqueles coquetéis coloridíssimos e sem graça, ou seja, sem álcool. Talvez por isso estivesse tão compenetrada. Ela falava, falava e o garoto ,de braços alongados, escutava e comia. Corretos os meninos. Comiam aquelas coisas saudáveis , verdes demais e ....também sem graça.
Alguém , creio que um Rei, dissera que as coisas melhores são imorais, engordam e também são proibidas. Perfeito. É bem provável que seja um Liberal de última instância, tipo Bob Field , o nosso falecido Roberto Campos, ou algum menbro do prestigiado ‘The Economist’. Tudo bem que cada um de nós deve ser responsivo sobre os atos praticados ou não, mas em termos de aplicação política é quase impossível. Estaríamos entrando numa espécie de anarquia, o que não é viável. Até porque observamos nessa crise econômica que muitos liberais estão correndo para o colo do Dr Marx, Dr Marcuse, Dr Engels, dentre outros.Um dos gurus dos liberais , O Sr.George Soros , está assustado!
Seriam os nossos jovens comensais liberais? Não creio que estejam interessados nesse tipo de conversa. Ela, por exemplo, está mais interessada em apreciar as folhas que se exibem no prato à frente e nos belos olhos do gajo. Que mané Liberalismo coisa nenhuma! Teria pensado intimamente se indagada fosse.
Tentar adivinhar a idade do jovem casal também seria uma tolice, pois eles todos são tão parecidos. Dezoito, vinte ou vinte e dois anos, qual seria então? Façam as apostas.
Sinto frequentemente um abismo entre mim e essas gerações mais novas. São inteligentes , mas desinteressados, a grande maioria , naquilo que me alimenta.Tanta informação, e cada vez mais rápida, para que mesmo? A tecnologia , que é uma grande obra poética, pode ser um imenso desperdício nas mãos de maus poetas. Na verdade, pretensos poetas. Já se chegou a cogitar se não seriam novos poetas os tais “hackers”?
Muitas vezes , sinto essa distância até mesmo no que tange banalidades , tais como futebol. A garotada não reconhece algo que tenha existido antes da banda larga, do DVD, ou seja, dos tempos digitais! Já chegaram a comparar qualquer um dos medíocres ,que enganam pelos gramados brasileiros, com Maradona. Maradona é insuportável pessoalmente , mas foi um grande artista da bola! Nada que se compare aos embustes que a mídia insiste em faturar sobre. Qualquer empulhação que possa trazer audiência e milhões de Reais, Dólares, Euros, vale a pena.
Imagino se para contemplar os concertos de Beethoven ou Mahler teremos que recorrer somente ao mundo digital. Existe maestro rigoroso que jamais aceitou gravar coisa alguma, pois alegava que nem todos os sons poderiam ser captados. E isso de forma analógica que, capta muito mais o que está em volta - aqueles chiados por exemplo-, do que o sistema digital que, obviamente, os elimina.
De repente, o casal está de pé. A comilança politicamente correta foi esquecida. Um outro casal, bem mais velho, chegara e iniciou uma prosa. Ficaram em pé e risinhos ecoavam. A jovem senhora ria e balançava as pernas. Parecia excitada. Pensei: ‘ Deve a ser mamãe da menina’. O homem, grisalho, não parava de falar. O rapaz sorria , constrangido. Eram, por certo, parentes ou amigos da mocinha.
Sentaram-se na mesa atrás. O cara não parava de falar. Solidão realmente é uma merda!
Olhei rapidamente e a jovem senhora olhou de volta. Tinha traços bonitos , mas bem machucados pela tal da idade. Francamente, era um daqueles rostos que já foram delineados por centenas de bisturis. A velha- moça sorriu , a perna se levantou. Permaneceram pouquíssimo tempo no restaurante. À saída, diante do jovem casal nova parada. Alguns comentários a mais e o falastrão resolve beber um gole da cerveja do menino. A sua acompanhante balança agora as duas pernas. A menina já não acha mais graça. Ufa! ‘- Foram embora!’ – celebraram alfaces, brócolis , tomates...
O silêncio atravessou o resto do restaurante. ‘ Beija a moça, beija’ . Havia torcida e tudo mais! Ela , com rostinho de santa , ou seja, repleto de veneno, tenta tocá-lo nas mãos. Ele não permite. O rosto dela agora está transfigurado. Sente-se humilhada, rejeitada, desprezada. Já me aconteceu algo semelhante. Faz tempo, porém, ainda integra o meu arquivo de ressentimentos.
