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segunda-feira, 8 de maio de 2023

 Coroação aqui pode ser assim.

O gaiato é uma pessoa quase incurável. No melhor sentido.
Pois então, o príncipe, agora, Rei Charles, ( tenho dificuldades com essa nova titulação porque Ray Charles era aquele outro mais bacana : músico, cantor brilhante e cego ), esteve no Rio. Não sabemos se mais de uma vez e também não iremos a nenhum Google mais próximo para checar. O certo é que esteve na área. Sambou e sambou.. E após tanto assassinato rítmico, na volta para o hotel, avistou uma formação que lhe era estranha porque familiar. Um orelhão!
Orelhão era um telefone público que fazia lembrar uma orelha. Era também acolhedor, essa orelha. Quantas vezes não nos abrigamos da chuva, fingindo telefonar para alguém ou algum lugar?
Charles, então príncipe, desceu da carruagem mecânica abrasileirada ( devia ser um Gálaxi. Automóvel grandão fabricado pela Ford do Brasil à época) e confrontou o orelhão.
Os malvados escutaram o diálogo:
'Espelho , espelho meu. Existe orelha mais bela do que a minha? E tenho duas..
Não houve resposta e sim correria daqueles seguranças para retirar o cidadão britânico que ficara preso, entalado. Ali, numa esquina carioca qualquer.
Preso pelas suas próprias orelhas de abano reais.
O Brasil, sobretudo o Rio, não é para amadores.

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