Armando e eu tínhamos muitas coisas em comum. Gostávamos das mulheres,do vinho,da boa mesa,do futebol,da música...e Armando gostava ainda de alçar voo. Pilotava aeronaves céu aberto no Rio de Janeiro, a cidade que escolhera para sobrevoar eternamente.
Foi aí que desvelei então que as aeronaves não eram indestrutíveis,que elas poderiam se chocar e se incendiar ,e que elas não interromperiam seu passeio mesmo que os seus freios fossem teimosos em não ceder aos apelos desesperados do seu comandante. Portanto, comecei a ter certos receios tão logo os brinquedinhos com asas se assanham na pista. Armando,ao contrário, começou a decolar com toda a ousadia prudente que ele consentia ao próprio Nogueira .Tornou-se piloto.
Para se ter uma ideia de sua coragem e destemor ,iniciou seus estudos de gaita já por volta dos sessenta anos e a jogar tênis também em idade superior àquela em que usualmente a maioria inicia suas raquetadas.
Um dia,o já consagrado jornalista , teve que retornar à terra natal,lá no Acre,pois alguém insistia na sua morte. Visto que por telefone não fora possível convencer o conterrâneo algoz,nosso cronista partiu em viagem . Chegando no longínquo Estado do Norte Brasileiro se apresentou:'sou Armando Nogueira,o morto'.
O rapaz ou a moça – não me lembro ao certo,mas creio que moça alguma faria isso com o poeta do esporte – não se fez de rogado e insistiu que ele estava morto:'Armando Nogueira morreu em tal dia ,tal hora,.tal lugar e ponto.'Seria um ponto final ou uma exclamação aflita?
ENTÃO ME DIGA COMO É QUE EU POSSO PROVAR QUE ESTOU VIVO?-TERIA IMPLORADO O POETA.
O final dessa história você poderá encontrar num dos seus 10 ótimos livros publicados ao longo de sua longa e profícua vida.
Essa discussão,dependendo do grau de saúde mental dos envolvidos,promete elucubrações das mais diversas. Poderão alguns podem apelar para argumentações metalinguísticas,tola ambição ainda presente. Estou morto,mas ainda falo?Falo ,logo sou?Se vivo ,sei escutar?Escuto,logo hei?
Ele,nosso amigo, que segundo o filho acaba de decolar, provavelmente não cairia nessa. Sabia bem que não há nenhuma língua e/ou linguagem capaz de resolver todas as coisas,falar sobre tudo o que há,superar tudo o que já se falou,englobar todas as línguas já existentes. Essa sempre foi a expectativa ingenuamente neurótica da ciência ,das religiões,da própria Filosofia. Um teorema,isto é, uma máquina de repetição, que procura dar sentido, de explicar minimamente sobre fatos ,conseguir abranger todos os saberes,todos os conhecimentos pode ser extremamente sedutor ,mas não convence mais. Pelo menos a um computador quântico.
Quando discordei de Armando,num texto que somente 5 ou 6 leram, foi tão somente uma cutucada para esquentar o debate entre futebol vistoso x futebol competitivo.
Debate inócuo no meu entender. O futebol da melhor seleção de todos os tempos,a de 1970,não era competitivo e altamente vistoso,belo?Mas o que importa não é ganhar? Infelizmente – ou não?-, o romantismo,que acompanhou esquemas táticos,posturas e cronistas e torcedores por muito t empo, morreu nos gramados de hoje.
O dinheiro em profusão nas mãos ainda juvenis,imaturas, e a exploração dessas mesmas almas ,para mim, estão acabando aos pouquinhos com o esporte bretão. Sem contar com o exílio voluntário dos ditos craques. Creio que ele concordaria
Armando decretou: Garrincha era aquele que fazia de um pequeno lenço de papel um latifúndio.
Armando Nogueira foi o cronista-poeta que re- inventava o salto, o drible,o passe,o bloqueio, a cada momento, a todo lance. Ele conseguiu transformar o mal-dito “replay” em algo humanamente viável. Nélson,O Rodrigues, que dissera que todo vídeo tape era burro talvez implicasse um pouco menos com o tal apetrecho tecnológico.
A folha em branco não o intimidava. Ela o instigava tal como bola de meia de menino pequeno descalço que corre, que salta e continua a correr,agora levanta o braço ,dá um salto no ar e gira gritando é GOL!!!!É gol do Seu Armando!!!
terça-feira, 30 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Assassinatos e crianças
O que nos faz escrever é vontade de contar uma historinha que lhe ocorreu.Li, recentemente, que as historinhas estão ganhando espaço no lugar das auto-ajudas literárias.Menos mal.