O mocinho, com mais traços aristocráticos do que antes, impávido permaneceu. Pagou a conta e se levantou para partir.
Teriam sido as tolices do falastrão que afetara o humor do jovem mancebo?Imagino o grisalho dizendo: “ Olha lá, hein? Vai comer a filha da minha amante hoje, não é? Ou ainda: ‘ É melhor parar de beber senão a polícia vai te pegar’! Ou pior: “ Ô rapaz! Larga de ser viado e reboca logo para um motel!”
Com um sorriso de superioridade estampado na face, o tal viado, ou melhor, o mocinho segue a sua “partner” .
- O senhor está de carro?- indaga o segurança do restaurante.
- Estou, mas ela não. Peça um Táxi para a senhorita, por favor.
Sem dúvida, um liberal. Nosso futuro está garantido, não está?
domingo, 15 de março de 2009
Entre os Muros de Hoje
'Entre les Murs' é o filme Francês do momento. François Bégaudeau escreveu o livro, o roteiro, atua e pegou um belo diretor para realizar o filme que, retrata as dificuldades de uma escola francesa , escola pública , localizada nos subúrbios de Paris.
Se levarmos em conta a nossa realidade brasileira , nada daquilo nos impressiona. Afinal, até onde se sabe , não houve atentados ou assassinatos nas escolas públicas de lá. Já por esses lados...
O que François nos mostra , e ele como ator também é muito bom, é mais ou menos o que um livrinho , cujo nome da autora já não me recordo, chamado O Horror Econômico, apresentou nos anos 90. Catherine Forrester , acho que é esse o nome, desenhava o que estamos vivendo agora e o filme relembra. Não há nada de novo.
Há anos que Paris enfrenta problemas com imigrantes , vindos, sobretudo, de ex-colônias francesas pobres. Até porque ex-colônias ricas são: Estados Unidos, Austrália, Canadá...
Quem se aventura por aquelas bandas sente na pele, no ar, nos olhos, uma hostilidade que ressoa de ambos os lados: locais e imigrantes se odeiam. E o número só faz crescer.
A ingenuidade do professor , interpretado por François, é supor que ele tem a missão de salvador. Os alunos , é óbvio, o desprezam. " Quem é esse merda que vem ensinar alguma coisa para nós que, afinal, não passamos de um bando de ....merdas".É isso que o professor parece não perceber.
Até porque ninguém está muito a fim de ser salvo mesmo.
Tentando seduzir os alunos e intrometendo-se em assuntos que não lhe cabem, o Prof. vai pouco a pouco caindo em todas as armadilhas que lhe oferecem.
O depoimento mais lúcido é o ataque que um dos seus colegas preconiza , logo no início da fita , ao dizer uma série de verdades sobre aqueles animais que , erroneamente , são denominados estudantes.
É quase impossível o trabalho de um professor por ali, pois a sua função é a de transmitir conhecimentos. E parece que não há interesse algum nisso por parte dos 'aprendizes'.
A função do professor é tão somente essa. O que ocorre lá é igual o que vem ocorrendo aqui, faz tempo. Colégio virou refúgio para jovens. As escolas particulares também ,mediante o empobrecimento da Classe Mérdia. Além, é claro, dos vínculos familiares novos e a inserção cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho.
A função de um professor é transmitir conhecimentos. E o melhor aluno é aquele que, estudando em casa, vai ao colégio tirar dúvidas. O que se observa é que nem dúvidas há.Na verdade, não há nada. Prende-se o ser, conhecido como de menor ,ali, por algum tempo, enquanto os responsáveis têm que correr atrás do dindim.
A falta de educação então!
Mandar um professor tomar naquele lugar - e não que alguns não sejam merecedores , pois sabemos que alguns são- , virou rotina. No meu tempo, e olha como estou ficando velho, tomar tal atitude era caso de expulsão. Se eu o fizesse, levava um tiro de canhão, "at home".
Felizmente, o cinema escapa da esclerose que outras formas de arte insistem em estacionar. O olhar da menina negra - muito bonita- , provavelmente oriunda de uma dessas ex-para sempre-colônias- de- escravos , no caso, franceses, diz o que ela não disse - não falava nada a tal menina bonita-, ao longo de todas as aulas, de todo semestre, do ano todo.
A pergunta era singela: " O que você aprendeu de mais importante ao longo desse ano, aqui na escola". Todos disseram algo, equivocado ou não. E ela , constrangida na sua sinceridade, apenas murmurou:' Nada, professor. Não aprendi nada'.
