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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nome Próprio, o filme.

Nome próprio é um filme dirigido por Murilo Sales no ano de 2008. Murilo é um dos melhores diretores que temos e um craque com a câmera. Um belo diretor de  fotografia.
Leandra Leal, que é uma excelente atriz, sua protagonista.
Recebeu , se não me tropeça as lembranças, o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado, por esse trabalho. Sabemos que os festivais nacionais de cinema não têm a mesma importância para os veículos de comunicação midiáticos. Por aqui venera-se um senhor de nome Oscar.
Uma jovem vestida de blog e o seus seguidores. Essa é a trama. Alguns deles são meros taradinhos tentando seduzir a moça até a cama ou colchão disponíveis de ocasião. Muitos jovens são formações trepadeiras que não exigem muito conforto para essas práticas. São pragmáticos também de ocasião. A ocasião da não grana, do gozo que não quer saber de findar , que não tem noção do corpo que habita.....que não morre jamais. Só daqui a um tempo igual ao do velhinho mais velhinho que jamais conheci.
Versos de Paulo Leminski , poeta grande curitibano e já falecido, surgem na tela imponente da sala maliciosamente escura. Paulo era atleta de judô. Morreu tão jovem, vitimado por uma cirrose hepática. O chamado porre errado.
Ela, Camila- Leandra, transa com seu computador e a sonoplastia dos seus dedos, das suas intimidades, partes baixas e altas, todo o dia. O dia todo. Acredita, tal e qual a maioria dos infelizes blogueiros, que alguém realmente acredita naquilo que escreve. Mas ela está certa. Ninguém escreve para ninguém. Escreve-se sempre para alguém. Ela se angustia, bebe em demasia. Quase sempre quebra a cara. Mas continua com a sua sonoplastia peculiar. Nada mais contemporâneo.
Acha-se que ela gosta mesmo é das moças. Sua hostilidade é com as moças desejadas pelos outros moços. Ela só tem intimidade com as moças. Ela só se reconhece por ali. Aliás, ela uma das poucas que se veste e se desnuda para outras moças. Geralmente, elas preferem se vestir para elas. Elas mesmas. E se desculpa e se solta e continua com a sua sonoplastia de teclados em teclados. Projeta tudo para o lado de lá. Onde quer supor, ela se esforça, ela se rasga, que há um outro lado de lá.
É uma moça jovem e tão velha. Cultua ilusões, paixões. E tudo se enuncia na primeira pessoa. Tem Eu demais de telcado em teclado. Talvez por isso se espante que palavras lhe escape. Assim como o sapo suposto príncipe. Um dos meninos que lhe causa dor intensa, ou seja, a faz despertar um pouco mais.
É bastante curioso que nos créditos de divulgação do filme, na televisão dita Brasil, o nome da atriz não apareça? Aparece o do sapo- príncipe. Quem sabe alguma das moças, dessas que não largam as bonecas de infância, tenha provocado isso? Falha no sistema, ato-falho.
Contudo, a escritora dos tempos de agora tem cicatrizes que lhe indicam a se mexer, sonoplastia dos teclados, para lugar qualquer. Para sua rede que é mundo todo.

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