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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Contudo, embora, entretanto. Isto é: ou seja. Locuções e mitos.


Esse título, nada usual, diz respeito à certas construções linguageiras- as 3 primeiras são chamadas conjunções gramaticais adversativas e as 2 seguintes são locuções que juntam duas frases ou palavras , normalmente, tentando retificá-las ou ratificá-las.
Nessa linha, o jornalista e autor gaúcho, Fausto Wolff, - empedernido brizolista e que morreu há poucos anos- era conhecido por seu texto preciso ( o que seria isso?) e por ser o mais hábil dos jornalistas/escritores a utilizar, por exemplo, o pronome que. Esteja ele na sua forma indefinida ou relativa.
Aprende-se que o brilhantismo de um texto, necessariamente, tem a ver com o estilo desenvolvido, encarnado, que alguém poderá dizer com palavrinhas. Deve ser esse o sentido do emprego do pronome que, por Fausto. Ele tinha brilho com o quê. E não somente com o que. Fausto foi um ensaísta, diretor de teatro e deixou vasta obra intelectual. Era machão dos pampas e ao mesmo tempo doce. Morreu no dia seguinte à morte de um outro celebrado machão, talvez o maior deles, Waldick Que, não era cachorro NÃO, Soriano. Waldick não se submetia à exames de próstata. Seu câncer começou por ali.
Nesse meu caso pessoal, tenho sérias questões- não tanto com as dedadas invasivas e impessoais às quais nos submetem os exames prostáticos-, mas com as conjunções, pois sou uma espécie de viciado. E aí, para mudar o foco, justifico com essas mencionadas locuções. Para aquilo que, provável/mente, ainda não fez sentido.
Outro vício incurável é a aplicação das reticências. Não irei nem ao menos reafirmar a sua função na escrita, já que temos como fonte de inspiração uma bela autora do teatro infantil francês e que declarou que, às vezes, ao se cansar muito, depois de horas de tela vazia, papel em branco, interrompe essa atividade para respirar um pouco e sapecar umas reticências. Disse ainda que tinha preguiça com a tal pontuação. Se acaso sofresse de asma, iria rever suas posições e pontuações.
Reticências seriam um mero capricho para evitar longos períodos, hiatos....Reticências. Suspensão.
Suspensão de sentido, emoção velada. Conjunções que tentam contrapor o sentido pregresso ou as locuções que procuram juntar palavras ou frases anteriores a fim de confirmá-las ou negá-las. Brincadeira de equivocar qualquer sentido ou qualquer falação. Para quê?
Eis que a forma pronominal -com a qual se divertia tanto o jornalista gaúcho, Fausto- reaparece. Uma curiosidade quase desproporcional à pretensão do texto. Existiria, por exemplo, QUE em alemão? Goethe sabia sobre esses quês tão endiabrados? Quase que fundamentais? Imperativos? Estariam indefinidos?
A relatividade proposta por um festejado conterrâneo, Einstein ( aquele mesmo que estirou a língua para o universo em expansão ), ajudaria nesse confusão de línguas e seus artifícios/artemanhas? Tempo e espaço se misturam. São ficcionais? Um texto fala sobre fatos verdadeiros ou fatos falsos? O que é a vida real e o que é a ficção? Se está sendo inventado, por que não é 'da vida real'? Só é considerado da chamada vida real o que já estava por aqui, antes dessa espécie gente estar? Portanto, passemos a saudar as árvores, os cachorros,a lama que muda a cor dos oceanos, mata, e assim por diante. Mas não haveria minha concepção de lama ou rio se o conceito/palavra assim não houvesse. Haveria outra coisa. Mas ambos, rios e lamas, estariam lá, desde sempre, a se supor antes da gente. Quem faz essa conta? Seria um demiurgo? Esses seres transcendentes apelidados de deuses? E quem faz a conta por eles? Esse recuo reflexivo provoca vertigens na entropia/neguentropia da expansão do universo. A Língua de Albert Einstein aponta para o infinito. E lembremos que o projeto dele, hoje, pode ser considerado um clássico. No contemporâneo temos os quantuns, os bits, q-bits e física feita de cordas.
Na nossa estada contemporânea, presencia-se essa confusão de mitos e ditos. Tudo parece que morreu e insiste em continuar. Mas como pode? Um desfile de mortos vivos. Talvez por isso que existam tantos filmes com zumbis. Uma nova festa de família? Já que o fim de ano está perto, o tema está posto: lado a lado com comilança, champanhe, saco de Noel e lorotas. Enganamos criancinhas, por séculos, e isso não é considerado assédio. Curioso.
Terminemos tão somente para prosseguir, 'claricianamente', ou seja ( UFA! Não se resiste) artemanhas de Clarice, fazendo um som mais ou menos assim. .......... Ou melhor,.;"?!~^{}