Se levarmos em conta a nossa realidade brasileira , nada daquilo nos impressiona. Afinal, até onde se sabe , não houve atentados ou assassinatos nas escolas públicas de lá. Já por esses lados...
O que François nos mostra , e ele como ator também é muito bom, é mais ou menos o que um livrinho , cujo nome da autora já não me recordo, chamado O Horror Econômico, apresentou nos anos 90. Catherine Forrester , acho que é esse o nome, desenhava o que estamos vivendo agora e o filme relembra. Não há nada de novo.
Há anos que Paris enfrenta problemas com imigrantes , vindos, sobretudo, de ex-colônias francesas pobres. Até porque ex-colônias ricas são: Estados Unidos, Austrália, Canadá...
Quem se aventura por aquelas bandas sente na pele, no ar, nos olhos, uma hostilidade que ressoa de ambos os lados: locais e imigrantes se odeiam. E o número só faz crescer.
A ingenuidade do professor , interpretado por François, é supor que ele tem a missão de salvador. Os alunos , é óbvio, o desprezam. " Quem é esse merda que vem ensinar alguma coisa para nós que, afinal, não passamos de um bando de ....merdas".É isso que o professor parece não perceber.
Até porque ninguém está muito a fim de ser salvo mesmo.
Tentando seduzir os alunos e intrometendo-se em assuntos que não lhe cabem, o Prof. vai pouco a pouco caindo em todas as armadilhas que lhe oferecem.
O depoimento mais lúcido é o ataque que um dos seus colegas preconiza , logo no início da fita , ao dizer uma série de verdades sobre aqueles animais que , erroneamente , são denominados estudantes.
É quase impossível o trabalho de um professor por ali, pois a sua função é a de transmitir conhecimentos. E parece que não há interesse algum nisso por parte dos 'aprendizes'.
A função do professor é tão somente essa. O que ocorre lá é igual o que vem ocorrendo aqui, faz tempo. Colégio virou refúgio para jovens. As escolas particulares também ,mediante o empobrecimento da Classe Mérdia. Além, é claro, dos vínculos familiares novos e a inserção cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho.
A função de um professor é transmitir conhecimentos. E o melhor aluno é aquele que, estudando em casa, vai ao colégio tirar dúvidas. O que se observa é que nem dúvidas há.Na verdade, não há nada. Prende-se o ser, conhecido como de menor ,ali, por algum tempo, enquanto os responsáveis têm que correr atrás do dindim.
A falta de educação então!
Mandar um professor tomar naquele lugar - e não que alguns não sejam merecedores , pois sabemos que alguns são- , virou rotina. No meu tempo, e olha como estou ficando velho, tomar tal atitude era caso de expulsão. Se eu o fizesse, levava um tiro de canhão, "at home".
Felizmente, o cinema escapa da esclerose que outras formas de arte insistem em estacionar. O olhar da menina negra - muito bonita- , provavelmente oriunda de uma dessas ex-para sempre-colônias- de- escravos , no caso, franceses, diz o que ela não disse - não falava nada a tal menina bonita-, ao longo de todas as aulas, de todo semestre, do ano todo.
A pergunta era singela: " O que você aprendeu de mais importante ao longo desse ano, aqui na escola". Todos disseram algo, equivocado ou não. E ela , constrangida na sua sinceridade, apenas murmurou:' Nada, professor. Não aprendi nada'.
domingo, 8 de março de 2009
Marolinhas eleitoreiras
Ninguém desconfia da nova propaganda do Governo Federal, incentivando a aposta em alguma das suas muitas loterias? Por que acabaram com os bingos? Houve um rapaz ligado ao czar José Dirceu que, segundo informados nutre ódio mortal pelo seu ex companheiro metalúrgico, ficou em maus lençóis. Agora, existe todo um incentivo para que se aposte no jogo...oficial.
Jogo há muitos anos, e já soube de várias gracinhas. Perto de minha casa , a lotérica mudou de nome , de dono, pois lá também houve fatos muito estranhos.
Por que o Senador - que jura não usar peruca ou ter feito implante -, Álvaro Dias, PSDB do Paraná, não insistiu mais com a CPI das Loterias?Por que o ex- Presidente Collor formulou projeto de lei exigindo que cada apostador de jogos no Brasil informasse o seu CPF?Sabemos que há lavagem de dinheiro no que tange jogatina , aqui no Brasil. Afueras también, pero Yo soy Brasileño.
Assim como também existe divulgação errada por parte da imprensa , ao anunciar premiações.
