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domingo, 16 de novembro de 2008

No reino do Presidente Hussein

No reino do Presidente Hussein
Rio, 16 de Novembro de 2008



O Presidente Hussein venceu as eleições nos Estados Unidos.Nos Estados Unidos só se divulgam duas candidaturas: a republicana e a democrata. O partido democrata é o mais antigo do mundo....e também o mais cínico. Há quem diga que os verdadeiros assassinos de John Kennedy militam por ali. Aquilo tudo foi muito esquisito. É certo que a família era odiada por uma parte considerável do american way of life, afinal o pai de John e Robert e Ted faturou muito com o contrabando de bebidas na época da Lei Seca. Montou um império e enfiou os filhos no caminho da morte, ou melhor, da política partidária.Uma outra justificativa para se enfiar uma bala nos miolos de John , naquela manhã ensolarada em Dalas, Texas, era o fato do moço galã transar com a Marilyn Monroe que, pouco tempo antes , apareceu morta numa banheira ....sem espuma.
Política por aquelas bandas funciona mais ou menos como futebol por esses lados: você então é Vasco , ou seja , Republicano. Ah! Não! Sorry! É Palmeirense, isto é, democrata.
A impressão que se tem é que não há militância política , e sim associados de um clube marcados geneticamente. Em alguns Estados, um ou outro partido não consegue eleger seus candidatos há 50, 60 anos!Mesmo que os governos anteriores tenham sido um verdadeiro fracasso. Seria isso uma demonstração de fidelidade partidária ou um passo importante na solidificação de uma seita de fanáticos? Sem contar que existem os ditos partidos e candidatos independentes. O ator Sean Penn – por sinal um ótimo ator- vota nos independentes há muito tempo. Eles têm 2 representantes somente no parlamento.Apesar de diminuta, a presença é importante.
Os norte –americanos têm uma eleição complicada. Mas complicada pra quem? Eles vivem num regime federalista , e nós fingimos que vivemos também. Assis Brasil, uma importante figura do pensamento político brasileiro , logo após a proclamação da República ,já havia proposto que os eleitores elegeriam aqueles que iriam eleger o Presidente. Algo semelhante com o que ocorre com os famigerados delegados estaduais nas eleições norte americanas.
Por lá , Os Estados têm certa autonomia em relação à União. Aqui não. Acabamos de presenciar eleições municipais patéticas. Se não fosse a presença brilhante de alguém que é contemporâneo do seu tempo, Fernando Gabeira, nas eleições municipais do nosso Rio de Janeiro, não sei não...Teríamos uma quermesse de categoria duvidosa, espalhada pelos quatro cantos.
Candidatos que insistem em pousar , fingindo juras de amor e admiração, com os donos da máquina federal, tentam induzir o rebanho a uma armadilha. É claro que uma convivência inteligente entre os poderes pode facilitar a transa entre eles, mas não há garantia . Na nossa história recente- e uma outra não tão recente-, o resultado foi outro. O ex-governador Mários Covas se queixava um bocado de alguns tucanos federados , sendo ele um tucano não federado. O mesmo dizia, em suas tergiversações sem fim, o também saudoso ex- governador Leonel Brizola, em relação à época em que seu cunhado , João Goulart , ocupou a Presidência, nos anos 60.
Por que as eleições municipais não são realizadas juntamente com as estaduais , reservando à eleição presidencial e ao Congresso Nacional uma outra data? Por certo , confundiria menos o eleitor e diminuiríamos essa subserviência dos Estados e Municípios à União. Sobretudo, por parte dos Estados mais pobres.Questões regionais são muito específicas, quase idiossincráticas.E as rivalidades são eternizadas.
O Presidente Barack Hussein – será que é primo do Enigmático Osama ?-, terá vida dura daqui pra frente. Talvez até sinta saudades do Senado, pois é bem perigosa a onda de euforia que afetou uma multidão de americanos e de não-americanos também. Quanto a questão racial , creio que é secundária.Sem dúvida é um fato muito relevante, mas não foi razão fundamental para o triunfo do rapaz bem criado de Chicago.Ele a conseguiu com uma trajetória belíssima dentro do partido Democrata, além de uma consistente carreira acadêmica. Sem falar o óbvio: o pífio desempenho da dinastia Bush. M as será o fim dessa dinastia?O irmão de George governa um importante Estado Americano e dizem que é bem popular.
A semelhança com o Brasil, no que diz respeito à dinastias, pelos ládos de lá extrapola a de que cá. As nossas dinastias têm se contentado com comandos regionais. Nos Estados Unidos, ela atinge a Presidência. Nos últimos 20 anos,praticamente , duas famílias , num país de 300 milhões , ocuparam a Casa Branca: Os Bush e os Clinton. É muito pouco para uma nação tão gigante e que através do voto decide seus caminhos há tempos.
O desinteresse pela política parece ser generalizado. E isso é gravíssimo.José Murilo de Carvalho, importante historiador nosso, defende a obrigatoriedade do voto. Acha que se não houver a obrigação do voto, o desinteresse só aumentará.Facilitando assim a perpetuação dessas dinastias.
Pelo visto teremos mais 4 anos de dinastia Clinton, no reino do Presidente Hussein.

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