Na coluna de ontem ,publicada no Jornal O Globo, Ricardo Noblat mostrava algo mais do que visível e óbvio: o cinismo como nós cariocas tratamos o sanatório geral , a barbárie em que foi transformada o nosso cotidiano olímpico carioca.Ele se recordava de mortes ilustres provocadas por canalhas não tão ilustres ou que se tornaram ilustres graças ao oportunismo de alguns que insistem em tornar célebres psicopatas tresloucados. Há sempre aquele que procura por porquês - e é claro que conseguirá muito pouco em sua busca estéril- a fim de justificar o que, muitas vezes ,não possui justificativa correta.
Ele lembrava a reação em ilustre boteco carioca 24 horas após o assassinato de uma senhora rica no rico bairro do Leblon, Zona Sul Carioca , E QUE tem como prefeito o escritor Manoel Carlos.Os futriqueiros boêmios culpavam a falecida senhora por ter se assustado ou aberto o vidro do carro para fumar um pouquinho.Os antitabagistas condenavam-na por fumar!! Eu então aproveito o ensejo e a condeno por ter existido!!! O 'ME FUNAI" DE SÓFOCLES EM ÉDIPO REI é pertinente no momento.Quanto ao garotinho desnutrido,mal educado, boçal, covarde e filho de todos nós com a benção da santa igreja , não se fala , cala-se e se esquece.
Há vinte e quatro anos um rapaz ,que estudara no mesmo cursinho pré-vestibular que eu, assassinara uma adolescente de 15 ,16anos,covardemente.Perdoem-me pela insistência pleonástica do covardemente, afinal, trata-se de um crime sem condição para legítima defesa.
No dia seguinte ao crime, caminhando pela praia do balneário de Ipa-pá-pá-pá-pá-Nema, ouvi senhoras resmungarem em tom alto:"Absurdo.Como uma jovem sobe sozinha no apartamento de um rapaz?!"
Ela não subiu sozinha senhora! Ela por certo subiu com....Deus.Só que um tanto quanto atarefado (Deus tem aquele sintoma terrível do Governador José Serra: ele é um viciado em trabalho também), o Senhor Deus não pode fazer muita coisa pela criança.Deixo-a nas mãos do lobo mau.E um lobo mau fotogênico.Queria ser galã!Concorreu a um lugar de o mais burro , ou melhor, o mais belo a vestir sunga em programa televisivo popular.Lá venho eu com os meus pleonasmos....
Alguns anos depois, uns 15 anos mais ou menos,vi o canalha num evento social.Flertava com mocinhas da mesma idade que a defunta à época.Ele, um rapaz muito bonito, ria riso solto.Da nossa cara, é óbvio. No dia seguinte, procurei nos jornais para ver se o dito cujo teria ou não se metamorfoseado ( Isso existe ou é um carlucho-ne0-logismo ,isto é, palavra que inventei agora porque existe,é claro) ,não em barata Kafkaniana ,pois já o era, mas num previsível "serial killer".Nada havia.Pensei: Virou bandido profissional.Assassino sem deixar pistas!
Retornei à mesma praia .Não vi as senhoras tagarelas.Seriam vovozinhas da moça seduzida ,na noite anterior?Sei não.
O susto, o horror,a identificação com a vítima,enfim, a angústia em perceber que somos resultantes das aleatoriedades imprevisíveis do haver, nos tem (TÊM, COM ACENTO, EM MOÇAMBIQUE HÁ UM ANO ATRÁS ainda havia o acento) DEIXADO ASSIM:OLIMPICAMENTE CÍNICOS, ACOMODADOS,ACOVARDADOS,DEPRIMIDOS, PSICÓTICOS...MELHOR PARAR COM TANTO PLEONASMO!
Noblat tem razão na sua perplexidade.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Paulo Leminski inventou o twitter
O Curitibano Paulo Leminsky ,morto aos 45 anos, inventou o Twitter.Afirmo isso depois de observar uma exposição em São Paulo, vi na Internet, sobre a sua obra. Paulo era minimalista.Seus poemas eram curtíssimos.Adepto de uma técnica milenar japonesa que buscava uma escrita através da qual se tentaria dizer o máximo com o mínimo de caracteres. Era assim também com as sua composições. Foi parceiro, dentre outros, de Caetano Veloso.