"Houve apenas um ganhador na Mega-Sena"! Não é bem verdade. Normalmente, há um cartão premiado que , na maior parte das vezes, vem do chamado Bolão de Apostas. Todavia, a maior parte dos que faturam alto com esses prêmios já são ricos.
Parece-me que o desespero do Governo do Senhor Luís Inácio Incauto da Silva é tremendo. Ele sabe que a marolinha virou, há muito tempo, um maremoto. O seu futuro político depende desses planos assitencialistas. Vige a velha máxima Maquiavélica: para acalmar a turba temos a solução: pão e circo.
Jogo há muitos anos, e já soube de várias gracinhas. Perto de minha casa , a lotérica mudou de nome , de dono, pois lá também houve fatos muito estranhos.
Por que o Senador - que jura não usar peruca ou ter feito implante -, Álvaro Dias, PSDB do Paraná, não insistiu mais com a CPI das Loterias?Por que o ex- Presidente Collor formulou projeto de lei exigindo que cada apostador de jogos no Brasil informasse o seu CPF?Sabemos que há lavagem de dinheiro no que tange jogatina , aqui no Brasil. Afueras también, pero Yo soy Brasileño.
Assim como também existe divulgação errada por parte da imprensa , ao anunciar premiações.
"Houve apenas um ganhador na Mega-Sena"! Não é bem verdade. Normalmente, há um cartão premiado que , na maior parte das vezes, vem do chamado Bolão de Apostas. Todavia, a maior parte dos que faturam alto com esses prêmios já são ricos.
Parece-me que o desespero do Governo do Senhor Luís Inácio Incauto da Silva é tremendo. Ele sabe que a marolinha virou, há muito tempo, um maremoto. O seu futuro político depende desses planos assitencialistas. Vige a velha máxima Maquiavélica: para acalmar a turba temos a solução: pão e circo.
São Sebastião dos Mijões
São Sebastião dos mijões.
Há vinte e cinco anos , retornei ao Rio. Costumo dizer que havia me tornado uma espécie de exilado , após oito anos residindo em Brasília. A cada vinda para as férias anuais – e naquela época , as férias se prolongavam por meses – o regresso era sempre difícil, doloroso.
Era notório para mim que as minhas coisas estavam aqui. Sempre fui um turista na nova capital. Aliás, creio que é uma sensação que quase todo carioca tem quando o assunto envolve a tal capital centro-oeste: uma certa dose de antipatia. Não somente pelas mazelas políticas - sempre adscritas ao que lá ocorre , esquecendo-se do quintal nosso , onde situações terríveis acontecem também-, mas pelo fato de que a perda da condição de capital federal muito nos custou. Um preço alto no campo político assim como no plano econômico.
Até a primeira metade dos anos cinquenta , no século passado, O Rio era o centro político e potência econômica do país. São Paulo vinha em segundo lugar. Curiosamente , assume a liderança econômica do Brasil sem ter uma participação política federal significativa. Depois do surto histérico do Sr. Jânio Quadros,mediante a sua renúncia, as transas políticas ficaram ainda mais difíceis para Paulistas e Paulistanos, no decorrer dos anos 60 e 70.Sem contar com a imensa generosidade que o grupo de Comunicação mais poderoso do país sempre teve para conosco, cariocas e fluminenses.Mesmo assim os paulistas passaram a faturar tudo. E nós, sofrendo de síndrome brizolista, a partir do anos 80, pagamos o preço pela incompetência administrativa, política, etc. Esse pesadelo só terminou há muito pouco tempo. O certo é que ficamos para trás. Na verdade, muito para trás. E eles faturam , há pelo menos 15 anos, desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, politicamente também.As línguas mais informadas falam até em ‘paulistérios’ , etc.
Numa tosca comparação com o nosso mais querido balneário , visitem as estações rodoviárias das duas cidades. A de São Paulo tem sala de espera refrigerada, café ou chá, rodomoças educadas e atenciosas, boas lojas , restaurantes e lanchonetes iguais aos existentes nos melhores bairros de qualquer cidade, etc. Ah!Tratando-se de uma métropole de verdade, há metrô na estação rodoviária e pontos de táxi organizados. E é limpíssima, a tal estação. Levando-se em conta que o movimento por lá é intenso, o maior da América do Sul e da América Latina e um dos maiores do mundo, tal fato deve ser considerado.