Mas o que me fez escrever algo aqui foi um e-mail saudosista de uma querida amiga,publicado no seu blog, e que me fez pensar:saudade agora é vez ou outra e olhe lá.
Tenho a impressão que estou me despedindo pra valer de certas coisas.Já não era sem tempo.Isso é um sintoma sujo-como todo sintoma,como toda idiossincrasia,como todo temperamento o são.
Portanto,tenho saudades que passam rápido hoje em dia.Saudades que se podem reencontrar,diga-se de passagem.Aquela outra que desapareceu e nunca mais,fudeu.É injeção na testa,porrada no estômago!
Mas insisto nas imagens e odores-seria praga proustiana?-, que me remetem aos lugares de minha juventude,de minha infância,onde por certo não fui feliz.Não existe infãncia feliz.Você ,esse moço que escreve essas linhas e todo mundo tem momentos de felicidade,mas infãncia feliz não há.
Imagine toda aquela contenção,todo o aparato repressivo ,porque necessário,a conter os nossos tesões e impulsos desde crianças!Felicidade postergada.Os aparelhos de repressão hoje parecem não funcionar muito bem em certas regiões.
Então jogamos crianças pela janela afora.Não que não se fizesse isso antes- antigamente vivia-se mais em casas térreas- ,mas era menos comum.Sobretudo, se foi o papai -com cara de maluco- de classe média,mulherzinha-monstrinho- bonitinha ao lado, etcetera.
Uma certa criança jogada já morreu vinte vezes,no gigantesco circo neurótico que é o mundo.Certamente, já entenderam que ela não morrerá nunca.Ela,tal e qual todos nós, perecerá tão somente.Essa experiência de morte,pelo nunca jamais visto,não há.
Talvez por isso que um importante advogado disse que o crime de homicídio ,com dolo ou não, tem que ser exibido mesmo,explorado.Ele só não disse o porquê.Será que é porque acredita na hipótese de que a exibição inibirá outras tentativas?Doce ilusão. Ou seria um ataque narcísico para exibições de magistrados ,em tempos de Robinhos,Sangalos e Batistas?Eu confesso: Tenho inveja!E não jogo crianças pela janela....até agora pelo menos.
A minha saudade então foi cínica.Relembrei os obituários onde crianças ,aos meus pobres olhos infantis, não apareciam mortas. No meu lindo mundinho de araque,pois a fome,a miséria, outras formas de violência,etecetera já rondavam berços mundo afora, retorno ao parque que um dia foi grande demais para as minhas pernas curtas.Lá, bati com o meu calhambeque na árvore plantada por um herói desconhecido.Sou outro que passeia no parque.
Mas o que me fez escrever algo aqui foi um e-mail saudosista de uma querida amiga,publicado no seu blog, e que me fez pensar:saudade agora é vez ou outra e olhe lá.
Tenho a impressão que estou me despedindo pra valer de certas coisas.Já não era sem tempo.Isso é um sintoma sujo-como todo sintoma,como toda idiossincrasia,como todo temperamento o são.
Portanto,tenho saudades que passam rápido hoje em dia.Saudades que se podem reencontrar,diga-se de passagem.Aquela outra que desapareceu e nunca mais,fudeu.É injeção na testa,porrada no estômago!
Mas insisto nas imagens e odores-seria praga proustiana?-, que me remetem aos lugares de minha juventude,de minha infância,onde por certo não fui feliz.Não existe infãncia feliz.Você ,esse moço que escreve essas linhas e todo mundo tem momentos de felicidade,mas infãncia feliz não há.
Imagine toda aquela contenção,todo o aparato repressivo ,porque necessário,a conter os nossos tesões e impulsos desde crianças!Felicidade postergada.Os aparelhos de repressão hoje parecem não funcionar muito bem em certas regiões.
Então jogamos crianças pela janela afora.Não que não se fizesse isso antes- antigamente vivia-se mais em casas térreas- ,mas era menos comum.Sobretudo, se foi o papai -com cara de maluco- de classe média,mulherzinha-monstrinho- bonitinha ao lado, etcetera.
Uma certa criança jogada já morreu vinte vezes,no gigantesco circo neurótico que é o mundo.Certamente, já entenderam que ela não morrerá nunca.Ela,tal e qual todos nós, perecerá tão somente.Essa experiência de morte,pelo nunca jamais visto,não há.