Vinte anos depois de sua morte, em 1989, Paulo está virando moda,pois o tal do twitter também apresenta pequenos textos, 140 caracteres no máximo,onde pessoas são seguidas para seguir também. Ainda não entrei na onda ,já que não tenho a mestria de Paulo e de outros para produzir textos muito curtos e interessantes. Se é que consigo através de mais caracteres. Porém, começa-se pela faixa branca ,azul, para quem sabe, chegar a faixa marrom ou preta.
Preta também era a faixa do quimono de judô do Paulo que também fazia traduções em vários idiomas.
Há uma ingenuidade por parte de alguns que acreditam que a tecnologia vai melhorar tudo,inclusive o tal do mundo.O mundo não quer melhorar,não quer ser salvo tal como acreditam alguns verdes.E são verdes bem madurinhos....O que não significa que tenhamos que arrebentar de vez com o planeta. Podemos maltratá-lo menos,visto que não maltratá-lo seria impossível.Talvez possamos sacar que nós somos a poluição do planeta .Perguntem a qualquer formiga pisoteada à vontade por aí?A qualquer baratinha que só porque é feia engendra todo o horror e nojo aonde passa?
A tecnologia é o melhor movimento histérico já produzido.O que é para depois de amanhã já está atrasado. Isso nos dá uma sensação de inadimplência enorme. Aquele computador "brain new" já se tornou " brain old" em poucos meses. Conseguimos lidar sabiamente com isso? Conseguimos absorver parte das péssimas notícias que ocorrem, serenamente?
Fui alertado que o momento é interessante pois cabe de tudo. Sempre coube de tudo, a não ser em períodos ditatoriais , sem estado de direito para haver de tudo. Vejo no momento a exclusão fascista de alguns saberes, ditos e produções.Justo porque uma certa boçalidade fracassou também.Deixou de fundamentar as mentes todas. Alegro-me ,porém, ao poder rever Leminski em exposição relevante. Paulo Leminski prova que a poesia de alto nível -há poesia de baixo nível ,ou melhor ,pode-se chamar de Poesia ,o baixo nível?- é contemporânea de qualquer tempo,em qualquer lugar,onde quer que haja.
Vinte anos depois de sua morte, em 1989, Paulo está virando moda,pois o tal do twitter também apresenta pequenos textos, 140 caracteres no máximo,onde pessoas são seguidas para seguir também. Ainda não entrei na onda ,já que não tenho a mestria de Paulo e de outros para produzir textos muito curtos e interessantes. Se é que consigo através de mais caracteres. Porém, começa-se pela faixa branca ,azul, para quem sabe, chegar a faixa marrom ou preta.
Preta também era a faixa do quimono de judô do Paulo que também fazia traduções em vários idiomas.
Há uma ingenuidade por parte de alguns que acreditam que a tecnologia vai melhorar tudo,inclusive o tal do mundo.O mundo não quer melhorar,não quer ser salvo tal como acreditam alguns verdes.E são verdes bem madurinhos....O que não significa que tenhamos que arrebentar de vez com o planeta. Podemos maltratá-lo menos,visto que não maltratá-lo seria impossível.Talvez possamos sacar que nós somos a poluição do planeta .Perguntem a qualquer formiga pisoteada à vontade por aí?A qualquer baratinha que só porque é feia engendra todo o horror e nojo aonde passa?
A tecnologia é o melhor movimento histérico já produzido.O que é para depois de amanhã já está atrasado. Isso nos dá uma sensação de inadimplência enorme. Aquele computador "brain new" já se tornou " brain old" em poucos meses. Conseguimos lidar sabiamente com isso? Conseguimos absorver parte das péssimas notícias que ocorrem, serenamente?
Fui alertado que o momento é interessante pois cabe de tudo. Sempre coube de tudo, a não ser em períodos ditatoriais , sem estado de direito para haver de tudo. Vejo no momento a exclusão fascista de alguns saberes, ditos e produções.Justo porque uma certa boçalidade fracassou também.Deixou de fundamentar as mentes todas. Alegro-me ,porém, ao poder rever Leminski em exposição relevante. Paulo Leminski prova que a poesia de alto nível -há poesia de baixo nível ,ou melhor ,pode-se chamar de Poesia ,o baixo nível?- é contemporânea de qualquer tempo,em qualquer lugar,onde quer que haja.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Bisbilhotices
Aquela moça que fecha a janela,cerrou um tesão escópico de apenas bisbilhotar.Xinguei-a,Xinguei-a!Êta palavra feia essa tal de xinguei-a! Como se atreve cortar o meu tesão de olho!!!
