A quem pode interessar a alienação subserviente que se constata?
Quando se é bem jovenzinho o reino das ilusões é hegemônico.Com o passar do tempo é como se essa ilusão permanecesse por inércia,mas a lucidez ,dolorida quase sempre ,que a desilusão nos traz ,ao menos para quem acompanha o teatro da vida, torna-se ela sim hegemônica.
Você supostamente atravessou diversos processos,experimentou-os ,logo não cai tão facilmente noutras armadilhas.Digo outras ,pois não serão mais as mesmas por mais semelhantes ,análogas ou coisa próxima do que tenham um dia sido.Na minha ignorância acadêmica ,recordo Heráclito ,famoso pré-socrático mobilista ,e o seu mergulho que não era nunca o mesmo.'Um mesmo homem jamais se banha duas vezes no mesmo rio"- teria dito enquanto nadava.
A propagada experiência - e aqui revelo preferência pela idéia das experimentações ,sem ser positivista ou algo semelhante,mas o termo maturidade me irrita pelo simples fato de que o fruto quando maduro cai de podre- nos conduz a um distanciamento mais sereno,menos pré-conceituoso diante dos acontecimentos.Você já mapeou algumas-poucas na verdade- encruzilhadas e sacou que a fronteira não está mais lá.Não só se deslocou ,mas parece ter desaparecido de vez.É como se certas fundações não tivessem sido tão fundamentais assim.Um grande teatro repleto de possibilidades.É o que há.É o que certa caminhada nos apresenta.
Décadas atrás, e aí o tempo já nos dá essa autoridade de argumento´,ao menos enquanto trajetória percorrida,o futuro demorava mesmo muito tempo. Uma profecia do filósofo marxista Althusser.
'Now' , ele deixou de ser uma elocubração mítica e se aproxima.Afinal, caminha-se para frente.
Em outra certa ocasião, o hiper-democrata Michel Foucault, declarara o seu horror pela carteira de identidade.Considerava esse troço ,com a fotografia sempre errada ,algo muito invasivo.
Fico a vislumbrar esse tão importante pensador francês, se vivo estivesse , a conviver com celulares apitando em todos os bolsos, de quaisquer nacionalidade.A telefonia da loucura,sua clínica.
Resgatando Foucault ,lembrei-me portanto que esgueirar-se é preciso.Tornar-se eficazmente invisível,apesar das tentações que qualquer furor exibicionista possa nos suscitar.E somos espontaneamente exibidos,desde quando éramos,há poucos minutos-horas ,jovenzinhos.E também espontaneamente vinculados a um conceito Deus,confundido com algumas carteiras de identidade e suas fotografias erradas.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Digressões narcísicas ou papo de Psicótico?
Será que a gente consegue se livrar de um certo narcisismo baixo?
Observo alguns comentários exemplares sobre preferências eleitoreiras e ele se mostra.Ele quem? O tal narcisismo.O cara não somente aposta ,mas faz defesas apaixonadas de si - é claro- projetadas lá no candidato escolhido.O outro não presta.
Faz algum tempo que não escrevo nada aqui nesse espaço. Ando narcisicamente -não há escapatória disso- dizendo abobrinhas numa ferramenta chamada facebook.É uma gracinha internética onde postamos escritos, imagens ,gemidos ,através de uma limitação de caracteres.O troço é bem curtinho.Quatrocentos e poucos caracteres no maximo.E tem coisa mais curtinha ainda.
Entretanto, ele também é ótimo pois falar algo através de um número reduzido de letras ou palavras ou sons ou imagens é uma beleza.
Fui educado num sistema religioso - católico- em que longos sermões eram valorizadíssimos. Além do mais, as obras literárias também eram muito extensas.Imaginem hoje um jovem atravessando a obra de Proust?Aqueles sete volumes em que ,vez ou outra, o grande Marcel leva páginas a fio descrevendo o laço de fita da roupa de uma personagem?Se você não se atentar para o fato de que naquele laço de fita há a condensação de todos os personagens e por conseguinte toda a história ,adeus ao livro.
Será que dois gênios conseguem ser amigos?Conseguem pelo menos conversar?Não concordar genialmente?
Não preciso convencer ninguém de que ele está enganado.O que posso saber sobre o engano alheio?Para além ou aquém de uma visão minha que é pojada de sintoma?Quando avalio,avalio de que lugar?
Isso é fundamental pois os nossos preconceitos já tomaram o poder faz tempo.
Um dia imaginei uma conversa ,seria melhor escrevê-la,fingi-la ao menos, entre criaturas,ditas humanas, que desconfiam.Não recorrem a nenhum argumento de autoridade ,como por exemplo,enfiar o Proust na conversa.Tão somente,escutavam e argumentavam.Ninguém teria razão e todos teriam.
O problema é que queremos sempre ganhar as discussões.E é normal esse querer.
Queremos o poder. Poder é bom.Impotência é triste...até mesmo nas partes baixas.Se bem que as novas tecnologias trazem diversas possibilidades.Sobretudo para os que acreditam demais nas próprias piroquinhas.
