Francisco Carlão Pecado Capital Dinheiro na Mão é Vendaval Cuoco. Nossa homenagem.

Jornalismo ao vivo é uma peça de teatro com atores voláteis e roteiros também. Imprevisibilidade quase sempre. Afinal, é ao vivo. Se morto estivesse, não haveria.

Certos vacilos para largar na frente do concorrente ( já teve gente que preferia monopólio para informação) podem ser desagradáveis. Eufemismo? Depende do fato. Pode ser grave; causar muito estrago, matar. E aí, fake é o do vizinho. Onde está o 'true?' Where is the 'verdade'? Faço uma pequena digressão -parafraseando uma querida amiga e colega, Lia Guarino, que disse : "E o 'Fakebook'?"- e apontamos sob suspeição que quem deveria cuidar do que divulga em larga escala, por vezes, não o faz.

Na divulgação da morte de Francisco Cuoco , ator dele mesmo e um sucesso na extinta , sem eufemismo ou hipérbole possíveis TeleDRAMATURGIA brasileira , o canal por assinatura da emissora oficial , através de duas das suas jornalistas ( uma dessas é bastante experiente e que piorou tudo) ,afirmava que o ator havia dado um depoimento - exibido inclusive no ato da fala- recentemente. Precisamente , um ano atrás. Foi exibido ,sim,. há pouco mais de um mês. Dia 6 desse mês, tal como insistia a experiente jornalista, Francisco não falava nem tampouco interpretava mais nada.

Ele já estava internado e inconsciente.

A matéria , o tal depoimento, foi ao ar ( metonímia) justo pelo agravamento do estado de saúde do ator. Matéria bem apresentada , jornal com Folha, avisava que ele estava com 130 quilos , não saía mais de casa ( sorte dele porque deve ter mantido ao menos o celular e os cartões de banco a salvo) com dificuldades motoras consideráveis. E a memória tropeçando. Nada que um organismo heroico , 91 para 92 anos, não sofra. É o ônus pela vida longa; vida eterna.