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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Eu grito sim.


Creio que NÓS, cariocas e fluminenses, ainda não nos demos conta do rombo que esse projeto que retira uma fortuna do Estado do Rio,  relativa aos royalties de petróleo, produzirá. Em alguns anos, serão 77 bilhões a menos para o Estado que produz 80 por cento do petróleo do país.

Roberto Campos já havia dito que o Rio de Janeiro era o único Emirado Árabe pobre que ele conhecia. Erros políticos se somam a tudo isso. Tem mandatário que acredita em estátua ou em seus companheiros em processo de mumificação semelhante.

No fim dos anos 50, JK teve um sonho. Mandou a capital para a região Centro- Oeste. Tudo bem e tudo mal senão fosse pela pressa histérica e pelo custo de toda aquela elucubração onírica. Não podemos esquecer, desde Freud, que sonho não deixa de ser produção delirante e sem interpretação possível. Mas vai lá: confusões entre as 3 instâncias políticas- União, Distrito federal, Estado- as ameaças de golpes militares ( finalmente ocorreu em 1964), o fato de ser uma capital localizada numa região litorânea , portanto, suscetível à invasões, e que no governo JK e no período eleitoral relativo a sua sucessão , ocorreram gravíssimos problemas com militares, incluindo cerco à cidade por navios militares, etc. O não apoio ( apoio com dedos cruzados) ao General Lott , seu ex-ministro da guerra e aliado , resultou no que resultou. O trauma estava por ali. O resto é sombra. E aí vieram desgovernos sucessivos ( o Município chegou a falir no início dos anos 80) numa demonstração clara de desarticulação política regional e ataques de caudilhismos aliados a uma oposição débil, infantil.

O Rio mergulhou num dos seus piores momentos. Só não virou uma Medellin porque a nossa classe média é imensa e o cinismo que lhe faz companhia também. É só oferecer alguns regalos que esquecemos, acomodamos. E tudo a mais que não sabemos. Pouco se viu de uma sociedade civil tão desorganizada, tão frágil. Agora, quando se inicia uma recuperação, um renascimento, ocorre essa tentativa de massacrar. Por causa do quê?

Não será com micaretas que resolveremos a nossa posição diante dessa situação grave. E os mais atingidos não serão jogos de bola, saltos em distância ou aquele guepardo que vem da terra de Marley e que corre mais rápido. Serão os pensionistas e aposentados que sempre são tratados com paratletas ( seriam para-atletas?), certamente enquanto parasitas. Justamente os que têm menor poder de barganha. O resto é conversa fiada, canalhice eleitoreira de parlamentares de outros estados e covardia.

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