Odiamos a crítica também, porque toda crítica é destrutiva.Ela implica em descontinuidade,mesmo quando nos considera uma maravilha.E aí se localiza também o cinismo sobre ética. É parecido o movimento.
Se alguém não tem uma conduta que a nossa turma concorde ou aplauda ,não é ético.Mas se esse alguém é ou esteve próximo da gente ,pode ter sido tão somente um erro político.
Lidar com a tal crítica é semelhante. Se foi elogiosa , vira propaganda para o espetáculo.Se foi contundente no seu não apreço pelo mesmo espetáculo, quem a fez geralmente não presta.
Certa vez, uma famosa atriz brasileira ao receber um troféu,por causa da sua atuação numa telenovela,dedicou corajosamente o troféu a uma colega que, disputara o mesmo prêmio com ela. Ela dedicou; ela não lhe deu o prêmio.
Meu mestre traduziu aquele volume enorme e maravilhoso ,escrito por Freud no início do século passado, chamado "O Mal Estar na Cultura" , para 'A vida é uma Merda'. E freudianamente sabemos que ouro e merda são o mesmo. A variação se dá em termos de odor.
Argumento de autoridade posto sobre o papel monitor: encerro esse troço que escrevo sem concluir quase nada. O que é ótimo,pois implica na continuidade dessa falação que não cessa.Ainda que, através de parcos caracteres.Quantos foram mesmo?
Observo alguns comentários exemplares sobre preferências eleitoreiras e ele se mostra.Ele quem? O tal narcisismo.O cara não somente aposta ,mas faz defesas apaixonadas de si - é claro- projetadas lá no candidato escolhido.O outro não presta.
Faz algum tempo que não escrevo nada aqui nesse espaço. Ando narcisicamente -não há escapatória disso- dizendo abobrinhas numa ferramenta chamada facebook.É uma gracinha internética onde postamos escritos, imagens ,gemidos ,através de uma limitação de caracteres.O troço é bem curtinho.Quatrocentos e poucos caracteres no maximo.E tem coisa mais curtinha ainda.
Entretanto, ele também é ótimo pois falar algo através de um número reduzido de letras ou palavras ou sons ou imagens é uma beleza.
Fui educado num sistema religioso - católico- em que longos sermões eram valorizadíssimos. Além do mais, as obras literárias também eram muito extensas.Imaginem hoje um jovem atravessando a obra de Proust?Aqueles sete volumes em que ,vez ou outra, o grande Marcel leva páginas a fio descrevendo o laço de fita da roupa de uma personagem?Se você não se atentar para o fato de que naquele laço de fita há a condensação de todos os personagens e por conseguinte toda a história ,adeus ao livro.
Será que dois gênios conseguem ser amigos?Conseguem pelo menos conversar?Não concordar genialmente?
Não preciso convencer ninguém de que ele está enganado.O que posso saber sobre o engano alheio?Para além ou aquém de uma visão minha que é pojada de sintoma?Quando avalio,avalio de que lugar?
Isso é fundamental pois os nossos preconceitos já tomaram o poder faz tempo.
Um dia imaginei uma conversa ,seria melhor escrevê-la,fingi-la ao menos, entre criaturas,ditas humanas, que desconfiam.Não recorrem a nenhum argumento de autoridade ,como por exemplo,enfiar o Proust na conversa.Tão somente,escutavam e argumentavam.Ninguém teria razão e todos teriam.
O problema é que queremos sempre ganhar as discussões.E é normal esse querer.
Queremos o poder. Poder é bom.Impotência é triste...até mesmo nas partes baixas.Se bem que as novas tecnologias trazem diversas possibilidades.Sobretudo para os que acreditam demais nas próprias piroquinhas.
Odiamos a crítica também, porque toda crítica é destrutiva.Ela implica em descontinuidade,mesmo quando nos considera uma maravilha.E aí se localiza também o cinismo sobre ética. É parecido o movimento.
Se alguém não tem uma conduta que a nossa turma concorde ou aplauda ,não é ético.Mas se esse alguém é ou esteve próximo da gente ,pode ter sido tão somente um erro político.
Lidar com a tal crítica é semelhante. Se foi elogiosa , vira propaganda para o espetáculo.Se foi contundente no seu não apreço pelo mesmo espetáculo, quem a fez geralmente não presta.
Certa vez, uma famosa atriz brasileira ao receber um troféu,por causa da sua atuação numa telenovela,dedicou corajosamente o troféu a uma colega que, disputara o mesmo prêmio com ela. Ela dedicou; ela não lhe deu o prêmio.
Meu mestre traduziu aquele volume enorme e maravilhoso ,escrito por Freud no início do século passado, chamado "O Mal Estar na Cultura" , para 'A vida é uma Merda'. E freudianamente sabemos que ouro e merda são o mesmo. A variação se dá em termos de odor.
Argumento de autoridade posto sobre o papel monitor: encerro esse troço que escrevo sem concluir quase nada. O que é ótimo,pois implica na continuidade dessa falação que não cessa.Ainda que, através de parcos caracteres.Quantos foram mesmo?
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