Giles Deleuze foi um dos mais importantes filósofos franceses do século passado.Morreu em 1995 ou 1996. Saltou do edifício em que morava em Paris. Não me recordo o andar, nem tampouco a hora. Um conhecido , então estudante de Filosofia , sonhava em conseguir bolsa de estudos na França - para quem sabe-?, conhecer tão eminente pensador.
Deleuze tinha só um pulmão e este encontrava-se deficiente. Tinha um enfisema pulmonar. Respirava tal qual um moribundo, mas seu pensamento era brilhante. Não vou prolongar muito sobre esse assunto, afinal não tenho maiores conhecimentos sobre o pensamento Deleuziano, apesar de ter lido quase tudo dele. Porém, ler é uma coisa ; estudar é outra. Além do que , Deleuze é um autor dificílimo. Não é tão simples como alguns pensam. Ele é mais difícil, por exemplo, que Lacan que, era contemporâneo seu.No auge dos anos 60, Lacan proferia o seu Seminário em Paris e Deleuze lecionava numa pequenina sala de aula ,próxima ao grande auditório, com centenas de pessoas que cruzavam até o Canal da Mancha para ouvi-lo. O curso de Deleuze era assistido- a essa época- por poucos. Porém, ele não abandonava o horário. Estava certíssimo. Afinal, quem descende da área do conhecimento que supõe ser a epistemologia do mundo, tem que se posicionar politicamente. Isso é um ato político!Uma posição política. Mais ou menos a que comprei, há alguns anos, em não comparecer à missa alguma. Nem de sétimo dia. O que faria eu por lá. Respeito a sua existência e aqueles que nela creem - sem acento agora-, mas não acredito.
O que me leva a escrever nessa noite infernal- deve estar uns 50 graus debaixo da luz da lua- sobre alguém com quem somente flertei, mas hei de mapeá-lo melhor?
Deleuze também não tinha parte das impressões digitais nos dedos. Quando apertava a mão de alguém , levava um choque. Sim ,Deleuze ficava em choque todos os dias. Era um homem, portanto, recluso. Logo, genial.
Nos tempos lindamente obscuros que atravessamos , quem sabe não consigo a fórmula contrária: vou dar choque em alguns. É uma arma legítima! Um defeito de fábrica! Igual a calvície.Ou melhor: uma iguaria deleuziana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário