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terça-feira, 10 de maio de 2011

O Tempo não pára.

O que tenta fazer alguém que escreve?Descrever coisas,acontecimentos,inventar invencionices,fantasiar,mentir,corromper,catequizar,tão somente sonhar com letrinhas?
Por que será que a literatura entrou em franca decadência nos últimos tempos,salvo raras exceções?Que tipo de poema se escreve por esses dias?Noutro dia rimava-se tumba com bunda e achei divertido tal ousadia literária.Seria um poeta? Seria uma praga?Seria um hacker invadindo nossos sistemas sensíveis?Imaginem o Sr.Marcel Proust ,com alergia e tudo, a descrever num laço de fita,de uma certa madame francesa,toda alma que se preza? E ele o fez.Ainda que chato- desculpem-me os Proustianos convictos,e a mais ilustre das Proustianas para mim ,infelizmente, já não há mais- ele conseguiu.Se não o tivesse feito,morreria sufocado.Ainda que rico e em Paris.
Já na Paris do hemisfério sul,pura pretensão carioca, um grupo de meninos e meninas se encontram.Reencontram-se depois de décadas.Atravessaram parte de um sonho sem compartilhar intimidades.Vez ou outra trombavam em algum Alasca do Globo a dizer tão somente Adeus,até mais...."How are you,darling'?
Os meninos e meninas cresceram desde então e geraram outros meninos e meninas que também crescem.Até quando vai essa maturidade toda?Fruto maduro costuma cair.Faz parte da vida dos tais frutos.
Eles estão no recreio agora. Há uma lista que conclama pela presença.Quem não está,também está.Incrível!Onisciência explícita.Meninos e meninas permitem-se sonhar sem culpa.
Tudo o que importa é não esquecer de mais uma lembrança.De qual época?De agora.Foi ontem que eles disseram o penúltimo até logo.
A posteridade efetivou-se em mais um flash da máquina moderna que traz uma ruga desgarrada mais para perto da nossa dita realidade.E o tempo ,tão consagrado, não somente não pára,mas parece - até que presentifiquem ao contrário- que ele também não existe.

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