Inutilidade pública bosteada..
Liberdade e o estouvado.
O que seria Liberdade no reino das marionetes ?Só existem solturas pontuais. No mais os interesses , sejam eles centenários, milenares ou juvenis, se impõem. Com a conivência, geralmente cínica, dos votantes. Você tem liberdades pontuais para sentir, afetar-se, querer...Mas poder é algo de uma outra ordem. Como quase sempre estamos em atraso, a ideia de um 'só depois' freudiano se encaixa perfeitamente, os poderes também são pontuais e podem durar o tempo, ficcional por suposto, que for. Porém, poder absoluto não há. São todos relativos, relativizáveis. O tema é muito delicado, mas ...
Liberdade , fraternidade e igualdade é tudo o que uma França com guilhotinas 'à côté ' jamais conseguiu. Quem a conheceu em épocas de ouro, não foi o meu caso, advertia desde já. Ainda que se tenham computado ganhos e perdas, como em qualquer processo dito revolucionário ( e o trocinho roda, roda, para voltar ao mesmo lugar), ainda nos resta a solidariedade àquele vendedor, supostamente menos burguês e dono daquela birosca onde homens bravos e bravos homens celebravam e desfrutavam do bom vinho nacional. Num dado momento, liberdade a lhes atiçar vísceras e músculos, um deles gritou para sua turba bêbada: ' o proprietário desse estabelecimento em questão não especificou se o vinho que aqui se vende, delicioso por dizer, é tinto ou branco. Quero dizer: não está escrito no aviso posto na porta de entrada'. Considerado então um contra revolucionário , o pobre comerciante foi condenado à guilhotina. Aqueles que o condenaram tiveram toda liberdade para. Uma espécie de ditadura daquela ébria maioria.
Duzentos e tantos anos após, dentro do carro, enxergo o transeunte atravessar a rua, no derradeiro momento em que as cores do sinal fingem patriotismo de ocasião ( esse que estamos fingindo que não vemos atualmente) que é a passagem do verde para o amarelo.
Aumenta-se o volume da 'Canção Calcanhoto ' ( aquela mesma que aponta certos sintomas cariocas) para lembrar que: apesar de não apreciar o vermelho ( seria comunista o sinal, pascácio querido?) que me oprime um pouco ( nesse caso muito porque a situação era emergencial, que portanto me atrasa um pouco mais ( mas do que o idiossincrático retardo pessoal), e que também me arrepia os pentelhos. Todavia ( vez ou outra uma adversativa se torna recursiva), devo considerar que existem direitos universais. Não saber deles implica numa sacanagem mediante a ignorância até douta e a perversidade de algumas decisões e convenções. E esses direitos têm a sua hierarquia. Sobretudo, quando temos uma tragédia global, sanitária, há 2 anos, e suas singulares vicissitudes.
O transeunte em questão sobreviveu contente. Por aqui também restou uma migalha de civilidade.
A minha liberdade de querer destruir, matar , arrebentar, desconsiderar o direito à vida ( já que preferes morrer que o faça, desgraçado, sem encher o nosso saquinho repleto de pentelhos e outras formações) daquele outro/mesmo, se por acaso não parasse no sinal luminoso, e cujo signo indica tal convenção, tal combinação.
Um desserviço- mais um para coleção- a fala de um 'ministro'.
O rei de Espanha, que se exilou por causa de umas pendengas e pendências reais , ao menos , diante de outras sandices que se perpetuavam naquela falação do 'colega', mandou o tal 'mandatário' do país vizinho ao nosso se calar, numa reunião importante. Na verdade, solicitou-lhe. Quem pode conter? Com certa liberdade...
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