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terça-feira, 25 de maio de 2010

O Prosseguir e a folha em branco

A folha em branco é um problema ou uma solução?
Se tivermos a ambição de dissolver uma língua , essa angústia será permanente ,mas se atingirmos o alvo damos enorme passo à frente.
Imaginem então o incômodo de um Joyce - que jamais consegui ler tudo - ou um Guimarães Rosa ou um Euclides e a sua engenharia singular ao iniciarem movimento de dissolução , de revirão da língua nas suas produções?
Há uma burrice que diz: "Ainda mais naquela época"!Não tem época.Em qualquer tempo essas decisões são terríveis.Hoje,por exemplo, o que escrever? Depois de percorrer certos autores ,o que é que sobra para ser feito? Uma nova obra,uma nova produção. Esse é o lugar pra valer da poesia .
O duro,na verdade duríssimo, é que quase sempre não conseguimos.São muito raros os atos poéticos . Não é simplesmente um verso,uma frase ou sentença. É atitude, é poder deslocar os nossos saberes já constituídos, através de uma vida, e que inclui de tudo: família,país, hábitos, herança genética, epigenética, essa pletora de elementos que diz o modo de existir dessa nossa espécie esquisita ,mas interessante, e que se chama ,segundo definição conceitual de MD.Magno, cultura.
Hojendia , a dificuldade maior que tenho é para escrever algo relativo ao meu trabalho.Algo consistente e que não seja um copiar e colar tão frequente nos artigos que lemos por aí. Já tive nas mãos teses de doutorado que mais pareciam recortes dos livros de autores célebres.Não havia nada ou quase nada daquelas pessoas que defendiam supostamente uma tese delas e que fora baseada em certos autores.....O que mais vemos são comentadores. E alguns comentam mal.E comenta-se mal porque ou introjeta-se , veste-se o troço ou o resultado é falso.Textos teóricos normalmente são enfadonhos porque não há um estilo reconhecível. É o comentário do comentário frequentemente. Péssimo hábito provocado por deficiência na formação escolar,visto que a escrita sempre foi maltratada por esses cantos.
A folha em branco faz a gente ao menos reclamar e reconhecer as nossas limitações.E quem pode prossiga....

terça-feira, 18 de maio de 2010

Meninos e meninas

Meninos são assim. VÃO a jogos de bola supondo estar em campos de batalha.Uma batalha bem suave ,pois bombas na cabeça são bem mais mortais.E aquilo tudo é uma grande bobagem ,mas é a minha bobagem única.
Existem marcas que parecem não desaparecer nunca.Realmente ,o troço se transforma numa lesão.
Projetar sintomas próprios nos gramados alheios é de uma burrice extrema.E é o que mais ocorre. Denegamos a inteligência alheia o tempo todo, e segundo o meu mestre ,essa é uma das estratégias mais utilizadas para não se fazer análise,quando se está em análise.Estar em análise é se dar conta de que as férias tão almejadas é mero descanso provisório. Ninguém escapa das compulsões pulsionais,ou melhor, do nosso tesão nuclear,de base.
E os meninos vão aos campos dar ataques,independente das tensões hormonais.
Já as meninas sofrem de ataques mais frequentes. A complexidade hormonal delas é bem maior.Basta observá-las nos campos,isto é, nos Shoppings,nas festas, ao se vestir- para as outras,por certo-, etc,etc.
É uma doença divertida,às vezes poética, às vezes estúpida, essa transa de meninos e meninas.Quem sabe quando houver uma nova formação não carbono , a dança mude de ritmo?O inciso será outro.Ou então já rebola por aí e "nosotros" não enxergamos.
O Maraca,palco das minhas infãncias que perduram, está meio desbotado.Falta poesia por lá.Para quem não gosta, garanto que já houve artista por lá.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Acreditar pra quê?!

Vulcões que cospem ódio e interrompem o passeio das aves metálicas a jato; a biruta da Terra que desandou a tremer feito adolescente apaixonado/a; lágrimas que inundam as ruas e desmoronam as miseráveis residências à beira de mais um suicídio .E assim contiuamos.
Parece que as referências são outras e nós ainda não nos demos conta ou pelo menos fingimos que não vimos o que já foi visto: denegação.
A cabeça século 19,século 20 que nos habita,'newtoniana ' por excelência ,religiosa, mas sem se assumir, torna-se obsoleta para os tempos vindouros. Família,por exemplo, tem a mesma configuração?Trabalho?Mas qual? Empresa?
A vocação atectônica da nossa espécie, o nosso gozo múltiplo,qualquer,indiferente,pois é o mais interesseiro dos interessados, exige nova configuração.
Agora mesmo um colega da minha mulher me pediu para escrever "uma coisinha" sobre Patologia, Psicose, Psicopatias, para um grupo de alunos do ensino ,no meu tempo, ginasial.
Recomendei-lhe então um livro de Psicopatologia e Semiologia de um sujeito de Campinas que tenta - dentro da estupidez dos códigos psiquiátricos - estabelecer algum raciocínio mais pertinente do que esses códigos mencionados que mais se assemelham a um lista de impropérios , repleto de casuísticas.
Não adianta -apesar que o sonho da Nova Psicanálise é tornar-se minimalista ao extremo sem ser reducionista,ou seja , sem perder o rigor na abordagem- querer estabelecer distinções importantes como essas que envolvem as chamadas formações ditas comportamentais a partir da história da psicanálise de uma forma rapidinha.A Psicanálise é para degustar.É algo sofisticado, visto que não é um fast food. Ela é processo costante de reflexão.E é difícil o seu exercício.Muito difícil.Ela é realista,já que exige o impossível.
Saindo de casa,acreditando na lua cheia - talvez de saco cheio- que o locutor televisivo apresentava no vídeo da televisão, deparei-me com o seu oposto: um temporal daqueles.
O mar revolto e o vento forte a me acompanhar.
Sempre desconfiei de alguns locutores e o seu entusiamo cego,apaixonado.Você indica a lua e sua luminosidade e ele só contempla as sombras e o dedo.