Creio que NÓS, cariocas e fluminenses, ainda não nos demos conta
do rombo que esse projeto que retira uma fortuna do Estado do Rio, relativa aos royalties de petróleo, produzirá.
Em alguns anos, serão 77 bilhões a menos para o Estado que produz 80 por cento
do petróleo do país.
Roberto Campos já havia dito que o Rio de Janeiro era o
único Emirado Árabe pobre que ele conhecia. Erros políticos se somam a tudo
isso. Tem mandatário que acredita em estátua ou em seus companheiros em processo
de mumificação semelhante.
No fim dos anos 50, JK teve um sonho. Mandou a capital para
a região Centro- Oeste. Tudo bem e tudo mal senão fosse pela pressa histérica e
pelo custo de toda aquela elucubração onírica. Não podemos esquecer, desde
Freud, que sonho não deixa de ser produção delirante e sem interpretação possível.
Mas vai lá: confusões entre as 3 instâncias políticas- União, Distrito federal,
Estado- as ameaças de golpes militares ( finalmente ocorreu em 1964), o fato de
ser uma capital localizada numa região litorânea , portanto, suscetível à invasões,
e que no governo JK e no período eleitoral relativo a sua sucessão , ocorreram
gravíssimos problemas com militares, incluindo cerco à cidade por navios
militares, etc. O não apoio ( apoio com dedos cruzados) ao General Lott , seu
ex-ministro da guerra e aliado , resultou no que resultou. O trauma estava por
ali. O resto é sombra. E aí vieram desgovernos sucessivos ( o Município chegou
a falir no início dos anos 80) numa demonstração clara de desarticulação
política regional e ataques de caudilhismos aliados a uma oposição débil,
infantil.
O Rio mergulhou num dos seus piores momentos. Só não virou
uma Medellin porque a nossa classe média é imensa e o cinismo que lhe faz
companhia também. É só oferecer alguns regalos que esquecemos, acomodamos. E
tudo a mais que não sabemos. Pouco se viu de uma sociedade civil tão
desorganizada, tão frágil. Agora, quando se inicia uma recuperação, um
renascimento, ocorre essa tentativa de massacrar. Por causa do quê?
Não será com micaretas que resolveremos a nossa posição
diante dessa situação grave. E os mais atingidos não serão jogos de bola,
saltos em distância ou aquele guepardo que vem da terra de Marley e que corre
mais rápido. Serão os pensionistas e aposentados que sempre são tratados com
paratletas ( seriam para-atletas?), certamente enquanto parasitas. Justamente os
que têm menor poder de barganha. O resto é conversa fiada, canalhice
eleitoreira de parlamentares de outros estados e covardia.
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