Talvez por isso que um importante advogado disse que o crime de homicídio ,com dolo ou não, tem que ser exibido mesmo,explorado.Ele só não disse o porquê.Será que é porque acredita na hipótese de que a exibição inibirá outras tentativas?Doce ilusão. Ou seria um ataque narcísico para exibições de magistrados ,em tempos de Robinhos,Sangalos e Batistas?Eu confesso: Tenho inveja!E não jogo crianças pela janela....até agora pelo menos.
A minha saudade então foi cínica.Relembrei os obituários onde crianças ,aos meus pobres olhos infantis, não apareciam mortas. No meu lindo mundinho de araque,pois a fome,a miséria, outras formas de violência,etecetera já rondavam berços mundo afora, retorno ao parque que um dia foi grande demais para as minhas pernas curtas.Lá, bati com o meu calhambeque na árvore plantada por um herói desconhecido.Sou outro que passeia no parque.
domingo, 14 de março de 2010
Guru
Guru é o nome de um cão.Um belo cocker negro cujo dono fez questão de esclarecer que tanto ele quanto o cão frequentam aquele bar assiduamente.
O cão não bebe.Assim como o seu dono.E eu já achando que os dois eram alcólatras.Sintoma difícil,o tal preconceito.
O dono,parece que é médico, bebe suco de frutas. Pertinente com o ofício.
Os amigos chegam e fazem certo estardalhaço.Um deles pergunta ao doutor se está à morte.Mostra-lhe um exame e o doutor silencia.Diz que vai precisar de mais tempo para responder a tão delicada pergunta.
Talvez por isso é que o suposto moribundo tenha consigo uma daquelas garrafinhas para se colocar Whisky,Vodka , entre outros combustíveis contra a deliciosa e terrível condenação que é simplesmente estar.Todos,exceto oDr., estão sem camisa.Ao menos não são aqueles gays marombados com cara de Ivana Trump.Agora uma questão: Por que os gays homens são mais exibidos e indiscretos que gays mulheres?Elas estão ali na delas...Eles estão ali ,na dos outros.As mesas se cumprimentam e às vezes um certo mal estar se instala.Ciuminho...
Detesto gueto.Acho uma tolice,mas até entendo porque a boçalidade é enorme.Aliás,boçalidade não escolhe sexo de parceiro.Você observa em todos os outros guetos também.
Aqui no Rio isso virou marca ,rótulo em termos espaciais,geográficos. Nas praias,por exemplo, tem ponto de pit-boy,viado,maconheiro,patricinha,deslumbrado , e por aí vamos...mal.Estou pensando em criar um point só com e para carecas.Todo e qualquer cabelo será banido!!Implante então nem se cogita!!É um desaforo!Uma negligência diante do nosso problema irreversível,logo ,trágico!Quantos e quantos vidros do famigerado 'Minoxidil" nós gastamos ao tentar reverter o irreversível?Você que já tem ou passou dos 40 anos certamente passou sobre o que lhe restou sobre a porra da cabeça esse remédio ,dito milagreiro.
Lembro-me até hoje da minha fé ao passar aquela merda nas minhas mãos esperançosas e espalhá-la pela cabeça que começara a brilhar feito rodapé de casa antiga com cheiro de naftalina nos armários.Relembro a casa dos meus avós ,em Natal,cidade do Sol.Aos olhos de uma criança aquela casa era o meu palácio de sonhos.E eu tinha farta cabeleira!E o mundo parecia tão interessante,tão agradável!
Incrível como deseducam as crianças desde sempre ao confundir educação com aula de etiqueta..Incrível como não as preparamos para esse troço chamado mundo.Universidade então.....
A minha fé no produto que "evitava" desabamentos capilares era mais ou menos a mesma que tenho ,também faz algum tempo, quando aposto na loteria esportiva.Ao jogar eu sempre confiro os resultados.E isso é uma minoria de apostadores que faz,sabiam? Ninguém acredita que possa sair da lama através de um bilhetinho.Não é curioso?Não se põe fá nem naquilo em que se aposta.Não há como funcionar direito.
Ao menos eu posso me iludir que, após um fim de semana , poderei estar rico ou milionário.
Pasmen!Eu ainda acredito.