Quanto a nossa, que de nova só tem o nome, Novo Rio,talvez seja melhor nem ao menos comentar. O nosso famigerado aeroporto está em condições mais precárias do que a rodoviária deles. Somos ou não somos uma capital apta para o turismo?
Volto no tempo e vejo as ilusões de quem ainda está por nascer. Projetos e ideais , normalmente míticos, passeiam lado a lado.
Naquele verão, quando a cidade do samba nascia, o resto da cidade ganhava as estradas , fugindo das folias de momo. Era comum o carioca desaparecer nos dias de folia.Restavam os bailes nos poucos clubes que , heroicamente, abriam os seus salões para os bêbados da época. Havia o festejado“Uma Noite em Bagdá” do Monte Líbano que, pouco a pouco, transformou-se em baile pornô. A televisão, evidentemente, estava lá. Eram os anos fim de ditadura de milico nesse país.
Logo após o carnaval , intensificaram-se as campanhas pelas eleições diretas. Um direito re-conquistado , depois de 25 anos. Sim, porque a emenda do já falecido Deputado Pmdebista , Dante de Oliveira ,que estabeleceria o retorno do povo às urnas em 1985 , foi derrotada em plenário.
A eleição desse mesmo ano, 1985, se deu no colégio eleitoral. O doente Tancredo Neves – ninguém consegue desenvolver um câncer tão fulminante em idade avançada em tão pouco tempo -, venceu as eleições , derrotando o inacreditável Paulo Maluf. Carnaval fora de tom.Ganhou e não levou.
Havia também os bailes do falecido clube Sírio Libanês ,em Botafogo. Eram menos picantes. Por lá , as meninas exibiam só um dos peitinhos. O outro,sabiamente resguardado, seria apreciado e etcs, mediante o talento do freguês.
E o Clube Federal? Na nobre área do Leblon, reunia as mocinhas e mocinhos das redondezas. Bailinho familiar. Ao menos era essa a fama. Porém, num dia de folia , alguém comentou sobre a fama do bailinho. Um conhecido meu teria respondido: ‘ era. Era um baile de família. Comprei um ingresso para mais à noite’.
Carnaval de rua nessa época era... ótimo. Sabe porquê? Porque poucos iam. Os ensaios dos Simpatias e Suvacos – que vi nascer no fim dos anos 80 – eram concorridamente civilizados. Drogava-se bem menos também. Os especialistas afirmam que a larica de hoje é mais intensa porque o baseado é bem mais forte. Assim ocorre com a cocaína e as drogas sintéticas que já invadiram o mundo. Fazendo um preâmbulo, vale conferir o artigo , publicado no jornal O Globo, de um prezado colega, Psiquiatra e Psicanalista , Paulo Próspero, sobre o tema.
É tudo normal e isso é que é o pior. A divulgação contamina. Todos tem ( antigo têm) o direito de gozar também. E por causa disso, os ensaios desses blocos pioneiros quase acabaram. Chegaram a realizar alguns, sem ao menos avisar local e horário,temendo invasão e balbúrdia.É claro que existem os oportunistas. Passaram a faturar grana alta. Quanto a qualidade da obra e o conforto de quem a aprecia.....
Consequentemente, alguns outros insatisfeitos fundaram seus blocos. Digamos que a moda é botar um bloco na rua. Cada um faz o seu, cada condomínio, cada síndico também! Seremos em 2015 uns cinquenta mil blocos. Tudo na maior ordem. Uma ode à nossa bandeira, cafonamente positivista: Ordem e Progresso. Aliás, ‘tudo o que há’ por esses lados brejeiros.
Vivemos tempos obscuros em que se supõe que o Glamour é exibir a bunda – e agora o xixi- para todos.Nada mais democrático, tal qual ônibus: para todos! Além, é claro, de toda a “cultura e erudição” existentes. É só ligar a famigerada televisão e dar o testemunho.
Nada contra o Botox,muito pelo contrário - já que sou favorável a toda produção protética que venha nos salvar um pouco das trevas-, mas ele não remove as pelancas do lado direito ou esquerdo do cérebro. Ele remove somente aquelas que a gente tem como esconder. As outras não podem não ser escondidas. E só resolve quando se morre, ou seja, não se resolve. Vida eterna!
E as escolas de samba? Igualmente chatas. Vamos ver se descolamos uma verbazinha para alguma escola de samba ( samba?) homenagear a minha loja favorita de artigos eróticos? Há quem alegue que o carnaval dura somente uma semana. Deveriam ser somente 4 ou 5 dias, não é mesmo? Caríssimo: a eternidade pode durar alguns átimos de segundo. Já imaginou um revólver na cabeça? Qual é o tempo marcado?Segura-se o revólver ou a ampulheta?
