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terça-feira, 4 de maio de 2010

Acreditar pra quê?!

Vulcões que cospem ódio e interrompem o passeio das aves metálicas a jato; a biruta da Terra que desandou a tremer feito adolescente apaixonado/a; lágrimas que inundam as ruas e desmoronam as miseráveis residências à beira de mais um suicídio .E assim contiuamos.
Parece que as referências são outras e nós ainda não nos demos conta ou pelo menos fingimos que não vimos o que já foi visto: denegação.
A cabeça século 19,século 20 que nos habita,'newtoniana ' por excelência ,religiosa, mas sem se assumir, torna-se obsoleta para os tempos vindouros. Família,por exemplo, tem a mesma configuração?Trabalho?Mas qual? Empresa?
A vocação atectônica da nossa espécie, o nosso gozo múltiplo,qualquer,indiferente,pois é o mais interesseiro dos interessados, exige nova configuração.
Agora mesmo um colega da minha mulher me pediu para escrever "uma coisinha" sobre Patologia, Psicose, Psicopatias, para um grupo de alunos do ensino ,no meu tempo, ginasial.
Recomendei-lhe então um livro de Psicopatologia e Semiologia de um sujeito de Campinas que tenta - dentro da estupidez dos códigos psiquiátricos - estabelecer algum raciocínio mais pertinente do que esses códigos mencionados que mais se assemelham a um lista de impropérios , repleto de casuísticas.
Não adianta -apesar que o sonho da Nova Psicanálise é tornar-se minimalista ao extremo sem ser reducionista,ou seja , sem perder o rigor na abordagem- querer estabelecer distinções importantes como essas que envolvem as chamadas formações ditas comportamentais a partir da história da psicanálise de uma forma rapidinha.A Psicanálise é para degustar.É algo sofisticado, visto que não é um fast food. Ela é processo costante de reflexão.E é difícil o seu exercício.Muito difícil.Ela é realista,já que exige o impossível.
Saindo de casa,acreditando na lua cheia - talvez de saco cheio- que o locutor televisivo apresentava no vídeo da televisão, deparei-me com o seu oposto: um temporal daqueles.
O mar revolto e o vento forte a me acompanhar.
Sempre desconfiei de alguns locutores e o seu entusiamo cego,apaixonado.Você indica a lua e sua luminosidade e ele só contempla as sombras e o dedo.

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