Guru está embaixo das minhas pernas pedindo afagos.Já que ninguém lhe oferece comida ,até porque o doutor disse aos berros que ele só come ração , e ele está certo, o cãozinho tem interesse nos carinhos.É paparicado por todos . O cachorro é muito bonito. Ao seu lado ,em pé, um outro cachorrinho com uma pequena bandeja nas mãos.Perdão. Não é um totó e sim um garotinho de seis anos de idade.Pergunta se já terminamos o chopp e recolhe os copos.Descobre-se que é filho dos donos do bar/restaurante. Os pais e a irmã,mais velha, estão jantando numa mesa na parte de dentro do estabelecimento.A mãe diz: família que trabalha unida. Trabalho infantil,pois.A família inclusive tem o mesmo tesão clubístico futebolístico apesar do restaurante/bar ser de origem lusitana.
Em frente, uma moça bonita e negra feito carvão folheia as colunas sociais de um jornal carioca.Ao lado, a moça feiosa é assediada pelas outras que lhe fazem companhia.
Guru cansou.Tem os olhos castanhos de espanto,alegria,calmaria.
O temporal já desabou e o cão não latiu.
O americano amigo,recém chegado dos Estados Unidos ,trouxe a mãe para o bar.A mãe se não está bêbada deve ser louca.Desculpe-me pela redundância.
Guru não se move.Agora, ele pediu algo,rosnou forte e em Inglês: "Help me"!!
O cão não bebe.Assim como o seu dono.E eu já achando que os dois eram alcólatras.Sintoma difícil,o tal preconceito.
O dono,parece que é médico, bebe suco de frutas. Pertinente com o ofício.
Os amigos chegam e fazem certo estardalhaço.Um deles pergunta ao doutor se está à morte.Mostra-lhe um exame e o doutor silencia.Diz que vai precisar de mais tempo para responder a tão delicada pergunta.
Talvez por isso é que o suposto moribundo tenha consigo uma daquelas garrafinhas para se colocar Whisky,Vodka , entre outros combustíveis contra a deliciosa e terrível condenação que é simplesmente estar.Todos,exceto oDr., estão sem camisa.Ao menos não são aqueles gays marombados com cara de Ivana Trump.Agora uma questão: Por que os gays homens são mais exibidos e indiscretos que gays mulheres?Elas estão ali na delas...Eles estão ali ,na dos outros.As mesas se cumprimentam e às vezes um certo mal estar se instala.Ciuminho...
Detesto gueto.Acho uma tolice,mas até entendo porque a boçalidade é enorme.Aliás,boçalidade não escolhe sexo de parceiro.Você observa em todos os outros guetos também.
Aqui no Rio isso virou marca ,rótulo em termos espaciais,geográficos. Nas praias,por exemplo, tem ponto de pit-boy,viado,maconheiro,patricinha,deslumbrado , e por aí vamos...mal.Estou pensando em criar um point só com e para carecas.Todo e qualquer cabelo será banido!!Implante então nem se cogita!!É um desaforo!Uma negligência diante do nosso problema irreversível,logo ,trágico!Quantos e quantos vidros do famigerado 'Minoxidil" nós gastamos ao tentar reverter o irreversível?Você que já tem ou passou dos 40 anos certamente passou sobre o que lhe restou sobre a porra da cabeça esse remédio ,dito milagreiro.
Lembro-me até hoje da minha fé ao passar aquela merda nas minhas mãos esperançosas e espalhá-la pela cabeça que começara a brilhar feito rodapé de casa antiga com cheiro de naftalina nos armários.Relembro a casa dos meus avós ,em Natal,cidade do Sol.Aos olhos de uma criança aquela casa era o meu palácio de sonhos.E eu tinha farta cabeleira!E o mundo parecia tão interessante,tão agradável!
Incrível como deseducam as crianças desde sempre ao confundir educação com aula de etiqueta..Incrível como não as preparamos para esse troço chamado mundo.Universidade então.....
A minha fé no produto que "evitava" desabamentos capilares era mais ou menos a mesma que tenho ,também faz algum tempo, quando aposto na loteria esportiva.Ao jogar eu sempre confiro os resultados.E isso é uma minoria de apostadores que faz,sabiam? Ninguém acredita que possa sair da lama através de um bilhetinho.Não é curioso?Não se põe fá nem naquilo em que se aposta.Não há como funcionar direito.
Ao menos eu posso me iludir que, após um fim de semana , poderei estar rico ou milionário.
Pasmen!Eu ainda acredito.
