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quinta-feira, 14 de março de 2019

Ora, Ora. Está difícil querer saber sobre as novidades das notícias do noticiário. 😟

Ora , Ora. 
Está difícil querer saber sobre as novidades das notícias do noticiário. 😟
O jornalista solicitou que pessoas metidas com o campo da saúde mental opinassem sobre esses episódios trágicos, bárbaros, que aconteceram por agora. Um perigo essa solicitação. Já basta uma dose elevada de chiliques que uma parte da própria imprensa oferece com generosa frequência. Por vezes, a prudência passa longe. No nosso campo não é muito diferente. Até mais grave.
Há oito anos, quando aconteceu o massacre em Realengo, recordo que a única observação que fazíamos - ancorados nos depoimentos de quem conhecera um pouco ou um pouco mais da vida daquele 'atirador'- era que a impressão que se tinha é que ele retornara ao suposto colégio - que ele achava que era o seu- para se vingar dos também supostos colegas ,ou de uma outra formação, da sua turma. Deliração pura, afinal, essa turma não estava mais lá. Eram outras pessoas. No 'mesmo' local.
Como as marcações inconscientes são atemporais, os fatos ou o que quer que tenha havido ainda está latente.Está fixado. Pode retornar ou age desviadamente enquanto algum sintoma qualquer. Geralmente está afastado, recalcado, da nossa consciência, mas está aí ou por vir. Não dá para passar a borracha definitivamente naquilo que se instalou. Você negocia e pronto. Pronto: vai negociar para o resto da sua vida. Esse é um aspecto irreversível, logo, trágico, da nossa condição humana. E essa arte da negociação em aprender a negociar é uma das políticas da prática analítica.
Saber - como indagou o jornalista- sobre as condições iniciais ou onde está o gatilho - usando termo do senso comum- para o surto, é quase impossível. Outra tragédia.
Já imaginou se o dito cientista conseguir mapear todas as condições iniciais para sacar os efeitos possíveis dos seus experimentos? Eureka! Eu também quero. Impossível. Considerações, aproximações, observações, suspeitas e suspeições, e até uma sacada que faz gol. Bonito ou não. Mas é isso.
Essas maluquices - qualquer um pode fazer parecido , em outra cancha ( se é que já não fez), com menos horror, sangue- assustam. Até porque, infelizmente, é coisa de gente. É coisa nossa. Já cantarolava o homem do baú, Sílvio Santos. Pergunte ao seu bichano de estimação. A espécie é muito esquisita.🙃
Portanto, quando começarem com aqueles rótulos nosológicos, patológicos todos, desconfie.
Sem ao menos escutar o defunto ou tê-lo conhecido melhor.. . É abuso mesmo. Estupidez.
E defunto parece que não fala.😒

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