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domingo, 7 de julho de 2024

 Chico Buarque faz 80 anos! Um presente....

que está na minha vida desde que era pequeno com calças curtas e vendo banda passar.
Ao lado do apto em que nasci, morei, mudei, retornei e de onde escrevo essas letras de homenagem, havia a casa do Aníbal Machado, pai de Maria Clara Machado ( Teatro Tablado).
Aníbal era escritor, crítico literário e conhecedor da boa música. Agitador cultural é aquele que faz. E Aníbal fez.
Maria Clara era uma da suas filhas. Nasceu em Minas Gerais. Atriz, produtora e dona de teatro; escritora e muito mais . Assim como o pai. E o que isso tem a ver ou haver com o Chico?
É que existiam as domingueiras culturais na casa deles, no número 487, aqui na Visconde, Ipanema. Vizinhos, éramos. E o Chico estava presente. Se não estava pessoalmente, era cantado, tocado. Também era chamado de sarau, essa domingueira.
Minha mãe, pianista amadora, porém talentosa ( ex aluna de Oriano de Almeida e Jacques Klein; Todos nordestinos e no caso de Oriano, com Chopin na veia) me segurava no colo e juntos escutávamos, dentre tantos, esse moço chamado Buarque de Holanda, Chico: filho das Raízes do Brasil ( Visões do Paraíso entre outros) e de Maria Amélia, sua mãe. Pintora, pianista e importante personagem da política brasileira. Foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores. Viveu um século, Maria Amélia.
Mamãe, a minha, adorava o rapaz de olhos tristes.
No início dos anos 90 ou meados dos anos 90, esse moço, verão na pele, na fila, voltou a fazer um show, após quase uma década. Ao.menos, no Rio. E seria no falecido Canecão. Aqui, cabe uma declaração- digressão:
O desaparecimento dessa casa de espetáculos se configura como um dos crimes mais bárbaros, inafiançável, cometidos contra a cultura da cidade e até do país.
Pois não é que fiquei uma hora e meia sob o sol quente para comprar ingressos para uma mesa na cara do palco; na cara do gol? No caso dos Buarque , um.gol do tricolor carioca.
Naquele verão, disputava-se em que dia , aquela temporada permaneceu por umas 4, 5 semanas ou até mais , o Chico teria voltado ao palco mais vezes para o celebrado bis. No dia em que lá estávamos, foram várias. Se alguém disser que num dia outro foram várias e várias, dobro a aposta.
Relembro a alegria da minha saudosa mãe, olhos que brilhavam dentre Carolinas ou Ritas, naquela noite de Canecão com Chico. Feliz aniversário.

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