Respeitável público: o carnaval no Rio, assim como o futebol – e não é só aqui- ao contrário do que acreditam alguns , sonâmbulos ou virgens, e outros, oportunistas, acabou.
Virou, no máximo, um enorme penico.Sabem o porquê? Porque planejamos mal as nossas cidades, a nossa festa,a nossa vidinha, a nossa infra-estrutura ( ainda tem hífen?). Contudo, fiquemos tranquilos. A direção da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal está nas mãos de um conhecido folião: Fernando Collor, ‘the ex-President’.
Há vinte e cinco anos , retornei ao Rio. Costumo dizer que havia me tornado uma espécie de exilado , após oito anos residindo em Brasília. A cada vinda para as férias anuais – e naquela época , as férias se prolongavam por meses – o regresso era sempre difícil, doloroso.
Era notório para mim que as minhas coisas estavam aqui. Sempre fui um turista na nova capital. Aliás, creio que é uma sensação que quase todo carioca tem quando o assunto envolve a tal capital centro-oeste: uma certa dose de antipatia. Não somente pelas mazelas políticas - sempre adscritas ao que lá ocorre , esquecendo-se do quintal nosso , onde situações terríveis acontecem também-, mas pelo fato de que a perda da condição de capital federal muito nos custou. Um preço alto no campo político assim como no plano econômico.
Até a primeira metade dos anos cinquenta , no século passado, O Rio era o centro político e potência econômica do país. São Paulo vinha em segundo lugar. Curiosamente , assume a liderança econômica do Brasil sem ter uma participação política federal significativa. Depois do surto histérico do Sr. Jânio Quadros,mediante a sua renúncia, as transas políticas ficaram ainda mais difíceis para Paulistas e Paulistanos, no decorrer dos anos 60 e 70.Sem contar com a imensa generosidade que o grupo de Comunicação mais poderoso do país sempre teve para conosco, cariocas e fluminenses.Mesmo assim os paulistas passaram a faturar tudo. E nós, sofrendo de síndrome brizolista, a partir do anos 80, pagamos o preço pela incompetência administrativa, política, etc. Esse pesadelo só terminou há muito pouco tempo. O certo é que ficamos para trás. Na verdade, muito para trás. E eles faturam , há pelo menos 15 anos, desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, politicamente também.As línguas mais informadas falam até em ‘paulistérios’ , etc.
Numa tosca comparação com o nosso mais querido balneário , visitem as estações rodoviárias das duas cidades. A de São Paulo tem sala de espera refrigerada, café ou chá, rodomoças educadas e atenciosas, boas lojas , restaurantes e lanchonetes iguais aos existentes nos melhores bairros de qualquer cidade, etc. Ah!Tratando-se de uma métropole de verdade, há metrô na estação rodoviária e pontos de táxi organizados. E é limpíssima, a tal estação. Levando-se em conta que o movimento por lá é intenso, o maior da América do Sul e da América Latina e um dos maiores do mundo, tal fato deve ser considerado.
Quanto a nossa, que de nova só tem o nome, Novo Rio,talvez seja melhor nem ao menos comentar. O nosso famigerado aeroporto está em condições mais precárias do que a rodoviária deles. Somos ou não somos uma capital apta para o turismo?
Volto no tempo e vejo as ilusões de quem ainda está por nascer. Projetos e ideais , normalmente míticos, passeiam lado a lado.
Naquele verão, quando a cidade do samba nascia, o resto da cidade ganhava as estradas , fugindo das folias de momo. Era comum o carioca desaparecer nos dias de folia.Restavam os bailes nos poucos clubes que , heroicamente, abriam os seus salões para os bêbados da época. Havia o festejado“Uma Noite em Bagdá” do Monte Líbano que, pouco a pouco, transformou-se em baile pornô. A televisão, evidentemente, estava lá. Eram os anos fim de ditadura de milico nesse país.
Logo após o carnaval , intensificaram-se as campanhas pelas eleições diretas. Um direito re-conquistado , depois de 25 anos. Sim, porque a emenda do já falecido Deputado Pmdebista , Dante de Oliveira ,que estabeleceria o retorno do povo às urnas em 1985 , foi derrotada em plenário.
A eleição desse mesmo ano, 1985, se deu no colégio eleitoral. O doente Tancredo Neves – ninguém consegue desenvolver um câncer tão fulminante em idade avançada em tão pouco tempo -, venceu as eleições , derrotando o inacreditável Paulo Maluf. Carnaval fora de tom.Ganhou e não levou.