Guru está embaixo das minhas pernas pedindo afagos.Já que ninguém lhe oferece comida ,até porque o doutor disse aos berros que ele só come ração , e ele está certo, o cãozinho tem interesse nos carinhos.É paparicado por todos . O cachorro é muito bonito. Ao seu lado ,em pé, um outro cachorrinho com uma pequena bandeja nas mãos.Perdão. Não é um totó e sim um garotinho de seis anos de idade.Pergunta se já terminamos o chopp e recolhe os copos.Descobre-se que é filho dos donos do bar/restaurante. Os pais e a irmã,mais velha, estão jantando numa mesa na parte de dentro do estabelecimento.A mãe diz: família que trabalha unida. Trabalho infantil,pois.A família inclusive tem o mesmo tesão clubístico futebolístico apesar do restaurante/bar ser de origem lusitana.
Em frente, uma moça bonita e negra feito carvão folheia as colunas sociais de um jornal carioca.Ao lado, a moça feiosa é assediada pelas outras que lhe fazem companhia.
Guru cansou.Tem os olhos castanhos de espanto,alegria,calmaria.
O temporal já desabou e o cão não latiu.
O americano amigo,recém chegado dos Estados Unidos ,trouxe a mãe para o bar.A mãe se não está bêbada deve ser louca.Desculpe-me pela redundância.
Guru não se move.Agora, ele pediu algo,rosnou forte e em Inglês: "Help me"!!
segunda-feira, 8 de março de 2010
ERRATA
O nome do filme ( o texto que segue abaixo) não é O segredo dos meus olhos ( Haja pretensão a minha!!!) ,e sim O segredo dos SEUS olhos ( El secreto de sus ojos). E o nome do diretor é José Camponella!!
domingo, 7 de março de 2010
O segredo,os olhos,o Oscar,a Argentina.
O segredo dos meus olhos ( El secreto de mis ojos) é um filme argentino que acaba de receber o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2010.
O filme é ótimo e tem excelentes atores.O diretor é muito bom e está morando há algum tempo nos Estados Unidos,o que sempre facilita. Melhor ainda é que quando agradeceu pelo prêmio que acabara de receber o seu inglês foi desaparecendo.A emoção talvez o fez recordar das suas origens portenhas ( aqui estou chutando visto que não sei se o cara nasceu em Buenos Aires).
Melhor foi o Almodóvar que ao ler o nome do vencedor o leu em Espanhol e anunciou o ganhador com a antológica frase, banida há algum tempo, "the winner is...."Almodóvar e Tarantino dividindo o palco garante a festa, pois os dois são- do ponto de vista da caretice por vezes do cinema- politicamente, o que há de mais incorreto. Tarantino é ótimo. Ele conta histórias pelo avesso e consequentemente não leva tão a sério o que faz , o que vive...É um belo poeta da telona.
The winner is vem a ser um problema já que para os Estadunidenses o contrário disso seria and the loser is ,o que para eles é o maior dos desaforos. É quase que idiossincrático o tal sintoma ,porque até a Constituição dos Estados Unidos indica isso,ou seja, é uma constituição de vitoriosos,para vitoriosos.
O segredo dos meus meus olhos tem de tudo:drama,tragédia,humor....Enfoca um período duríssimo do Estado Argentino que foi o final do governo da senhora Isabelita Perón, antes do golpe militar dos anos setenta que, engendrou uma das ditaduras mais terríveis do nosso continente.Era divertimento de milico argentino atirar opositores vivos de aviões que sobrevoavam oceanos,promover sessões de torturas e sequestros de crianças, dentre outras modalidades de terror.
O filme se vê através desse período e retira dali o que pode. E o faz com muita competência.
Ricardo Darín é um grande ator argentino,ou melhor,um ator do mundo.Já o assistimos em Nueve Reynas, El Hijo de la Nobia, XXY, entre outros.Ele faz um inspetor -sedutor-justiceiro na película premiada.
Fiquei contente com o triunfo dos vizinhos amados-odiados. Se eu fosse o mais sarcástico dos sarcásticos ,tal qual a turma lá de Buenos Aires ,os ditos periodistas,do Jornal Esportivo Olé que deve ser Olê,diria que o mês de Março é um mês de sonho para eles.Afinal, venceram o Oscar,o Futebol está se recuperando,o ex-Presidente Kirchner quase morreu e o Chile -também amado-odiado por eles, tremeu por inteiro. E ainda há a chance -muito remota -de recuperação das Malvinas.....
Todo ano eu minto ao dizer que não assistirei a festinha do cinema lá na Costa Oeste.Quase sempre assisto. Fazer o quê? Fui colonizado mesmo pela indústria estrangeira da telona.É só pegar a programação de cinema da sua cidade e checar a nacionalidade dos filmes.E isso é grave.