É assim. Agora, o pássaro robusto sobrevoa elegantemente os edifícios. Sem turbulência aparente.Aonde andará o seu predador?O seu amor? Não seria uma forma de amar?Fazemos isso dia inteiro. Vejam o trânsito que é por onde as pessoas se deslocam!Uma beleza, um índice de civilidade.E o pássaro prossegue sua desventura. À noite creio que se recolhem....pra continuar a guerra. Nosotros también pero fingimos que não. Aquela vidinha , aquele não haver que não há .ÊTA NÃO HAVER QUE INSISTI EM NO HABER!Será que os pássaros.. vejamos um gavião ou um abutre :Será que eles também não se angustiam pelo fato de desejarem aquilo que não há de fato? E porque gaviões ou abutres?Andorinhas e o vira-lata, que barrou o meu tesão em somente contemplar o seu vôo ao desaparecer, também merecem consideração semelhante.Por que não? E de porquês e porquês não chegamos a lugar algum. São múltiplas as possibilidades que se imiscuem promiscuamente que não há condição de estabelecer , de reconhecer aquele momento em que tudo começou. O sonho da ciência e de boa parte da filosofia provavelmente jamais se realizará.E pra que eu quero saber disso? O que importa é saber fazer.Saber fazer com o comparecente.De preferência com elegância.O que não comparece não tem discurso possível agora e aqui.Ele pode estar em potência.E aí quando a gente sonha,quando a gente tropeça...
Outras janelas vão se abrindo. Não vejo rostos novos ou antigos.Há um quadro dizendo coisas naquela parede do quarto andar. No andar de baixo, um relógio belo e antigo mostra hora vencida. Essa janela dos quadros que dizem, desnuda um apartamento recém reformado, ou seja, reinventado.Conheci-o , escopicamente é bem verdade, moribundo.Recuperou-se ao virar de ponta cabeça.
O pássaro retornou mais uma vez. Será que tem GPS? Está tão escuro...Ele insisti em retornar.Curiosa insistência de pássaro.
É assim. Agora, o pássaro robusto sobrevoa elegantemente os edifícios. Sem turbulência aparente.Aonde andará o seu predador?O seu amor? Não seria uma forma de amar?Fazemos isso dia inteiro. Vejam o trânsito que é por onde as pessoas se deslocam!Uma beleza, um índice de civilidade.E o pássaro prossegue sua desventura. À noite creio que se recolhem....pra continuar a guerra. Nosotros también pero fingimos que não. Aquela vidinha , aquele não haver que não há .ÊTA NÃO HAVER QUE INSISTI EM NO HABER!Será que os pássaros.. vejamos um gavião ou um abutre :Será que eles também não se angustiam pelo fato de desejarem aquilo que não há de fato? E porque gaviões ou abutres?Andorinhas e o vira-lata, que barrou o meu tesão em somente contemplar o seu vôo ao desaparecer, também merecem consideração semelhante.Por que não? E de porquês e porquês não chegamos a lugar algum. São múltiplas as possibilidades que se imiscuem promiscuamente que não há condição de estabelecer , de reconhecer aquele momento em que tudo começou. O sonho da ciência e de boa parte da filosofia provavelmente jamais se realizará.E pra que eu quero saber disso? O que importa é saber fazer.Saber fazer com o comparecente.De preferência com elegância.O que não comparece não tem discurso possível agora e aqui.Ele pode estar em potência.E aí quando a gente sonha,quando a gente tropeça...
Outras janelas vão se abrindo. Não vejo rostos novos ou antigos.Há um quadro dizendo coisas naquela parede do quarto andar. No andar de baixo, um relógio belo e antigo mostra hora vencida. Essa janela dos quadros que dizem, desnuda um apartamento recém reformado, ou seja, reinventado.Conheci-o , escopicamente é bem verdade, moribundo.Recuperou-se ao virar de ponta cabeça.
O pássaro retornou mais uma vez. Será que tem GPS? Está tão escuro...Ele insisti em retornar.Curiosa insistência de pássaro.
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