Havia também os bailes do falecido clube Sírio Libanês ,em Botafogo. Eram menos picantes. Por lá , as meninas exibiam só um dos peitinhos. O outro,sabiamente resguardado, seria apreciado e etcs, mediante o talento do freguês.
E o Clube Federal? Na nobre área do Leblon, reunia as mocinhas e mocinhos das redondezas. Bailinho familiar. Ao menos era essa a fama. Porém, num dia de folia , alguém comentou sobre a fama do bailinho. Um conhecido meu teria respondido: ‘ era. Era um baile de família. Comprei um ingresso para mais à noite’.
Carnaval de rua nessa época era... ótimo. Sabe porquê? Porque poucos iam. Os ensaios dos Simpatias e Suvacos – que vi nascer no fim dos anos 80 – eram concorridamente civilizados. Drogava-se bem menos também. Os especialistas afirmam que a larica de hoje é mais intensa porque o baseado é bem mais forte. Assim ocorre com a cocaína e as drogas sintéticas que já invadiram o mundo. Fazendo um preâmbulo, vale conferir o artigo , publicado no jornal O Globo, de um prezado colega, Psiquiatra e Psicanalista , Paulo Próspero, sobre o tema.
É tudo normal e isso é que é o pior. A divulgação contamina. Todos tem ( antigo têm) o direito de gozar também. E por causa disso, os ensaios desses blocos pioneiros quase acabaram. Chegaram a realizar alguns, sem ao menos avisar local e horário,temendo invasão e balbúrdia.É claro que existem os oportunistas. Passaram a faturar grana alta. Quanto a qualidade da obra e o conforto de quem a aprecia.....
Consequentemente, alguns outros insatisfeitos fundaram seus blocos. Digamos que a moda é botar um bloco na rua. Cada um faz o seu, cada condomínio, cada síndico também! Seremos em 2015 uns cinquenta mil blocos. Tudo na maior ordem. Uma ode à nossa bandeira, cafonamente positivista: Ordem e Progresso. Aliás, ‘tudo o que há’ por esses lados brejeiros.
Vivemos tempos obscuros em que se supõe que o Glamour é exibir a bunda – e agora o xixi- para todos.Nada mais democrático, tal qual ônibus: para todos! Além, é claro, de toda a “cultura e erudição” existentes. É só ligar a famigerada televisão e dar o testemunho.
Nada contra o Botox,muito pelo contrário - já que sou favorável a toda produção protética que venha nos salvar um pouco das trevas-, mas ele não remove as pelancas do lado direito ou esquerdo do cérebro. Ele remove somente aquelas que a gente tem como esconder. As outras não podem não ser escondidas. E só resolve quando se morre, ou seja, não se resolve. Vida eterna!
E as escolas de samba? Igualmente chatas. Vamos ver se descolamos uma verbazinha para alguma escola de samba ( samba?) homenagear a minha loja favorita de artigos eróticos? Há quem alegue que o carnaval dura somente uma semana. Deveriam ser somente 4 ou 5 dias, não é mesmo? Caríssimo: a eternidade pode durar alguns átimos de segundo. Já imaginou um revólver na cabeça? Qual é o tempo marcado?Segura-se o revólver ou a ampulheta?
Respeitável público: o carnaval no Rio, assim como o futebol – e não é só aqui- ao contrário do que acreditam alguns , sonâmbulos ou virgens, e outros, oportunistas, acabou.
Virou, no máximo, um enorme penico.Sabem o porquê? Porque planejamos mal as nossas cidades, a nossa festa,a nossa vidinha, a nossa infra-estrutura ( ainda tem hífen?). Contudo, fiquemos tranquilos. A direção da Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal está nas mãos de um conhecido folião: Fernando Collor, ‘the ex-President’.
domingo, 1 de março de 2009
Filmes
Em épocas hollywoodianas , ficamos tentados em supor que só há um tipo de cinema no mundo. O mais curioso é que nesse ano de 2009, crise à vista, o prêmio foi dado a uma produção britânica. Sob a direção de um mestre , o filme exibe podridões indianas. A turma lá de Bombain não gostou muito. A turma, leia-se os mais ricos, desaprova a película e deseja boicotá-la. Acha que o diretor exagerou ao apresentar algumas das mazelas do país. Tratando-se de um diretor britânico então.... Os Indianos, em geral, “adoram” os ingleses.