O aspecto bacaninha é que quem ganhou as coisas por lá gastou 11 milhões de dólares ,emprestados pelo governo francês e cuja locação foi feita num país árabe.E a tal guerra se dá e é travada contra um outro país árabe.Sobretudo,o filme é bom.
Uma saudade que carrego para sempre ,para além dos meus olhos , afirmava que o tal Oscar acertava a mão a cada dez anos.
Ah! Há também o tal filme que indica coisas para frente,o povo é um pouco azul e que ganhou menos do que esperava.Mas também dizem que é bom.
Como sou reacionário e não terei a chance de ver os nossos descendentes azuis ou verdes, de silício por certo, fiquei pouco interessado. E com inveja dos argentinos que além de um belo filme, botaram no xadrez alguns assassinos que só tinham sangue e barbárie em seus olhos.
O filme é ótimo e tem excelentes atores.O diretor é muito bom e está morando há algum tempo nos Estados Unidos,o que sempre facilita. Melhor ainda é que quando agradeceu pelo prêmio que acabara de receber o seu inglês foi desaparecendo.A emoção talvez o fez recordar das suas origens portenhas ( aqui estou chutando visto que não sei se o cara nasceu em Buenos Aires).
Melhor foi o Almodóvar que ao ler o nome do vencedor o leu em Espanhol e anunciou o ganhador com a antológica frase, banida há algum tempo, "the winner is...."Almodóvar e Tarantino dividindo o palco garante a festa, pois os dois são- do ponto de vista da caretice por vezes do cinema- politicamente, o que há de mais incorreto. Tarantino é ótimo. Ele conta histórias pelo avesso e consequentemente não leva tão a sério o que faz , o que vive...É um belo poeta da telona.
The winner is vem a ser um problema já que para os Estadunidenses o contrário disso seria and the loser is ,o que para eles é o maior dos desaforos. É quase que idiossincrático o tal sintoma ,porque até a Constituição dos Estados Unidos indica isso,ou seja, é uma constituição de vitoriosos,para vitoriosos.
O segredo dos meus meus olhos tem de tudo:drama,tragédia,humor....Enfoca um período duríssimo do Estado Argentino que foi o final do governo da senhora Isabelita Perón, antes do golpe militar dos anos setenta que, engendrou uma das ditaduras mais terríveis do nosso continente.Era divertimento de milico argentino atirar opositores vivos de aviões que sobrevoavam oceanos,promover sessões de torturas e sequestros de crianças, dentre outras modalidades de terror.
O filme se vê através desse período e retira dali o que pode. E o faz com muita competência.
Ricardo Darín é um grande ator argentino,ou melhor,um ator do mundo.Já o assistimos em Nueve Reynas, El Hijo de la Nobia, XXY, entre outros.Ele faz um inspetor -sedutor-justiceiro na película premiada.
Fiquei contente com o triunfo dos vizinhos amados-odiados. Se eu fosse o mais sarcástico dos sarcásticos ,tal qual a turma lá de Buenos Aires ,os ditos periodistas,do Jornal Esportivo Olé que deve ser Olê,diria que o mês de Março é um mês de sonho para eles.Afinal, venceram o Oscar,o Futebol está se recuperando,o ex-Presidente Kirchner quase morreu e o Chile -também amado-odiado por eles, tremeu por inteiro. E ainda há a chance -muito remota -de recuperação das Malvinas.....
Todo ano eu minto ao dizer que não assistirei a festinha do cinema lá na Costa Oeste.Quase sempre assisto. Fazer o quê? Fui colonizado mesmo pela indústria estrangeira da telona.É só pegar a programação de cinema da sua cidade e checar a nacionalidade dos filmes.E isso é grave.
O aspecto bacaninha é que quem ganhou as coisas por lá gastou 11 milhões de dólares ,emprestados pelo governo francês e cuja locação foi feita num país árabe.E a tal guerra se dá e é travada contra um outro país árabe.Sobretudo,o filme é bom.
Uma saudade que carrego para sempre ,para além dos meus olhos , afirmava que o tal Oscar acertava a mão a cada dez anos.
Ah! Há também o tal filme que indica coisas para frente,o povo é um pouco azul e que ganhou menos do que esperava.Mas também dizem que é bom.
Como sou reacionário e não terei a chance de ver os nossos descendentes azuis ou verdes, de silício por certo, fiquei pouco interessado. E com inveja dos argentinos que além de um belo filme, botaram no xadrez alguns assassinos que só tinham sangue e barbárie em seus olhos.
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