Massacrados durante o período colonial, a Índia, considerada uma nação emergente, tem 300 milhões de pessoas que são taxadas como sendo de classe média. Porém, só de crianças subnutridas são cerca de 230 milhões no país. Os pobres e miseráveis devem chegar aos 700 milhões por aí. As crianças do filme , que também querem ser milionárias, são bem pobres. O que receberam pelo seu trabalho na fita já foi gasto com medicamentos e tratamentos médicos com parentes. O pai de um dos meninos tem tuberculose. Doença típica de países miseráveis , numa era de tecnologia de ponta em diversas áreas do saber.
Acho o filme muito bom, mas olho-o com suspeita. Britânicos não são bonzinhos.
A Índia é o país que mais filmes produz no mundo. Eles têm a sua própria Hollywood! E as crianças adoram. A última cena do filme traz uma espécie de dança à lá John Travolta . Uma cafonice brejeira. Obviamente, abaixo do Equador, já há imitação barata.Com o perdão da redundância.
Contudo, o que me surpreendeu nessa noite de verão foram outras crianças.
Rosso come el cielo ( Vermelho como o ceú) é uma produção italiana de 2006.
A história de um menino que perde a visão aos 10 anos de idade - após um acidente doméstico, na verdade o acidente ocorre em virtude do seu temperamento- , e que é levado para uma tradicional instituição italiana de ensino para deficientes visuais. Numa outra cidade, longe dos pais, tendo com algoz o diretor do colégio, também cego, ele inicia a sua sonora rebeldia. Felizmente, algus conseguiram vê-lo. Hoje, é considerado o principal técnico de som do cinema italiano. O filme é belíssimo.Daqueles que só um italiano , descendente de Felini, Visconti, Antognioni , etc, pode realizar.
Existe um ponto em comum entre a produção britânica , a dos milionários desejos, e as criancinhas não menos geniais da Itália: tanto o diretor cego , daquele presídio chamado colégio, quanto o carrasco do jogo na Índia eram mais do que cegos ou surdos ou loucos. Eram estúpidos. Achavam-se o máximo.
Vermelho como o ceú é dos mais bonitos filmes italianos recentes. Sobretudo, porque é uma história verídica.Aquilo tudo lá foi para valer, se ver e ouvir!
Massacrados durante o período colonial, a Índia, considerada uma nação emergente, tem 300 milhões de pessoas que são taxadas como sendo de classe média. Porém, só de crianças subnutridas são cerca de 230 milhões no país. Os pobres e miseráveis devem chegar aos 700 milhões por aí. As crianças do filme , que também querem ser milionárias, são bem pobres. O que receberam pelo seu trabalho na fita já foi gasto com medicamentos e tratamentos médicos com parentes. O pai de um dos meninos tem tuberculose. Doença típica de países miseráveis , numa era de tecnologia de ponta em diversas áreas do saber.
Acho o filme muito bom, mas olho-o com suspeita. Britânicos não são bonzinhos.
A Índia é o país que mais filmes produz no mundo. Eles têm a sua própria Hollywood! E as crianças adoram. A última cena do filme traz uma espécie de dança à lá John Travolta . Uma cafonice brejeira. Obviamente, abaixo do Equador, já há imitação barata.Com o perdão da redundância.
Contudo, o que me surpreendeu nessa noite de verão foram outras crianças.
Rosso come el cielo ( Vermelho como o ceú) é uma produção italiana de 2006.
A história de um menino que perde a visão aos 10 anos de idade - após um acidente doméstico, na verdade o acidente ocorre em virtude do seu temperamento- , e que é levado para uma tradicional instituição italiana de ensino para deficientes visuais. Numa outra cidade, longe dos pais, tendo com algoz o diretor do colégio, também cego, ele inicia a sua sonora rebeldia. Felizmente, algus conseguiram vê-lo. Hoje, é considerado o principal técnico de som do cinema italiano. O filme é belíssimo.Daqueles que só um italiano , descendente de Felini, Visconti, Antognioni , etc, pode realizar.
Existe um ponto em comum entre a produção britânica , a dos milionários desejos, e as criancinhas não menos geniais da Itália: tanto o diretor cego , daquele presídio chamado colégio, quanto o carrasco do jogo na Índia eram mais do que cegos ou surdos ou loucos. Eram estúpidos. Achavam-se o máximo.
Vermelho como o ceú é dos mais bonitos filmes italianos recentes. Sobretudo, porque é uma história verídica.Aquilo tudo lá foi para valer, se ver e ouvir!
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